A história da moda é recheada de curiosidades, fatos estranhos e origens polêmicas. Desde o início daquilo que conhecemos como moda, no século 15, a indumentária passou por diversas transformações e adaptações, e o que vestimos hoje, não chega nem perto de se assemelhar ao guarda-roupa dos renascentistas europeus da época.
Mas, por mais diferente que seja nosso vestuário contemporâneo, a maioria das peças que usamos são na verdade readaptações de peças e itens que foram criados e usados há décadas, séculos atrás! E é nisso que vamos nos aprofundar hoje, a história da moda por trás das peças e looks mais icônicos e famosos do nosso guarda-roupa. Vem comigo:
minissaia
A minissaia é conhecida como um grande divisor de água no vestuário feminino. Com sua origem datada da década de 60, e seu berço a movimentada e efervescente Londres da época, o bottom foi um marco para a liberdade das mulheres. A mente por trás da peça icônica foi Mary Quant, estilista britânica que em 1955 inaugurou a Bazaar, na King's Road, em Londres. A loja, foi um sucesso nos anos seguintes, e tinha como objetivo criar uma moda que refletisse o espírito da juventude londrina.
A história da moda por trás da minissaia é um pouco incerta e cheia de versões, Mary Quant já havia começado a brincar com o comprimento em 1958, mas as primeiras peças em si, só vieram a aparecer uma década depois. Tanto na boutique da King’s Road, como nas silhuetas de outros designers, como o francês André Courrèges - que também é frequentemente citado como um pioneiro.
Em 1969, a minissaia atingiu seu auge na moda, mas logo em seguida caiu em saturação e deu espaço para os comprimentos mais longos e amplos, tanto pelo fator cíclico da moda, como também pela mudança drástica de valores sociais. Depois disso, o item viveu diversos comebacks com o decorrer dos anos, sempre ligado a um movimento cultural e hoje, a minissaia se tornou um clássico, amado e usado por todas.
calça jeans
Não tem como falarmos de história da moda sem falar da calça jeans. O bottom mais famoso de todos os tempos teve sua origem na França, em Nimes, em 1792, quando era usado para confeccionar roupas de marinheiros, nessa época o jeans era pouco maleável, rígido e tingido em tons de marrom. Chamado de Tecido de Nimes, logo passou a ser abreviado para denim. Quase 50 anos depois, o inventor e visionário Levi Strauss importou o jeans para os Estados Unidos e adaptou-o para uma versão mais confortável e maleável, com a intenção de confeccionar roupas de trabalho para os mineradores. Após 30 anos, Levi e o alfaiate Jacob Davis patentearam a primeira calça jeans da história, a primeira Levi’s, a 501.
Mesmo já existindo há décadas, foi somente em 1950 que a calça jeans virou a ser o que é hoje, completamente amada e usada por todos. Foi no corpo das maiores celebridades da época, como James Dean, Marlon Brando e Marilyn Monroe, que o item virou um completo hit e moldou completamente a geração da época
tênis
O tênis talvez seja a peça mais antiga do nosso vestuário. O item de footwear curinga e confortável tem sua origem ligado à prática de esportes, e apesar de já ter mudado completamente, o objetivo e a função continuou a mesma. O primeiro tênis está datado na Grécia Antiga, quando os atletas dos Jogos Olímpicos pararam de andar descalços e passaram a usar sandálias de couro, para proteger os pés e garantir uma melhor performance atlética. Isso ocorreu em meados de 776 a.C. e 393 d.C.
Foi só muito tempo depois, no século 19, que a herança do calçado grego apareceu, já voltado para a prática de corrida, surgiu na Grã-Bretanha, totalmente confeccionado em couro. As solas de borracha foram a invenção seguinte, chegando em 1830, uma invenção criada e patenteada pelo nova-iorquino Wait Webster.
Mas, quando falamos de tênis da forma que conhecemos hoje, a Reebok - que na época se chamava Bolton - é a grande pioneira e responsável. Em 1852, a marca utilizou spikes no solado para facilitar a prática dos exercícios de corrida, lançando um sapato super semelhante ao que conhecemos e usamos hoje. Devido ao alto preço, os tênis eram produtos da categoria de luxo naquele período, não muito diferente dos dias atuais, né?
terno feminino
O terno, desde o seu surgimento e por todas as suas atualizações, foi parte do vestuário masculino, nunca se misturando ou transitando para o guarda-roupa da mulher, pelo menos, não até a década de 60. O estilista argelino radicado na França, Yves Saint Laurent, desafiou a noção de masculino e feminino na época, lançando o Le Smoking, o primeiro terno feminino da história.
Apesar das mulheres já estarem usando calças no cenário profissional e nas indústrias, foi somente após o lançamento do Le Smoking, em um desfile de Alta Costura, no verão de 1966, que a revolução do terno feminino e das calças femininas foi criada. O Le Smoking tornou-se um símbolo da emancipação feminina, da liberdade da mulher, principalmente no quesito moda.
Hoje, o terninho é um clássico do guarda-roupa de toda mulher e já passou por milhares de reinvenções e adaptações, tanto nas coleções da Saint Laurent, como em outras grandes casas de luxo e até no fast fashion! A comprovação disso é o fato de ser praticamente impossível você não encontrar uma calça de alfaiataria e um blazer em uma marca de roupas atualmente.
salto alto
Um dos fatos mais curiosos da história da moda é que os sapatos de salto surgiram, na verdade, na indumentária masculina. Apesar de não sabermos ao certo quem foi o criador do salto alto, ele é extremamente ligado ao reinado de Luís XIV, que abusava de roupas extravagantes, acessórios exagerados e tinha o salto como grande aliado, já que tinha menos de 1,60 de altura e queria sempre parecer mais alto.
Mas, foi só no reinado seguinte, que o item se popularizou e passou a ser usado, não só por diversos homens da corte, como também por mulheres, se tornando aos poucos o que conhecemos hoje.