Dentro do cenário atual mudanças são essenciais. Entendemos que, em nosso papel como plataforma de conteúdo, é nosso dever amplificar vozes que lutam contra o racismo e ser um espaço de fala. Sabemos que há um longo caminho a percorrer para uma real transformação e temos muito o que aprender, melhor e nos desconstruir.
Um passo em direção a essa desconstruição é entender a luta, dar visibilidade e se educar. Como? Lendo livros de autores negros, seguindo pessoas negras nas redes sociais, compartilhando suas conquistas, vendo filmes dirigidos e protagonizados por pessoas negras, exaltando artistas e produtores de conteúdo negro. Por isso preparamos uma lista de livros de autores negros que dão tal visibilidade e nos educam quanto sua luta. São leituras importantes e que mostram como lutar pela causa indo além das redes sociais:
Mulheres, raça e classe é um livro que aborda a situação das mulheres na história e as relações com a questão racial e de classe social. Na obra, Angela Davis defende a importância de se pensar esses problemas são relacionados, ou seja, analisando de que maneira as opressões se combinam e se sobrepõem.
Além de escritora, Angela Davis é filósofa e ativista norte-americana. Ela acredita ser impossível escolher apenas uma categoria de luta ― entre feminismo, antirracismo, anticapitalismo ou abolicionista. “Não acredito que seja saudável escolher uma luta e dizer que é mais importante do que outra, mas sim, em reconhecer como as diferentes lutas se conectam”.
O feminismo é para todo mundo apresenta com clareza a natureza do feminismo e o seu compromisso contra o sexismo e contra qualquer forma de opressão. Segundo Bell Hooks, a autora, o feminismo é capaz de mudar para melhor a vida de todas as pessoas, porque permite que se construa uma sociedade com mais amor e justiça. Assim como a obra de Angela Davis, esse livro também aborda a interseccionalidade de raça, capitalismo e gênero.
Bell Hooks é um pseudônimo de Gloria Jean Watkins - uma das mais importantes feministas negras da atualidade e também é considerada uma das principais intelectuais norte-americanas.
Quarto de Despejo foi publicado em agosto de 1960, pela então anônima Carolina Maria de Jesus. A obra eé uma reunião de cerca de 20 diários escritos por ela - mulher negra, mãe solteira, pouco instruída e moradora da favela do Canindé, em São Paulo. O livro foi foi um sucesso de vendas e de público, taduzido para treze idiomas, sendo um dos primeiros a lançar um olhar original da favela e sobre a favela.
O livro de Carolina Maria de Jesus narra de modo fiel o cotidiano passado na favela. Em seu texto, vemos como a autora sobrevive como catadora de lixo, tentando encontrar naquilo que alguns consideram como sobra o que a mantenha viva.
Americanah é um romance, que conta a história de uma nigeriana, que migra pros Estados Unidos pra fazer faculdade. Lá ela experiencia o racismo pela primeira vez, e mais tarde acaba ficando famosa por seu blog, onde escreve a visão de uma negra não-americana sobre os negros que são americanos e as situações que passam em uma sociedade racista.
A dona da obra é Chimamanda Ngozi Adichie, atualmente uma das maiores vozes da literatura africana. Seus títulos já foram traduzidos para mais de trinta idiomas e desde o primeiros anos de carreira, Chimamanda faz aparições e discursos poderosos. Em 2009 apresentou um TED Talk com o título The Danger of A Single Story que foi considerado um dos TED Talk mais assistidos da história.
Pequeno Manual Antirracista é um livro importante que aborda de maneira acessível e educativa sobre militância negra e feminismo negro. É um livro voltado justamente para pessoas que ainda não refletiram sobre sua própria racialização, o que inclui, principalmente, pessoas brancas, e que buscam entender seu papel na luta contra o racismo.
A autora, Djamila Ribeiro, tornou-se o nome mais conhecido quando se fala em ativismo negro no Brasil. E tudo isso de um jeito atual e através de uma comunicação de jovem nenhum não entenderia: através de presença ativa nas redes sociais, com mais de 600 mil seguidores no Instagram. E Djamila conseguiu que sua voz fosse muito além das redes sociais - ela se tornou presença frequente em debates sobre os movimentos das mulheres e na luta por diversidade.
Eu Sei por que o Pássaro Canta na Gaiola é uma das autobiografias de Maya Angelou - a primeira de sete - escrita pela autora. A história retratando a vida de uma menina Negra (que ela escreve em maiúscula no livro), entre os anos 1930 e 1940. Ela fala sem filtros sobre o racismo, o machismo, a pobreza. Ela narra a infância no sul racista de seu país natal e relata a infância traumática após sofrer um estupro aos oito anos, pelo namorado de sua mãe. O livro se tornou o primeiro best-seller de não ficção escrito por uma afro-americana.
Minha História é uma narrativa envolvente da ex primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, onde ela convida os leitores a conhecer seu mundo, recontando as experiências que a moldaram - da infância, dos seus anos como executiva tentando equilibrar as demandas da maternidade e do trabalho e do período em que passou na Casa Branca. Com sinceridade destreza, ela descreve seus triunfos e suas decepções, tanto públicas quanto privadas, e conta toda a sua história, em suas próprias palavras e termos. É definitivamente inspirador.
O Ano em que disse Sim foi escrito por ninguém menos que a roteirista e produtora Shonda Rhimes, criadora das séries “Grey´s Anatomy” e “Scandal” e produtora executiva de “How To Get Away With Murder”. O livro foi inspirado por uma frase que sua irmã uma vez lhe disse: “Você nunca diz sim pra nada”. A partir dessa advertência fraternal, Shonda então se dispôs ao desafio de dizer sim a tudo que a assustava. A obra traz lições importantes, conselhos francos sobre nossas origens, potenciais, lutas, autoaceitação, dentre outros valores.