Estilo em todas as idades, com Juliana Messenberg

por Giovana Marcon

 Em meio a um mercado cada vez mais jovem, em que as influenciadoras começam super cedo e em que as referências dificilmente representam todas as idades, é mais do que normal que algumas mulheres se sintam menos representadas no universo da moda. Juliana Messenberg foi uma delas e entrou em contato com a gente para mostrar o seu ponto de vista - o que achamos incrível, então não perdemos a chance de criar uma pauta especial com a sua história!

 
Juliana tem 48 anos, com a vida resolvida e tempo para focar e cuidar de si mesma. Além disso, ela também tem estabilidade financeira, o que grande parte do público mais jovem não tem. Ou seja, ela faz parte de um grupo perfeito para as marcas e criadores de conteúdo focarem suas ações, certo? Então por que temos tão poucas opções direcionadas para esse público?
 
Por isso batemos um papo com a Juliana, que é também tem um background profissional incrível na moda (ela fundou o primeiro outlet virtual do Brasil e fez o e-commerce de marcas como Colcci, Fórum e Lacoste), para entender como ela se sente e buscar uma solução para essas mulheres que são pouco representadas. Confira a entrevista na íntegra e dá só uma olhada nas produções que selecionamos no Instagram da Ju - já que ela é mega estilosa e pode ser uma inspiração e tanto para o seu dia a dia:
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Não. Acredito que todo mundo pode usar o que quiser, desde que se sinta bem e á vontade. Estar confortável na roupa é o primeiro ponto para se ter estilo!

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Já, claro! 

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Não. Sou daquelas que se me sinto bem na roupa, saio me achando! Acho que todo mundo quando se gosta em um look, enfrenta o mundo. É um sentimento de poder.
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Quando a gente descobre as peças que funcionam para nosso biotipo, descobrimos o caminho da mina de ouro! Daí você compõe seu estilo com segurança. Isso, sem dúvida, é o tempo junto com seus erros e acertos que te dão! Essa base é levada para a vida! É como um alicerce onde depois você brinca com as peças mais “datadas”. Se for para escolher uma peça só, eu escolheria um bom jeans, sempre!
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Hoje me sinto uma excluída. Todas as referências são divulgadas em meninas ou mulheres com no máximo 33/35 anos, que tem um lifestyle completamente diferente do meu. Eu procuro sempre canais que possam me representar, mas infelizmente, no Brasil, tirando a Consuelo Blocker, não temos essas pessoas. Na Europa, agora começou a aparecer uma ou outra, mas no Brasil é quase proibitivo ter mais do que 45 e ser influencer. Eu considero um erro absurdo, afinal mulheres nessa idade estão absolutamente ativas, estabilizadas financeiramente, com mais tempo para si mesmas uma vez que os filhos cresceram, mas são desprezadas pelo mercado!

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Eu compro roupa quando gosto e sei que vão durar. As vezes compro as bem de moda mesmo, que já já ninguém mais usa, mas essa escolha é em menor número e em peças mais baratas. Compro em lojas físicas, mas compro na internet também. Uso muito a internet para lingerie e coisas como camisetas. Quando preciso de uma roupa de alfaiaratia, vou na loja!

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Uma mulher resolvida, que se arruma para passar o dia de uma forma elegante e confortável, com estilo e personalidade. Definitivamente o oposto das influencers que saem montadas para irem almoçar em algum shopping. Para mulheres da minha geração, essa influencer não traz apelo nenhum, a vida que ela leva não tem nada a ver com a minha.

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Tenho uma infinidade de roupas vintage! Fora o período que fiquei grávida, meu corpo é bem parecido, então tenho muitas peças com 15, 20 anos de idade. Uma boa calça, um casaco bem cortado, vestidos de forma geral. Tenho também algumas camisas e vários lenços e echarpes, sem contar os acessórios como brincos, pulseiras e colares!
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Não acho que seja um problema das mulheres, acho que é uma barreira do mundo da moda. As pessoas acham que se uma menina estiver usando aquilo vira aspiracional. É um engano grotesco, as mulheres mais velhas querem se identificar para terem um aval de que podem usar aquilo! Uma moça de 35 anos não nos avaliza. O dia dela não parece com o nosso! A pele dela não é como a nossa. Por isso ela não nos representa.
 
Eu sou desse mundo então para mim é mais fácil, mas tenho amigas médicas, executivas, advogadas que ficam completamente sem referência. Me ligam perguntado coisas que um canal apropiado faria fortuna se prestasse atenção nesse público!
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