"Como vocês começaram o Steal The Look?" Recebemos essa pergunta um dia sim, e o outro também. Como, além dessa pergunta, muita gente pede dicas de como criar seu próprio negócio, como trabalhar com moda, quais as dificuldades que encontramos, entre diversas outras do tipo, resolvemos separar esse espaço pra tentar ajudar quem tem o mesmo sonho que nós tínhamos: ter o seu próprio negócio de moda.
Mas calma, se você é Look Stealer novo e caiu de paraquedas nesse post, aqui vai uma breve e modesta (#sqn) explicação sobre o site. Daquelas bonitas que jornalistas escrevem sobre a gente, sabe?
"Com dois milhões de acessos mensais, o portal de conteúdo de moda Steal The Look traz para o universo online um formato inovador. Plataforma líder no Brasil em conteúdo comprável, o STL é um híbrido de blog, e-commerce e revista online, reunindo, em uma única página, informação de moda, beleza e a possibilidade de compra de todo o conteúdo oferecido no site. O diferencial do Steal The Look é a capacidade de fazer com que todas as mulheres consigam inserir no seu dia-a-dia suas tendências favoritas das semanas de moda, street style e celebridades. Em 2015, no terceiro ano do negócio, o site faturou mais de 1.5 milhões de reais, e para 2016, a previsão é de que o faturamento ultrapasse 2 milhões de reais (em plena crise).''
Chique, né? Então vamos ao que interessa:
Entrada do escritório atual.
@ManuelaBordasch: a ideia surgiu durante o meu último semestre de faculdade, quando estava fazendo meu TCC, cujo tema era a inserção do modelo fast fashion na cultura brasileira.
Uma das tarefas que minha orientadora na época me passou era entrevistar pelo menos 10 pessoas do ramo, então comecei a procurar todos os cursos de moda possíveis pra fazer em paralelo à faculdade. Cursei vários, não só os que tinham conteúdo relacionado ao tema, mas os que eu via que teriam professores ou convidados que seria interessante entrevistar.
Foi durante esses cursos que comecei a me familiarizar com sites e blogs de moda. Eu não acompanhava nenhum na época e lembro que a minha primeira reação ao começar a ler esses blogs foi: por que essas meninas não colocam os produtos que elas estão usando já com link para que as pessoas possam comprar online (hoje a maioria já faz isso, mas na época ninguém fazia).
Lembro que pesquisei muito, pois realmente achava algo muito óbvio. Quando vi que ninguém fazia isso pensei: se ninguém faz, por que eu não faço?
Ao mesmo tempo que pensei isso, eu não queria ser blogueira, não achava minha vida interessante o suficiente pra sair compartilhando tudo o que eu fazia (até porque vivo de jeans, tênis e camiseta, então meus looks do dia com certeza não seriam muito atraentes). Outra coisa que pensava é que o blog tem uma vida útil, e segue a vida da blogueira. É inevitável que, quando a blogueira case, ela fale mais sobre casamento, que quando engravide, fale mais sobre gravidez, etc.
Então pensei em criar um portal que tivesse inspirações de looks reais, de pessoas reais, que pudesse ser comprado no mesmo minuto. Mas, principalmente, um site democrático, que falasse com as pessoas de uma forma que elas se identificassem (sem mostrar só mulheres que usam grifes dos pés à cabeça e marcas inatingíveis pra maioria das pessoas). Dessa forma, o intuito era ser uma ferramenta pra facilitar a procura de looks e inspirar mulheres do mundo todo, sem que fosse um blog que falasse do estilo de uma única pessoa.
Já com a ideia em mente, comecei a pensar o que eu precisava pra colocar isso em prática. Em primeiro lugar, o nome. Pesquisei muito e vi que alguns sites gringos tinham categorias chamadas Get The Look, mas achava meio sem sal, achava que faltava algo. Então pensei em STEAL, que é muito mais legal que GET (o "roubar" tem um charme maior do que "pegar", ao menos pra mim). Depois disso, o ponto mais importante: as pessoas.
