Nos deparamos com o nome da Isa ao folhear as páginas de beleza da Elle Brasil em busca de novas referências. A conexão com os textos da jornalista foi imediata: reportagens completas, inspirações fortes em beautés, imagens de tirar o fôlego e muito conteúdo de peso sobre o tema. Não foi a toa que corremos atrás dessa expert para conversar um pouco mais sobre o jornalismo de beleza no Brasil e alguns caminhos essenciais para segui-lo na profissão.
Formada pela PUC-SP e com o sonho inicial de trabalhar com moda, Isabella de Almeida Prado foi parar em beleza quase sem querer, quando surgiu a oportunidade de colaborar com o tema em uma editoria própria. Em sua rotina, a Isa testa novos produtos antes de escrever sobre eles, mergulha nos backstages das temporadas de desfiles e ainda possui uma lista bem bacana - que revelou com o STL - de referências no assunto. Quer saber mais sobre ela e se inspirar com jornalismo nesta área tão fascinante? Então segue por aqui:
Desde pequena, tenho um fascínio por beleza. As mulheres da minha família sempre foram muito vaidosas, me inspiraram muito, mas de uma forma muito consciente. Sempre fui a amiga que se interessava mais por make e fazia nas minhas amigas da escola. Mas o encanto pelo tema, de fato, pintou quando comecei a trabalhar com isso. Fiz jornalismo com uma ideia fixa, que escreveria sobre moda. Comecei a fazer alguns trabalhos, fui repórter freela por um tempo de um site de moda, até que surgiu a oportunidade de começar a colaborar com uma revista para a editoria de beleza.
A indústria da beleza gera pautas infinitas, porque sempre há muitos lançamentos e novos movimentos. Por isso, é preciso se atualizar diariamente, ter muitas referências para sacar o que pode virar uma pauta relevante. A beleza tem essa cara leve, descontraída, mas é um trabalho muito sério porque esbarramos também em questões de saúde e comportamento. O meu conselho é estudar muito, ler de tudo — desde artigos científicos e pesquisas até matérias e livros sobre o tema — e, claro, ter sempre fontes confiáveis.
Minha pesquisa de referências sempre começa com a temporada de desfiles, mergulho nas imagens para encontrar novidades de cabelo e make. Além disso, uso o Instagram como ferramenta para conhecer novos maquiadores, comportamentos e até marcas. Acho que é um bom termômetro.
Não sinto que há uma diferença, acho que estamos bem alinhados com os veículos internacionais! Há um novo momento, que aparece aqui e lá fora também, de tentar ver a beleza não mais como uma obrigação feminina mas como uma escolha. É um turning point, fundamental para produzir matérias que respeitem mais o jeito que cada um vê a beleza.
O jornalismo de beleza é um assunto sério, discutimos temas muito delicados. Acho que comunicar isso, investigar o assunto com profundidade e trazer também uma novidade à leitora é sempre um desafio!
Acho que o jornalismo de beleza acompanha agora esse novo levante feminista e isso impactou a produção de matérias, modificou toda a indústria. Sai de cena um discurso de beleza como necessidade feminina e entram pautas que deixam a leitora mais livre para fazer as suas escolhas com o corpo, cuidados faciais e até mesmo a maquiagem que ela se sente mais confortável em usar.
Para quem curte make, vale seguir a @annesophiecosta, maquiadora portuguesa com um olhar muito contemporâneo. A @ruthiebarone é também uma opção legal, ela faz sombras artísticas, com pinceladas incríveis. Mas a minha paixão mesmo é o skincare. Sugiro perfis como o @sortofobsessed, @gelcream e @moikobeauty, que unem resenhas de produtos, rotinas de beleza e imagens belíssimas.
Faz algumas temporadas que os maquiadores estão falando desse glow que vem de dentro, de uma pele mais saudável, bem cuidada. Acho que vale a pena apostar nisso, a nossa pele tem cores naturais lindas, é mais legal revelar do que esconder. Minha maquiagem é sempre muito natural, mas quando decido ousar um pouco, amo olhos coloridos, de preferência um lavanda ou amarelo gema, com uma camada de gloss por cima.