*Conteúdo produzido pela fotógrafa e DJ, Mariana Zander.
Finalmente depois de um hiato de dois anos o Coachella voltou a brilhar. Com headliners como Harry Styles, Billie Eilish e Swedish House Mafia, o maior e mais icônico festival das galáxias levantou a poeira do deserto, aquecendo os corações dos seus devotos e de toda a gente que ama aglomerar pela música.
Eu estive por lá no weekend 2 e escrevo esse texto ainda na high energy do que vivi, mas prometo descortinar o olhar encantado, filtrar os looks hype-desconforto e falar a real.
De qualquer forma, a gente sabe: o Coachella segue na lista dos eventos mais estilosos do calendário cultural e me arrisco a dizer que não o achei tão “bohemian chic” como de costume, mas sim bem diverso nos looks, sem um estilo específico no frontline. Curto a liberdade total na hora de se montar, afinal, festivais são terreiros pra se experimentar e explorar. A moda é uma manifestação muito forte de expressão, portanto, seja você mesmo, sem amarras, tudo pode.
Dito isso, vem comigo nessas trends: looks oversized e vestidos com franjas bombaram, como estampas de cobra e as botas de cowboy - brancas na sua maioria. Os Dr. Martens com solado plataforma eram facilmente vistos, relembrando a referência grunge dos anos 90. Sem esquecer da turma do conforto com estilo que escolheu usar tênis.
Foi a minha primeira vez nesse espetáculo de lugar e meu HD quase não deu conta da magnitude de tudo. Com palcos gigantes e uma produção impecável, não sobrou espaço pra pensar na canseira que é andar de uma tenda a outra. A energia pulsa, a arte é um chamado, os sorrisos no caminho são o combustível para a peregrinação.
Cheguei com as expectativas nas alturas e me surpreendi ainda mais com o que vi.
Nos três dias de festival não houve nenhum gap na minha programação, eu chegava por volta das 4 da tarde (experimente ir antes e você vai derreter no calor) e seguia bem louca querendo cumprir minha lista extensa de atrações até o fim da noite. Dica: baixe o app do Coachella e organize seu próprio line-up.
Se tiver que citar um downside, seria o acesso aos indoor stages. A tenda Sonora, dedicada ao hard rock e a Yuma, de música eletrônica, ficaram bem difíceis de entrar, com filas enormes...
Sou bem daquelas que se separa dos amigos pra curtir o show desejado sozinha na platéia. Prefiro seguir meus passos e não perder o foco na música. “A gente se encontra depois!” Quem se identifica?
A volta dos grandes encontros pela música não é a única coisa a se celebrar nesta edição. A curadoria nunca foi tão inclusiva, trazendo Raveena Aurora, a primeira artista indiana a se apresentar no festival, sem mencionar a Pabllo Vittar, que chegou de peito aberto e atitude de sobra, como a primeira drag queen da história a subir no palco do Coachella com um show solo.
Anitta dispensa comentários, goste-se ou não, é um furacão no palco, foi incrível vê-la performando para uma super audiência. Essa mulher é uma ordem, minha gente. Está mudando a geografia do Brasil.
Para quem, como eu, gosta de shows aliados a performances visuais, o Coachella é puro deleite. Madeon e Flume, por exemplo, artistas que eu não conhecia, me impactaram demais com imagens repletas de magnetismo.
Decidi poupar vocês de resenhas detalhadas das performances que me arrebataram, mas posso dizer que; conectada com as bruxarias do deserto, sob um céu de raio laser, fiz meu mapa astral e ficou assim:
Sol em “Channel Tres”
Lua em “Caribou” e ascendente em “Disclosure”.
Vênus em “Anitta”
Mercúrio em “Hot Chip”
Marte em “Black Coffee”
Catou essa magia? Bem, essa é a minha singela opinião!
Volto pra casa flutuando, foram tantos encontros com o ápice, oportunidades de êxtase, tô com o mar que dança no meu peito gritando: “olha a ondaaaa!”
Eu não sei de nenhum outro momento da história, onde a alegria do encontro pela arte se fez tão necessária. Vocês?
O Coachella é uma oferenda da música efervescente contemporânea. Foram dias de um realismo mágico que te abraça. Saio com o meu chip interno bailando na curva, um tanto pilhada, mas no boost, de copo cheio.
Foi bonito confirmar que a sinergia dos festivais segue intacta e mais viva do que nunca. Até o próximo ano, Coachella.
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