Eu sabia que queria fazer o site, mas nunca teria feito sozinha, não só por insegurança, mas porque eu não tinha conhecimento suficiente sobre moda. Eu sempre gostei de moda, mas meu maior interesse sempre foi o lado do negócio como um todo. Então na mesma hora lembrei da Catha (que eu já conhecia do colégio e temos uma melhor amiga em comum). Eu sabia que ela era louca por moda, super estilosa e estava voltando a morar no Brasil, depois de anos em Los Angeles. Mandei mensagem perguntando se ela toparia montar o site comigo e ela topou na hora. Depois disso, como não tínhamos como investir dinheiro, fomos atrás de quem toparia entrar no negócio com a gente, não necessariamente com dinheiro, mas com conhecimentos que nós não tínhamos. Precisávamos de um programador, alguém que entendesse da parte de técnologia pra tirar a ideia do papel. Encontramos um sócio que, na época, era meu colega de faculdade e foi assim, com investimento praticamente zero (só R$ 30,00 do valor do domínio stealthelook.com.br) que tiramos a ideia do papel, cada um entrando com trabalho, muito trabalho. Como cada um tinha uma função, acabamos nos complementando de uma forma que deu certo.
Com a ideia em mente, foram três meses para colocar o STL no ar. Uma coisa muito boa que todos tínhamos em comum era que acreditávamos que o melhor jeito de se conhecer sobre um negócio era fazendo, e foi exatamente o que fizemos: aprendemos fazendo, literalmente. Todo o dinheiro que investimos no negócio até hoje foi dinheiro que veio do próprio negócio. Acredito que essa é a melhor forma de se começar um negócio, pois crescendo organicamente você vai ajustando falhas e conhecendo o mercado, sem ter a pressão de um grande investidor que provavelmente teria ficado com um percentual muito grande da ideia pra aceitar injetar capital.
Tivemos nossa primeira sala depois de 2 anos de site - até então trabalhávamos de casa. O escritório ficava dentro de uma agência, na rua Augusta, em São Paulo. A sala tinha 12m2 e trabalhávamos em 6 pessoas. Se um espirrasse, o outro pegava gripe.
@ManuelaBordasch: pra mim, a primeira dificuldade foi financeira. Como qualquer negócio, o STL não dava lucro e só depois do segundo ano de site é que realmente começamos a conseguir tirar salários e poder viver do negócio (sem nenhum luxo). Então durante esses 2 primeiros anos tive que ouvir muita gente mandando eu procurar um emprego. Diziam que o STL seria só um hobby, que eu deveria fazer uma pós-graduação para ter chances no mercado de trabalho, que estava ficando pra trás e todos os tipos de comentários. E-mails que me enviavam com vagas e links de programas de trainees e por aí vai. Tirando isso, lógico que também existem várias outras dificuldades. Sociedade, por exemplo, é um casamento (eu passo mais tempo com a Catha e o Arthur do que com a minha família), então é preciso escolher as pessoas certas e que somem ao negócio. Ninguém precisa ter a mesma opinião, pelo contrário, quanto mais opiniões melhor. O importante é que todos tenham bom senso pra que se chegue em um consenso do que é melhor pro negócio em cada momento.
@CatharinaDieterich: a primeira maior dificuldade foi, com certeza, trazer tráfego para o site, fazer o negócio ser notado no meio em que atuamos. Outra dificuldade foi dividir as tarefas e funções de cada sócio, e, em seguida, aprender a delegar as tarefas. Quando o negócio é nosso, fica ainda mais difícil passar as responsabilidades, confiar em alguém pra fazer por você.
@ArthurChini: uma das maiores dificuldades de empreender é se desligar de todos os outros projetos que são, aparentemente, mais seguros. Eu, por exemplo, abandonei as fases finais de vários processos seletivos para bancos e consultorias, e tomei o risco de me juntar ao negócio. Trocar um emprego fixo pelo negócio próprio é sempre difícil, ainda mais em uma economia volátil como a nossa. Em relação ao negócio, uma das partes mais difíceis é encontrar um time que acredite no projeto e queira crescer junto com ele. Outra parte difícil é ligada ao nosso país, que ainda tem um ambiente hostil e cheio de obstáculos para quem deseja empreender. O Brasil não é um país de cultura empreendedora, e o nosso governo não está fazendo nada para mudar isso.
Ainda no primeiro escritório, trocamos o café por espumante no meio da tarde, quando batemos pela primeira vez um milhão de acessos no mês (em agosto de 2014).
@ManuelaBordasch: encontrar gente boa e gerenciar pessoas sempre é um desafio. Ainda mais quando se tem uma empresa de moda, sendo mulher e começando super nova. Já passamos pelas situações mais absurdas e só elas dariam um capitulo de um livro. Fora isso, a tecnologia que está sempre em constante evolução, e a burocracia do dia a dia de uma empresa é de deixar qualquer um de cabelos brancos. Ainda mais quando se é dono de uma empresa. Principalmente no começo, é preciso se envolver da compra de papel higiênico e detergente a contratos absurdos. Mas, nesses pouco mais de 4 anos, aprendemos a lidar com isso, a entender que tudo tem seu tempo e o mundo não vai acabar se não soubermos tudo. O importante é se cercar de gente competente e do bem.
