As previsões astrológicas estão nos ajudando ou nos deixando mais ansiosos?

por Giulia Coronato

Desde que me conheço por gente eu me interesso por astrologia e por previsões astrológicas. No início, tudo começou com a vontade de poder prever algo que dissesse a respeito do meu futuro e saber se o signo do meu namoradinho da época combinava com o meu. É claro que com o passar do tempo e com a idade aumentando, eu fui me aprofundando cada vez mais no assunto e encontrei na astrologia uma forma de autoconhecimento que me fez muito bem desde sempre e que me ajudou a conhecer profundas partes de mim. 

Diferente do que alguns pensam, a astrologia não é nada recente e ela existe há milhares de anos. Diversas civilizações da antiguidade notaram que era possível prever o movimento das estrelas e dos astros que viam no céu e que esses movimentos, apesar de não saberem ao certo o que isso significava, influenciavam diretamente as estações do ano, as marés, as colheitas e outros diversos aspectos de suas vidas. Os primeiros resquícios de estudos da astronomia e da astrologia datam de 4.200 a.C. 

Graças à Internet, a astrologia foi completamente democratizada e hoje, em um clique, qualquer um tem acesso à previsões astrológicas para seu signo, com dicas do que fazer ou não nesse período. Não é raro vermos pessoas deixando de fazer certas coisas e atividades porque está em seu inferno astral ou porque Mercúrio está retrógrado. Para aqueles que acreditam a astrologia se tornou um métrica quase precisa de como viver sua vida e muitos estudiosos do comportamento falam que a astrologia se tornou a religião dos Millenials e da Geração Z.

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Toda segunda-feira, eu e as meninas do escritório aguardamos ansiosamente pelo horóscopo semanal de um astrólogo que todas nós gostamos e confiamos plenamente. No final do dia, quando ele finalmente libera as previsões, é mais do que normal pequenos surtos, decepções e até excitação virem a acontecer, dependendo de qual foi o direcionamento das previsões. Por ser mais interessada em astrologia do que os outros, eu sempre fui atrás de diversos horóscopos e previsões e não tem como negar, que ler em um pequeno trecho que eu iria encontrar um possível amor essa semana ou que eu deveria tomar cuidado com as minhas finanças, me deixavam mais ansiosa do que o normal e eu comecei a viver em um eterno estado de alerta.

Quando você lê que sua semana não vai ser tão boa e que possíveis desastres podem acontecer, você imediatamente cria um preset em sua mente, esperando dias horríveis pela frente e vendo tudo a sua volta da forma mais negativa possível. Ao ler uma previsão negativa na segunda-feira e ter fincado em sua mente que toda sua semana será ruim, isso só vai atrair coisas ruins e no final das contas, é claro que sua semana vai acabar não sendo tão boa, pois você já tinha isso estabelecido no primeiro dia.

Outro exemplo que me fez questionar intensamente o papel da astrologia na minha vida foi algo que minha mãe vem me dizendo desde sempre. Toda a minha família é extremamente ligada à astrologia e assim que alguém nasce, uma das primeiras coisas a serem feitas é seu mapa astral. Comigo não foi diferente, quando eu nasci minha mãe logo foi à um astrólogo fazer meu mapa e entre as diversas previsões astrológicas de como minha vida viria a ser no futuro, ele disse que eu seria mãe aos 21 anos. Eu cresci ouvindo isso, e desde o momento que eu perdi minha virgindade até depois de todas as relações sexuais que eu tive no decorrer da minha vida, eu sempre tive muito medo, apesar de sempre me proteger e já devo ter gastado uma boa fortuna em testes de gravidez. 

Hoje, dia 25/06, eu completo 22 anos e me sinto realmente livre dessa "maldição dos 21", nome que eu e minhas amigas demos carinhosamente à essa assustadora previsão. Parece que tirei um peso de 200kg das minhas costas, um peso que foi colocado unicamente pela astrologia e pela forma que eu e minha família nos relacionamos com ela. 

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Eu amo a astrologia, estudo os movimentos dos astros desde que sou adolescente e interpretei meu primeiro mapa astral com 16 anos, sempre vou ter a astrologia na minha vida e acredito fielmente que ela pode nos ajudar, clarear nossa mente em momentos difíceis e ser um gigante facilitador no autoconhecimento. Mas não devemos levar as previsões astrológicas como regra, ler seu horóscopo deve ser como checar a previsão do tempo, você ainda vai sair na rua quando a previsão for de tempo feio, mas vai levar um guarda-chuva com você pra se prevenir. A astrologia indica uma inclinação, "essa semana você tem uma inclinação a encontrar um amor" ou "essa semana seu signo tem uma inclinação à ter problemas financeiros". A astrologia é uma ciência extremamente complexa e acredite, não é uma previsão de 5 linhas no Instagram que vai ditar como sua semana vai ser. Cada pessoa é um universo e sente os movimentos dos astros de forma completamente diferente.

Use a astrologia à seu favor! Pesquise, leia, vá atrás, faça seu mapa, faça a sinergia do seu signo com o do crush e o mais importante, procure um astrólogo de confiança, que te entregue esse conteúdo com responsabilidade. Um bom astrólogo, assim como um bom terapeuta, não vai te dar direções diretas e certeiras do que fazer na sua vida, ele vai te mostrar o cenário e te orientar e a partir daí, você tira suas próprias conclusões. 

A astrologia é uma ferramenta incrível de autoconhecimento e devemos usa-lá de forma sábia, é claro que é super divertido ler previsões e horóscopos pela Internet e se isso te faz bem, você não deve parar! O importante é levar em consideração que isso não é uma ciência exata e que não devemos usar a astrologia como métrica para tomar decisões.

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