5 vezes que a Copa do Mundo 2022 provou que futebol vai muito além do esporte
Desde antes de começar, a Copa do Mundo 2022 trouxe muitos questionamentos sociais importantes para nós, enquanto sociedade. Por ser extremamente conservador, o Catar realizou diversas restrições para as seleções mundiais de futebol e para os visitantes, além das já existentes para os residentes do país.
Com a Copa do Mundo 2022 e diversos casos de restrições do Catar que já rolaram até aqui, hoje, trouxemos alguns momentos que o evento provou que futebol vai muito além do esporte, seja com protestos silenciosos ou não.
Renata Silveira comemorou a estreia como primeira mulher a narrar um jogo de Copa do Mundo masculina na TV Globo. A narradora de 33 anos fez história na disputa entre Dinamarca e Tunísia na terça-feira (22) e segue como principal voz de um jogo por dia desta primeira fase do mundial. Ao todo, serão 11 partidas.
No mundial de 2014, a carioca foi a primeira mulher a narrar um jogo no rádio, quando ganhou um concurso da Rádio Globo. Quatro anos depois, venceu outro concurso da Fox Sports e narrou jogos da Copa de 2018. Claro que são feitos de se celebrar, ainda mais na maior disputa do mundo, mas Renata faz ressalvas com a demora para que o espaço fosse aberto para mulheres.
Alex Scott foi vista usando uma braçadeira One Love, enquanto apresentava a cobertura da Copa do Mundo do Catar em Doha, pelo canal BBC. A ex-zagueira da Inglaterra, de 38 anos, usou o símbolo anti-discriminação, quando a Inglaterra jogou contra o Irã em sua partida de estreia.
No domingo, Scott também falou sobre os direitos LGBTQIA+ no Catar durante a abertura da cobertura da Copa do Mundo da BBC: “um monte de fãs de todo o mundo da comunidade LGBTQIA+ não querem viajar para cá…” e continuou: “fazemos referência ao (presidente da FIFA) Gianni Infantino pelo que ele disse… você não é gay, nunca entenderá viajar para um país onde teme por sua vida apenas por causa de quem você escolheu amar".
O movimento de protesto do Irã se fez sentir durante a tão esperada partida contra a Inglaterra na Copa do Mundo de 2022, com pessoas segurando cartazes com slogans políticos e a seleção iraniana em silêncio durante o hino nacional. As torcedoras iranianas nas arquibancadas em Doha mostraram apoio esmagador aos protestos liderados por mulheres dentro do país.
Os jogadores da seleção iraniana permaneciam em silêncio enquanto o hino tocava, a multidão cantava canções de vitória antigovernamentais e vaiava. Os protestos provocados pela morte de Mahsa Amini, que teria sido espancada pela polícia depois de ser acusada de não usar o hijab adequadamente, agitaram o país desde setembro, apesar da dura repressão e prisões.
Os onze titulares da Alemanha posaram com a mão direita na frente da boca e, em minutos, a imagem circulou amplamente nas redes sociais. Quando a Alemanha postou em seu feed do Instagram sobre o ato que antecedeu o jogo contra o Japão no Grupo E, foi confirmado que o gesto foi concebido como um protesto à decisão da FIFA de proibir a braçadeira “OneLove” que muitos capitães europeus esperavam usar no Catar.
Os jogadores de futebol da Inglaterra se ajoelharam na Copa do Mundo da FIFA 2022 no Catar para “protestar contra a discriminação, injustiça e desigualdade”. Inicialmente, a seleção inglesa se ajoelhou antes dos jogos, em 2020, em solidariedade aos protestos pela morte de Floyd, o gesto, desde então, se tornou um apoio mais amplo à igualdade.