@CatharinaDieterich: gerenciar pessoas é uma das maiores dificuldades. O ser humano não é nada fácil, e é muito difícil ser dura como “chefe”, ser respeitada, e, ao mesmo tempo, não ser uma bitch. Além disso, encontrar as pessoas com os mesmos ideais, que vistam a camisa do negócio é sempre um desafio.
@ArthurChini: ser seu próprio chefe e ainda ter que delegar tarefas e ensinar as pessoas que trabalham contigo é um desafio, ainda mais para nós que em empregos anteriores não tínhamos funções de chefia. Para mim outra dificuldade enorme é toda a burocracia que envolve o dia a dia na empresa, algo que toma bastante o meu tempo e, muitas vezes, impede que eu faça coisas mais produtivas, como pensar em novos negócios e novas funcionalidades para o site.
A felicidade na primeira sala própria, agora no Itaim, em SP.
@ManuelaBordasch: que ninguém é insubstituível e que, infelizmente, não podemos confiar na maioria das pessoas. Também aprendi que não preciso trabalhar 24 horas por dia e ficar checando o analytics antes de dormir e ao acordar (ok, essa última parte eu ainda faço haha). Mas que momentos totalmente off-line são importantes até mesmo pra chegar no trabalho renovado e com mais ideias novas.
@CatharinaDieterich: a primeira grande lição que aprendi é: tenha tudo, absolutamente tudo documentado. Assim você evita desentendimentos, pode lutar pelos seus direitos. Escolha bem seus sócios, pois a sociedade nada mais é do que um grande casamento. Tivemos muitos problemas com os sócios antigos, dores de cabeça imensuráveis que eu não desejo a ninguém. Divida bem as funções de cada um, e não pense que só porque você é sócio da empresa, que você deve tomar todas as decisões dentro dela.
@ArthurChini: uma das coisas que eu aprendi foi ser um pouco mais humilde e reconhecer os momentos em que estou errado, algo que, quando eu era mais novo, não conseguia fazer. Outra coisa mega importante, e que é muito fácil de errar no começo, é a escolha dos sócios e das pessoas que irão trabalhar contigo.
Ficamos chiques e ganhamos até uma sala de reunião.
1. Não fique esperando o momento perfeito. Se você ficar esperando pra lançar um negócio só quando estiver tudo 100%, alguém vai fazer antes de você.
2. Ter 1% de um negócio vale muito mais do que 100% de uma ideia na gaveta. Não fique com essa de que se você contar sua ideia pra alguém, irão te copiar. Se a única opção for ter vários sócios, comece como der. Pode dar dor de cabeça depois? Lógico. Mas faça como der, no máximo vai ser um grande aprendizado que você vai levar pra vida toda.
3. Não importa se é seu melhor amigo que vai ser seu sócio. Lembre que amizades acabam, assim como casamentos. E é no divórcio que se conhece as pessoas. Documente tudo. Já tivemos problemas com antigos sócios que, com certeza, se tudo tivesse sido documentado desde o começo, muita coisa não teria acontecido.
4. Networking é MUITO importante. Tente fazer o máximo de contatos possíveis, de forma genuína. Ajude os outros com suas pequenas empresas, da mesma forma que um dia você gostaria que ajudassem você. Muitas vezes os momentos de maior aprendizado é quando você está fazendo algo por alguém.
5. Saiba que muitas vezes as pessoas mais bem sucedidas e que parecem inatingíveis serão as primeiras a responder um e-mail dando uma dica ou um conselho. Peça ajuda (sem ser inconveniente, claro). Lembre-se que o não você já tem. Tentar não arranca pedaço.
@CatharinaDieterich: perca o medo de começar. Quando você senta pra planejar tudo que você precisa para ter uma empresa, é tanta coisa, tanta burocracia, que antes de começar já dá vontade de desistir. Minha dica é fazer uma lista básica com os pontos cruciais para dar vida à empresa, e aí colocar em prática um a um. Estabelecer deadlines é muito importante também, principalmente quando se tem sócios. Cumprir os deadlines é mais importante ainda, pois o relacionamento se desgasta muito quando você percebe que o outro não cumpre o combinado. Se você optar por ter uma sociedade, escolha muito bem, conheça o caráter da pessoa, e, principalmente, escolha pessoas com talentos, “skills” diferentes dos que você tem. Pessoas que se complementem.
