Fashion at Work SALL

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Se por um lado nunca consumiu-se tanto, desperdiçou-se tanto e poluiu-se tanto, por outro vemos um movimento contracorrente que ganha cada vez mais força: o da sustentabilidade. Claro que a moda não é alheia a tudo isso, muito pelo contrário, dia após dia nos deparamos tanto com notícias de regimes de escravidão semi-aberta em confecções clandestinas, quanto de marcas que adotam posturas e ações mais conscientes social e ambientalmente. 

Tendo isso como base precisamos confessar que foi uma enorme alegria conhecer um pouquinho mais sobre a SALL, marca que, como o próprio nome sugere, leva o conceito de slow fashion a sério, confeccionando suas peças somente com matérias-primas naturais - a seda, o algodão, a lã e o linho. 

O primeiro contato com os modelos da marca já foi suficiente para nos deixar completamente apaixonadas pelo design clean, atemporal e minimalista que as roupas têm. No entanto, descobrir que a Paula, publicitária por formação e nome por trás da SALL, escolheu deixar de lado sua carreira para dar start em um projeto tão bacana só nos fez mais fãs ainda! 

Por aqui te contamos desde como surgiu a ideia da marca até os bastidores e as curiosidades de um modelo de negócio focado em qualidade e não em quantidade. Vamos lá?



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A Sall nasceu do gosto por uma moda atemporal, leve, fácil e autêntica que se propusesse a resgatar a essência do vestir e que fosse feita com fibras naturais. Dessa forma fui pensando em modelagens fáceis de usar, que se complementam e que são adequadas para diversas situações.

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A idealização da Sall é minha e a construção foi feita a quarto mãos, com minha mãe, Liège, dando belos e pertinentes pitacos. Claro que não trabalhamos sozinhas, tenho uma modelista maravilhosa, a Elça. Ela tem muita experiência e consegue entender o que eu quero em um piscar de olhos. Além dela, trabalhamos com um cortador, uma costureira e um alfaite, são eles que fazem as peças acontecerem lindas e cheias de qualidade técnica.

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Eu faço a pesquisa, separo algumas referências que gosto, que tenham a ver com o DNA da Sall e que converse com as demais peças. A partir daí penso em algumas possibilidades, uma cava diferente, uma faixa na cintura, algo que fale da marca. Opiniões vêm de vários lados e quando definimos como será a próxima peça vou para a modelista descobrir como a executaremos.

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Fashion at Work SALL

Eu sou publicitária de formação e fiz pós graduação em Fashion Marketing no IED – Istituto Europeo di Design – em São Paulo, foi aí que me encontrei com o mundo da moda.

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Trabalhei em agência de publicidade uns bons anos, na área de mídia. Sim, tabelas, tabelas, tabelas. Quando percebi que queria fazer algo diferente, era o mundo da moda que mais enchia meus olhos. Fui para SP fazer o pós e me achei. Primeiro pensava em gestão de marca ou de produto em grandes empresas, mas quando a gente entra de cabeça nesse mundo e começa a ler sobre o assunto, você vê que tem muitas lacunas ainda a serem preenchidas. Então, uma marca que só trabalha com fibras naturais, design atemporal e produção ética me pareceu um mundo novo e lindo.

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Sempre tive uma queda pelo toque das fibras naturais, mais suaves e agradáveis. Com o objetivo de fazer uma marca que tivesse como pilares a leveza, o natural e o ético, esta foi uma saída quase que obrigatória. São tecidos que trazem histórias, que tem conteúdo, falam mais da Sall do que eu conseguiria traduzir em palavras.

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Para qualquer peça de roupa durar precisamos cuidar bem delas. As fibras naturais não são diferentes. Lavar à mão e secar sempre à sombra e no cabide, são as dicas que dou na venda das peças.

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A fabricação das peças é feita de forma super orgânica. Decidimos a peça, fazemos uma piloto já no tecido que será produzido e, normalmente, eu uso. Nesse usar a primeira vez já consigo ver, mais ou menos, como será a aceitação. As vezes amigas já olham e pedem uma cor específica que sabem que trabalhamos, produzo uma grade nessa cor e vai acontecendo. Penso que as peças da Sall têm vida própria, muitas vezes me direcionam por caminhos diferentes do que tinha pensado inicialmente e que super funcionam.  

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A Sall não trabalha com coleções. Acreditamos no design atemporal, nos tons neutros e na qualidade de tecidos e acabamentos que fazem as peças durarem mais que uma estação no guarda roupas. O lançamento de duas ou três peças, em média, é feito a cada 2 meses, trazendo novidades para nossas araras sem descartar o que foi antes feito.

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As peças da Sall têm como principal objetivo facilitar o vestir. Gosto da ideia da peça falar por si só, facilitando a escolha do look de cada dia. São sempre pensadas para serem peças leves, básicas, flexíveis e encantadoras. E claro, tem muito a ver com meu estilo, peças únicas, conjuntos que não são conjuntos e uma mesma peça que possa ser usada de outras maneiras são sempre o meu ponto de partida.

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Tenho uma super queda pelas musas do passado então adoraria ver as peças da Sall na Jane Birkin linda ao lado de Serge Gainsbourg. Pode sonhar, né?

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Vocês não ficam assustadas com as possibilidades que podemos descobrir no Instagram ou Pinterest? Pois eu fico. Adoro pesquisar, entrar em um perfil, gostar de algo, passar para outro e, outro e, outro. Quando vejo estou nas marcas Australianas que trabalham com Hemp Linen (linho de cânhamo). Essas marcas, por terem no seu DNA, a praia têm peças leves, básicas e ao mesmo tempo cheias de atitude e bom gosto, me servem bastante para inspiração.

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Na verdade, para a criação da Sall não buscamos especificar o público alvo. Mais do que buscar uma mulher que tenha idade x ou classe social y, buscamos pessoas que querem novas formas de vestir. Mulheres que gostam de peças leves – mesma quando feitas em lã, que sejam elegantes, que não estejam necessariamente ligadas ao que está “na moda” e que curtam o natural.

Em Porto Alegre, onde somos baseadas, chegam até nossa loja muitas mulheres interessadas em conhecer quem faz o que elas vestirão, sabendo onde e como as peças foram produzidas. 

E se você não é de Porto Alegre, pode encontrar as peças da SALL, no StealTheLook.Shop, e aqui:

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