Eu, Karen, sou conhecida por usar looks um pouco, digamos, chamativos. Sou apaixonada por tudo que é colorido, diferente e meio lúdico, sabe? Costumo dizer que descobrir meu estilo me fez perceber que tenho a estética de uma apresentadora de programa infantil. E isso causa estranhamento nas pessoas. Eu saio pelas ruas parecendo a própria Xuxa e isso rende muitos olhares, comentários e as mais diversas reações, o que eu acho muito engraçado, mas nem sempre foi assim.
Antes de descobrir meu estilo, eu ficava extremamente insegura em usar qualquer coisa minimamente diferente ou que chamasse a atenção. Apostava no seguro, no “aceitável”, dava frio na barriga só de pensar na reação das pessoas. Mas conforme fui estudando, aprendendo mais sobre meu próprio estilo e me conhecendo melhor como um todo, passei a arriscar mais.
Esse processo não foi de um dia para o outro. Ser eu mesma e descobrir meu próprio estilo foi - e ainda é - uma caminhada. Porque quando eu mudo, fico mais velha, conheço coisas novas, isso impacta no meu estilo. Claro que minha essência é a mesma, eu vou só aperfeiçoando. E isso significa, no meu caso, cada vez usar mais cores, mais camadas, mais saias de tule, crocs de plataforma, blusas volumosas e botas coloridas.
Li um post da Joanna Moura que me identifiquei muito. Nele, ela conta que já foi insegura sobre usar itens diferentes, mas hoje não mais. Isso mudou quando ela usou uma roupa polêmica que dividiu opiniões, mas que tinham um comentário em comum: “que coragem”.
“Eu tomei pra mim, porque, independente da opinião, se o olhar do outro achava feio ou bonito, coragem é coisa boa demais de ter. Desde aquele dia eu misturo estampas, uso chapéus, casquetes e lenços, uso galochas e me pinto de tantas cores quanto o meu armário é capaz de oferecer. E sigo recebendo olhares tortos na rua. A diferença é que hoje eu penso: talvez eles só queiram ter a minha coragem”, Joanna disse no post.
E, para mim, coragem é sobre ser fiel a quem você é e ao que você gosta independente de qualquer coisa. A vida é curta demais, o mundo é tão grande, a gente tem tanta coisa super importante para se preocupar. Por que se abdicar de algo que gostamos por medo do julgamento alheio?
E sabe de uma coisa? A gente acaba inspirando outras pessoas quando começa a fazer isso. Eu moro numa cidade do interior (o que faz as reações serem ainda mais diversas) e eu sei que me vestindo de mim mesma impulsiono outras pessoas a fazerem o mesmo.
Por causa do meu estilo, já fiz amizade no ônibus porque alguém gostou da minha bota, já fui parada por adolescentes para receber um elogio, além dos comentários das crianças, que são a melhor parte. Elas sempre ficam muito encantadas e agem como se eu fosse um personagem (está vendo por que eu disse sobre ser apresentadora de programa infantil?).
Descobrir meu estilo e pensar dessa maneira me deu um olhar incrível sobre como as pessoas escolhem se vestir. Em vez de julgar o look alheio, eu admiro a roupa de toda e qualquer pessoa, independente se está dentro do meu gosto ou não, afinal o estilo é pessoal e intransferível.
Um compromisso que eu tenho comigo mesma é ser absolutamente do jeito que eu quero, sempre. E fazer isso mudou minha relação com meu corpo, minhas roupas, minha vida. É claro que às vezes bate a insegurança, mas ela não dura. Uma roupa colorida e eu estou feliz de novo.
Se vestir como quiser, independente de regras, é o primeiro passo que podemos dar para melhorar nossa autoconfiança e tornar a moda cada vez mais livre. E eu torço para que mais e mais pessoas consigam se vestir de si mesmas, porque não tem nada mais bonito que isso.