A chegada da quarentena mudou radicalmente a rotina de grande parte da população, assim como a minha, a do meu cachorro (o Kobe), e da minha casa. Pensando em ajudar outras pessoas que vivem situações parecidas com a minha, vim aqui compartilhar como está sendo a minha experiência do home office com pet em casa e te dar algumas dicas que podem ser úteis para você também.
Kobe é um cachorro que não está acostumado a ficar muito tempo sozinho e nem em casa. Antes da pandemia, ele ia para a creche todos os dias pela manhã (sim, é o nome que dão aos lugares que cuidam dos cães para que não fiquem sozinhos em casa, rs) e eu o buscava a noite, quando saia do trabalho. Na volta para casa, ele estava super cansado, brincávamos poucos minutos e ele logo ia dormir.
Com a chegada da pandemia, o maior sonho do Kobe se realizou, nós dois juntinhos em casa o dia inteiro! É verdade que ele é um cachorro extremamente carente de atenção e chega a ser um pouco dependente de mim, embora eu saiba que esse não seja o melhor cenário. Adora brincar, passear na rua e é bastante ativo. Mas, o que eu faria com toda essa energia dele, tendo que trabalhar full time? Como seria meu home office com pet em casa?
Pois bem, tento que lidar com o home office, as atividades de casa e adaptar tudo isso no meu dia a dia, confesso que no início tudo parecia muito mais cansativo e complicado do que realmente é. A verdade é que com organização e rotina, tudo melhora. Por isso, minha primeira dica é justamente essa:
1. CRIE UMA ROTINA PARA O SEU PET
Nada melhor do que definir horários e seguir uma rotina. Tenho a sensação de que depois que instaurei alguns hábitos novos e os segui à risca diariamente, o Kobe ficou mais calmo e menos ocioso e pidão.
Minha primeira sugestão de horário a ser definido é o da comida. Tendo um cachorro ansioso, sei que deixar a comida a disposição não é uma boa ideia. O que acontecia é que, muitas vezes, o Kobe comia por ansiedade e falta do que fazer e não por fome. O resultado foi um cachorro inquieto e com problemas de peso. Nada legal!
Além disso, notei que quanto mais comida ele tinha no pote, mais ele comia. Então, resolvi fracionar a porção do dia em 4x e determinar horários (08h00 / 12h00 / 16h00 / 20h00). Inclusive, ele já até sabe quando está perto do horário da refeição e não fica pedindo nos outros momentos.
Aliás, se você tem um cachorro com o paladar exigente, pode considerar essa dica também! Parece que quando eles têm uma porção e horários definidos, tendem a comer conforme a gente oferece e não quando querem.
O segundo horário a ser definido é o do passeio. Entenda com a sua agenda e o nível de energia do seu cão, quantas vezes por dia você pode levá-lo para passear e por quanto tempo? Tendo consciência do seu tempo disponível a dedicar aos passeios, estipule horários e não fure com o seu pet.
No meu caso, Kobe passeia 1x ao dia, por 20 minutos, durante o meu horário de almoço. Ao repetir essa rotina todos os dias, ele nem se quer pede para sair antes e nem depois disso.
Lembrando que a prática de exercício é fundamental não só para gastar a energia deles, mas o passeio é também um exercício mental para o animal e contribui para o desenvolvimento de várias habilidades motoras e psíquicas necessárias. O home office com pet em casa pode incentivar a deixá-lo preso por longas horas e isso influenciará na saúde do seu animal e, consecutivamente, no bem-estar de toda a casa.
Defina também o horário da soneca ou do ócio. Aqui em casa, esse horário é justamente pós o passeio, quando o Kobe já gastou bastante energia e está cansado. Nada melhor do que dar a ele um tempo de ócio. Nesse momento, ele já passeou, já brincou (inclusive, eu tiro os brinquedos do chão) e está pronto para dormir um pouco. Tente não o entreter com nenhuma atividade, o deixe realmente descansar.
Por fim, tenha os momentos das brincadeiras também definidos. Vou te adiantar que definir a hora de brincar é uma salvação. Não há nada pior do que entrar numa reunião e ter o pet pedindo para jogar a bolinha ou latindo querendo a sua atenção. É verdade que não há como evitar 100% que isso aconteça, mas confesso que para mim, ao definir os momentos das brincadeiras, fez com que essas ocorrências diminuíssem bastante.
2. INVISTA EM BRINQUEDOS INTERATIVOS
Além de determinar os horários das brincadeiras, nas horas vagas do Kobe eu costumo testar brinquedos interativos que não exigem a minha participação ativa.
A nossa opção favorita é a garrafa pet com algumas bolinhas de ração ou petisco dentro. No começo, ele passava horas tentando tirar a comida de dentro da garrafa. Com o passar do tempo, esses brinquedos precisam ser aprimorados e os níveis de dificuldade aumentados.
3. RECOMPENSE PELOS ATOS POSITIVOS
Aprendi que dar bronca quando o Kobe erra é a pior coisa que eu posso fazer. Não sei você, mas eu já passei por diversas situações de vinganças arquitetadas por ele: já comeu papel higiênico pós bronca, fez xixi bem do lado da fraldinha, fez greve de fome, e por aí vai...
Acredite, o melhor a se fazer é ignorar os erros e recompensar os acertos. Recompense com um carinho, uma brincadeira fora de hora, um biscoitinho... o que quer que seja. Se ele cumpriu uma regra, fez algo que pediu, ou apenas se comportou, o recompense. E se escapar um xixi, ou roer um chinelo só para chamar sua atenção, ignore. No fundo, tudo o que eles querem é o seu foco, mesmo que seja através de uma bronca.
4. USE O FINAL DE SEMANA A SEU FAVOR
Se eu posso dar uma dica final que seria a cereja do bolo, é essa aqui! Gaste muita, mais muito a energia do seu bichinho no final de semana. Tente sair um pouco de casa (seguindo toda as orientações de segurança, é claro!), tomar um ar fresco, fazer um passeio mais longo, socializar com outros pets. Isso vai fazer bem para vocês dois!
Por fim, quero dizer que todas as dicas são experiências do meu home office com pet em casa, portanto, são dicas pessoais. Confesso que essa rotina tornou o Kobe um cão muito mais saudável e comportado. Em todo caso, não sou profissional no assunto e se algum comportamento estranho se repetir, procure um adestrador ou médico veterinário.