@ArthurChini: o primeiro conselho é: todo mundo tem ideias geniais o tempo todo, mas poucas pessoas vão lá e dão um jeito de fazer isso virar realidade, então se você realmente quer ter seu próprio negócio comece já. Acho que existe na cabeça de muitas pessoas que negócios incríveis como Google, Microsoft, Facebook, ou marcas renomadas como Chanel e Dior, surgiram da noite para o dia. Mas todas as vezes que eu pego um livro de algum grande empreendedor contando como tudo começou, eles sempre falam: foram anos e anos de trabalho e persistência, muitas vezes sem ganhar nada, até as coisas começarem a dar certo. No caso das grandes marcas do mundo da moda, outra história também se repete: os designers têm um gênio criativo, porém muitas vezes são péssimos para os negócios, então eles sempre têm um sócio que faz essa parte. Yves Saint Laurent teve Pierre Bergé, Marc Jacobs tinha Robert Duffy, Bernard Arnault transformou marcas como Dior e Givenchy nas potências que são hoje. Independentemente do que você vá fazer, tenha persistência e procure se cercar de pessoas competentes.
Cada detalhe (de um novo cliente a um adesivo na parede) era motivo de felicidade. Ainda é, ok?
@ManuelaBordasch: acho que pode variar muito. No nosso caso eu acho incrível, pois viramos realmente confidentes e conseguimos nos colocar um no lugar do outro. Óbvio que nos desentendemos e discordamos muito, mas sempre conseguimos chegar em um consenso que seja melhor para o negócio. Acho que conseguimos formar um trio que se complementa. Quanto ao pessoal interferir no profissional, acho que um dos únicos problemas é que às vezes, quando a gente sai juntos (como pessoa física, e não jurídica) pode ficar surgindo mil assuntos de trabalho, quando o outro não quer falar sobre aquilo no momento. Pra mim é um pouco difícil separar isso, pois confesso que fico sempre falando do STL, dando ideias, tentando ver como vamos resolver determinado problema, etc. Mas acho que pode realmente irritar um pouco (ou muito).
@CatharinaDieterich: é ótimo! O pessoal interfere no profissional, com certeza, mas de uma maneira positiva. Muitas vezes nos metemos, damos dicas, conselhos um ao outro, de características ou até defeitos que temos como pessoa, mas que podem interferir muito no negócio. Além disso é muito bom saber que, mesmo com todo o stress (e uma discussãozinha aqui, outra ali), vou me divertir todos os dias, pois trabalho com amigos. A única dificuldade é saber a hora de “parar de trabalhar”. Já melhoramos muito, mas, muitas vezes, quando estávamos bebendo em um bar, ou tomando um café da manhã no domingo, nos deparávamos em reuniões de trabalho.
@ArthurChini: trabalhar com amigos, pessoas com quem você tem uma enorme estima, é sem dúvida uma das coisas mais prazerosas do mundo. O fato de que nós três nos identificamos muito e temos muita intimidade um com o outro ajuda no negócio, pois assim trabalhar juntos fica mais leve, além de que conseguirmos, sem problema nenhum, apontar eventuais erros ou falhas um do outro, sabendo que isso não é nada pessoal. Outra coisa importante também é manter uma excelente comunicação com os sócios, sempre falando pelo menos uma vez por semana sobre qualquer problema que surgir, assim ninguém acumula raiva de ninguém.
Os 3 achando que são adolescentes e bebendo todas na festa da Adidas em plena quinta-feira. Catha #AlokaDoGlitter, Arthur #FazendoCaraDeSexy e Manu #SimElaÉgigante.
@ManuelaBordasch: não largue tudo pra começar um negócio. Ou se prepare muito (financeiramente) pra poder ficar um tempo sem fazer nada, pois as coisas demoram pra dar resultado. Hoje em dia as pessoas são muito imediatistas e acham que vão lançar um site e ficar ricas em 3 meses. Não é assim. Eu larguei meu emprego 1 mês depois do STL começar, mas tinha um dinheiro guardado e, na época, morava na casa da minha mãe. Então não ganhava nada, mas também não gastava. Realmente tive que abdicar de muitas coisas (restaurantes, compras, etc). Tudo são escolhas. Mas sei que tem muita gente que já tem que se sustentar e não tem a opção de morar na casa dos pais por um tempo, então meu conselho é: comece em um novo projeto nos finais de semana, à noite, feriado, férias, quando der. Só não fique esperando o momento perfeito pois ele não existe.
