Nosso Natal é tropical, mas quem nasceu ou mora no hemisfério norte passa o final do ano em temperaturas baixas, muitas vezes rodeado de neve. Ainda assim, mesmo aqueles que vivem sob o calor intenso de dezembro também associam a data a uma estética invernal — cortesia tanto da figura lúdica do Papai Noel, originário da gelada Lapônia, quanto de momentos marcantes da cultura pop. E um dos maiores representantes desse impacto são os suéteres feios de Natal, perfeitos para traduzir o clima cozy festivo.
De aparência intencionalmente duvidosa, eles personificam os clichês visuais da data: tons de vermelho e verde, estampas natalinas e da estação, que vão de bonecos de neve a renas, pinheiros ou sinos. Eles se tornaram marca registrada do período há muitos anos, sendo parte fundamental do imaginário popular. Mas, afinal, de onde vem a tradição dos suéteres feios de Natal?
Leia também: Só uma lembrancinha? 8 presentes de Natal baratex que não são meia
Inicialmente usados no pós-guerra, eles começaram a ganhar popularidade nos anos 1950, quando eram chamados de jingle bell sweaters. Já contavam com motivos natalinos, mas ainda mantinham um ar relativamente discreto, priorizando cores neutras. Sua ascensão se deu na década de 1980, famosa pelos excessos, onde eles se tornaram hit e passaram a ganhar todo tipo de decoração - quanto mais exagerada, melhor: glitter, pompons, laços, patchwork, aplicações- tudo passou a ser opção para customizar.
Porém, a grande virada foi no início do milênio. Apoiado por aparições em filmes e seriados, o suéter se tornou um símbolo irônico e irreverente, entrando na cultura pop para nunca mais desaparecer.
Fãs de comédias românticas não vão esquecer de Bridget e Mark Darcy com os seus no primeiro filme de Bridget Jones. E como não mencionar a coleção de Seth Cohen em The O.C., exibida nos episódios de Chrismukkah, que misturavam Natal com Hanukkah?
A febre nunca mais cessou, e a primeira festa temática com dress code de suéteres feios de Natal de que se tem registro rolou no Canadá, em 2002. A oferta de compra também expandiu muito. Se até então as opções se limitavam principalmente a modelos vintage — e garimpar um em brechós era quase uma arte —, marcas de luxo como Stella McCartney, Dolce & Gabbana e Ralph Lauren passaram a confeccionar suas versões. O uso se tornou disseminado e até fashion icons, como a rainha do cool Sofia Coppola, se renderam à tradição kitsch.
Hoje em dia, eles foram adotados definitivamente. E rola um concurso informal para ver quem surge com o mais absurdo ou “feio”. Recentemente, na terceira temporada de Emily em Paris, a protagonista teve mais um de seus faux pas com um modelo bem exagerado, que até acendia luzes natalinas.
Existem opções infinitas para aderir e um passeio pelo feed gringo do instagram ou Tiktok compova na prática, contemplando várias interepretaçoes. Das mais lúdicas as menos literais, através de desenhos que remetem ao frio.
Ou referências não tão óbvias, mas super em sintonia, como laços. Ainda mais se incluírem verde ou vermelho.
Estampas como Xadrez ou Fair Isle, associada ao tradicional tricô escocês, são uma alternativa para quem quer entrar no clima, mas prefere um estilo mais clássico.
Seja abraçando o exagero ou reinterpretando o clássico, os suéteres feios de Natal se tornaram parte indispensável da cultura e adicionam toque de humor e nostalgia ao espírito natalino.