Você já ouviu falar em bimbocore ou new age bimbo? O polêmico nicho estético é assunto no TikTok desde 2020 e vem ganhando cada vez mais espaço no mainstream com a proposta de transformar o termo depreciativo, passando por uma espécie de rebranding, subvertendo seu significado original. A expressão bimbo carrega conotação negativa e conquistou fama durante o período Y2K, usada para classificar mulheres belas e presumidamente pouco inteligentes, insinuando um link entre beleza/sensualidade e falta de intelecto, em especial no estereótipo da loira atraente e superficial. Nomes como Pamela Anderson, Paris Hilton e Britney Spears são alguns exemplos de personalidades que sofreram com o rótulo no início do milênio. Com a revisão de tantos preconceitos e ideias ultrapassadas impulsionados pela nova consciência proposta pela Geração Z, o termo é ressignificado e atualizado com os valores de hoje em dia, defendendo a pluralidade e rejeitando a noção de que para ser levada a sério, você precisa mudar sua aparência ou dosar seu gosto pessoal e interesses. Na prática, uma celebração de hiperfeminilidade, porém ampliando suas definições, abrindo espaço para interpretações variadas que estimulam empoderamento e individualidade.
Pamela Anderson foi alçada à fama antes da popularização do termo bimbo, porém também foi alvo do comportamento tóxico relacionado às ideias por trás dele. Ícone dos anos 90, ficou conhecida ao interpretar uma salva-vidas na série americana "Baywatch"- sua imagem correndo na areia à bordo de um maiô vermelho marcou geração - e por seu conturbado casamento com Tommy Lee, baterista da banda Motley Crew. Seu nome e história voltam à tona com o lançamento da minisérie "Pam & Tommy" que reconta o período da vida do casal durante o trauma do vazamento de um vídeo íntimo. Estrelada por Lily James e Sebatian Stan, a produção já pode ser conferida na plataforma de streaming Star+.
O estilo de Pamela Anderson nos 90s é fonte de inspiração para traduzir o mood atual, que prega o retorno do sexy empoderado, injetando glamour e autoconfiança nas produções que seguem a estética bimbocore. Chapéus de pelúcia, corselets e peças bodycon assinados por designers como Vivienne Westwood e Versace eram elementos recorrentes de seus looks e são itens certeiros das wishlists fashionistas do momento.
Empoderar-se do seu sex appeal, assumindo controle da própria narrativa com zero receio de exaltar curvas ou chamar atenção é preceito básico para aderir. Ela também era adepta do athleisure com macaquinhos esportivos, camisetas tipo baby look, além do combo comprimento mini e cintura baixa.
No cinema, a franquia "Legalmente loira" é representante dos ideais por trás do conceito de new age bimbo ou bimbocore com a jornada de uma adolescente vaidosa que é julgada e subestimada pelo ex-namorado e acaba se tornando advogada de sucesso formada em Harvard, sem jamais abrir mão de seu estilo pessoal, formado por arquétipos de feminilidade. Comprovando que uma ideologia progressista com preocupações sociais e anti preconceitos coexiste perfeitamente com preferências estéticas.
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Decotes, unhas longas, acessórios de cristais, rosa dos pés à cabeça, sapatos de plataforma, barriga de fora e makes elaboradas são tendências cujo avanço pode ser atribuido ao crescimento desse core hiperfeminino.
Silhuetas bodycon e vestidos com cut-outs são hit:
Conjuntinhos e texturas fuzzy indo dos casacos aos acessórios, se algum tom de rosa estiver presente na composição, ainda melhor:
Saltos vertiginosos com comprimentos curtíssimos:
A marca Blumarine mergulhou com tudo na vibe e não por acaso é uma das favoritas do momento:
Abraçando a liberdade- independentemente de gênero, biotipo ou faixas etária- de expressar seu estilo, sem reduzir preocupações estéticas à superficialidades e apontando o óbvio, que hiperfeminilidade náo é sinônimo de uma cabeça vazia.