A representatividade das mulheres gordas na TV e no cinema

por The Look Stealers

por Carla Ortiz

Quase todas as mulheres gordas ou que foram gordas na infância e adolescência, tem a lembrança de olhar para tv e desejar ter o corpo padrão das protagonistas das novelas, filmes e desenhos. Eu assistia filmes em que a protagonista gorda quando tirava férias realizava o grande sonho de emagrecer, e voltava para a escola super popular e sendo desejada pelos garotos. E esse era o meu maior sonho, alcançar aquela representatividade: emagrecer para ser desejada e ter muitos amigos. 

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Foto: Missão Madrinha de Casamento (Reprodução)


Há alguns anos tornou-se mais forte a discussão em torno da representatividade, e a importância de diferentes corpos estarem presentes na publicidade e nas mídias. O cinema e a televisão também aderiram o movimento, e o catálogo de filmes com mulheres gordas chegaram aos streamings e cinemas. Mas a forma como essa mulher ainda é retratada não representa muitas pessoas, inclusive eu, que sempre encontro personagens maiores em papéis cômicos, escrachados, e chegam até a ridiculariza-la por tamanha dose caricaturesca. 

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Foto: Esquadrão Trovão (Reprodução/Netflix)

O último filme lançado que chamou a minha atenção foi Esquadrão Trovão, filme de super herói que tem como protagonistas mulheres gordas, Melissa McCarthy e Otavia Spencer, duas super atrizes que foram pouco exploradas, e colocadas (mais uma vez) nesse lugar caricato. Ao compararmos um filme de super heroína, como Mulher Maravilha, ao mais novo filme da Netflix percebemos o abismo que existe entre como é retratada a mulher gorda e uma mulher padrão. A primeira é sexy, inteligente, uma verdadeira heroína. Já a segunda (principalmente no papel de McCarthy) as primeiras cenas mostram como ela é desleixada, não se importa com aparência, e é engraçada. E cade a representatividade nisso?

Nós mulheres gordas somos multifacetadas, e queremos ser interpretadas em papéis que abranjam o quão plurais somos!

Quando o papel não é cômico, a personagem passa por uma jornada de autoaceitação, ou o enredo aborda algum fator que diz respeito ao corpo dessa personagem. Nós mulheres gordas somos multifacetadas, e queremos ser interpretadas em papéis que abranjam o quão plurais somos. Imagina se Emily in Paris ou A Barraca do Beijo tivessem personagens com diferentes corpos, e que a trama em que ela estivesse envolvida não tivesse relação com seu corpo?

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