Dazed List

por The Look Stealers

Todos os anos, a revista inglesa Dazed&Confused cria uma lista com 100 pessoas influentes em carreiras ligadas à moda, arte e entretenimento, como músicos, atores, stylists, modelos, designers, artistas, fotógrafos e filmmakers. A ideia é criar um who’s who de talentos emergentes que estão definindo o cenário da indústria criativa a cada ano. Nós adoramos a Dazed100 e acreditamos que ela seja única em vários sentidos, pois ela reúne indivíduos de áreas aparentemente diferentes, mas que são completamente conectadas hoje em dia. Não tem mais como falar de moda sem falar de música, cinema e arte, e o mais legal é que a Dazed confia nos leitores para construir a lista. Em 2015 eles fizeram duas listas: uma do staff e outra por votação do público, e nesse ano pelo que vimos só vai ter a lista por votação dos leitores. Talvez a decisão tenha acontecido porque as listas do ano passado foram muito diferentes uma da outra, em primeiro lugar na lista do staff estava Kendall Jenner, e na do público estava a modelo e ativista transgênero Hari Nef. Na lista do público, a que nós mais gostamos, apareciam nas primeiras posições pessoas que realmente estavam contribuindo, seja através de sua música, arte, estilo ou ativismo, para o cenário criativo mundial, não pessoas que eram simplesmente muito famosas como Kendall.

 A lista de 2016 continua em aberto, você pode acessá-la aqui e votar em quem você acredita que merece subir de posição. Seguem as 5 mulheres mais bem posicionadas da lista atualmente:

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Foto: Art Hoe Collective


O coletivo Art Hoe, fundado pelas jovens Mars e Sage Adams, começou com uma ideia bem simples: indivíduos negros, principalmente os artistas, são constantemente excluídos do mundo da arte. Então elas começaram a fazer releituras de famosas obras de arte, abrangendo vários períodos desde o Renascimento até o Abstracionismo, com o intuito de levantar questões sobre a representação de pessoas negras na arte ao longo da história. A partir daí, elas criaram uma conta no Instagram, que hoje mostra uma variedade enorme de trabalhos, indo dos portraits da ideia original até conteúdo original de performance art, fotografia e trabalhos escritos, e estão virando uma plataforma de divulgação do trabalho de artistas negros.

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Foto: Amandla Stenberg

A jovem atriz Amandla Stenberg foi catapultada à fama com apenas 12 anos, quando interpretou a personagem Rue no primeiro filme da franquia de Jogos Vorazes. Ser uma jovem atriz negra em Hollywood se provou um desafio para Amandla, principalmente pelo preconceito, e partir daí ela começou a se posicionar como ativista para questões de raça, gênero e sexualidade. Abertamente bissexual, Amandla utiliza suas diversas redes sociais, mas principalmente o Tumblr, para chamar atenção de seus jovens seguidores sobre a importância de discutir essas questões. Ela chamou bastante atenção ano passado quando viralizou um vídeo em que fala sobre apropriação da cultura negra, inspirado pelos infames cornrows que Kylie Jenner estava usando na época. O discurso – super inteligente – de Amandla era de que muitos designers e artistas brancos sempre usaram elementos da estética negra para ganhar dinheiro mas nunca fizeram nada para melhorar o tratamento e a inserção dos negros na sociedade. You go gir!

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Foto: Jazz Jennings

Jazz Jennings é uma americana de 15 anos que ganhou o spotlight na TV americana em 2007, quando sua história como uma das mais jovens mulheres transgênero no mundo veio à tona. Segundo a família de Jazz, ela já se identificava com o sexo feminino desde que aprendeu a falar, então eles logo iniciaram o tratamento e os procedimentos de mudança de sexo (que família maravilhosa essa!). Jazz então se tornou uma das maiores vozes da causa LGBTQ no mundo, tendo sua primeira grande batalha pública pela causa quando ela conseguiu que a US Soccer Federation passasse sua primeira lei trans-positive. Em 2015 a TLC chamou Jazz e sua família para criarem um reality show, o I Am Jazz, contando sua rotina como uma jovem trans e chamando atenção para cada faceta de todo o preconceito que uma pessoa trans pode sofrer no seu dia-a-dia.

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Foto: Sky Ferreira

A californiana Sky Ferreira, nascida em Venice Beach, iniciou sua carreira como cantora pop em 2011, mas logo expandiu sua área de atuação para moda e cinema, além de chamar muita atenção por sua enorme capacidade como compositora. As suas músicas, que são frequentemente chamadas de alt-pop, sempre acabam atingindo o inesperado, desconstruindo o pop tradicional com letras inteligentes e que fogem dos assuntos batidos das popstars atuais. Além da música, Sky já apareceu em vários filmes indie, como Putty Hill e Green Inferno, do Eli Roth, e virou musa para designers como Riccardo Tisci, da Givenchy.

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Foto: Hari Nef

Hari Nef, novaiorquina de apenas 23 anos foi votada pelos leitores da Dazed como número 1 na Dazed100 de 2015, desbancando Kendall Jenner, que estava em primeiro na lista do staff. Uma das modelos e atrizes transexuais de maior sucesso atualmente, Hari também tem usado sua fama para se tornar uma advocate dos direitos LGBTQ ao redor do mundo. Criada na cena fashion underground de Nova York, Hari emergiu na cultura mainstream em 2015, com seu papel na série Transparent, da Amazon, e desfilando para marcas como Hood by Air, Eckhaus Latta e Gucci. A inteligência e o posicionamento de Hari também chamam muita atenção, pois ela consegue usar a plataforma que a moda proporcionou para falar de assuntos sensíveis na sociedade americana como moradia e saúde de pessoas trans.

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