@CatharinaDieterich: tem que ter coragem. Mas coragem e positividade movem o mundo, então tenha! Lógico que morri de medo do negócio não dar certo quando decidimos largar nossos empregos pra tocar o STL 100% do nosso tempo. Optei por economizar em todos os sentidos, pois, se desse errado, não queria, nem podia, recorrer aos meus pais novamente. Nos últimos meses de funcionária de outra empresa, economizei tudo o que pude, e depois, economizei mais ainda. Se a questão for financeira, sempre dá pra dar um jeito. E se for por medo, esquece esse medo! O sentimento de metas estipuladas cumpridas é muito, mas muito superior a todo o medo que sentimos antes.
@ArthurChini: o primeiro conselho é que a pessoa procure se informar muito sobre a área em que deseja empreender, informação nunca é demais nesse caso. Depois, é preciso ter bastante coragem e determinação, até porque todo mundo ao seu redor vai ficar tentando te convencer a desistir e procurar um emprego fixo. Quando você estiver bem informado e tiver um plano de ação, tem que executar o quanto antes, primeiro para não perder a vontade – algo bem comum – e também porque a qualquer momento alguém pode fazer a mesma coisa e você vai perder a ideia. E lembre-se: ideias não valem nada se não forem executadas. Pode parecer óbvio, mas muita gente fica anos sonhando e tendo ideias e nunca concretiza nada.
@ManuelaBordasch: eu já não conseguia mais focar no meu trabalho, passava o dia inteiro olhando o site, pensando em coisas pro STL. Estava só de corpo presente, então não adianta. Pensei muito e larguei tudo, pois tinha tanta paixão e acreditava tanto no negócio que achava que, se eu não tentasse, ia me arrepender pra sempre. Mas outra coisa importante é entender se existe mercado pro negócio que você está montando. Como não tinha nada como o STL na época (como expliquei na primeira pergunta), eu sempre tive muita certeza que estava tomando a decisão certa. Tem muita gente que diz que o que importa é ter paixão e só isso já vai fazer o negócio dar certo, mas amiga, convenhamos que, se você for apaixonada por vender gelo pra esquimó, não tem paixão que faça dar certo. Estude o mercado antes de largar tudo.
@ArthurChini: eu me formei em Relações Internacionais, algo completamente diferente de moda. Passei por uma fase muito difícil de decidir qual área eu realmente queria seguir, tanto que, em meados de 2013, eu saí do projeto do STL. Quando eu voltei definitivamente, em 2014, eu já estava formado, já havia saído do meu emprego anterior em Porto Alegre e estava fazendo mil seleções para bancos em São Paulo. Na época eu já tinha certeza que seria muito mais feliz trabalhando com moda, mas ainda tinha um pouco de medo. O apoio - um tanto inesperado - da minha mãe também foi essencial para eu largar todos os outros projetos e me dedicar 100% ao STL.
Dispensa legenda.
@ManuelaBordasch: procurar pela vaga perfeita. Comece por onde der e vá conquistando seu espaço.
@CatharinaDieterich: o que mais me deparo (e ainda me choco!) é com pessoas que dizem sonhar trabalhar nesse mercado, e aí quando conseguem o emprego, não o valorizam at all! Trabalhar com moda, assim como qualquer outro setor, requer determinação, responsabilidade e humildade. Se precisar, comece de baixo, e saiba que se você for bom, será reconhecido, mesmo que isso demore pra acontecer. Os jovens de hoje querem tudo pra ontem, querem fazer o que amam, sem se dar conta que terão que suar muito pra chegar nos cargos dos sonhos. E pra chegar lá, tem que fazer muita coisa que não se ama tanto (ou deteste, faz parte!)
@ArthurChini: eu percebo que existe muita gente tentando trabalhar com moda sem ter nenhuma referência, nenhum estudo ou tempo dedicado para entender como a moda evoluiu ao longo das décadas, como tendências foram criadas, perduraram ou desapareceram. Não basta gostar de roupas, moda é um negócio sério, cheio de peculiaridades e se precisa de muita informação para trabalhar com isso.
Pra mostrar que nem tudo são flores, principalmente quando temos que gravar antes do café da manhã.
Portanto, se você realmente quer começar seu próprio negócio no mundo da moda, vá em frente. Lembre que não existe o momento perfeito ou uma fórmula perfeita. Cada experiência vai ser diferente e não deixe que fracassos de outras pessoas te assustem ou te coloquem pra baixo.
Economize o que puder e o que não puder. Saiba que as vezes você terá que abrir mão do lado pessoal, mas a realização de ver seu negócio dar certo não tem preço. Ao menos pra gente.
E claro, procure se informar muito sobre o mercado da moda, pois é um mercado sério como qualquer outro e muita gente acaba querendo fazer parte dele achando que será só glamour.