Hoje é o dia mundial do jeans, aquela que é uma das vestimenta mais funcionais e versáteis que existem. E que, diga-se de passagem, praticamente, todo mundo tem um par queridinho no armário. Atualmente, recorremos às calças jeans quando queremos montar, desde um look fashionista, até uma produção mais arrumadinha. Mas você sabia que a história dessa peça é muito mais antiga do que se possa imaginar? Bom, e como moda também é cultura - além de agente refletor e transformador da sociedade -, viemos te contar um pouco mais sobre a criação desse item super cool.
No início, as calças jeans, que foram originalmente concebidas para os trabalhadores do final dos 1800, eram usadas quase que exclusivamente por homens. Por serem super resistentes, logo se tornaram roupas de trabalho, e era comum ver a peça como parte do uniforme de mineiros e funcionários de fábricas. Ao longo dos anos essa vestimenta foi ganhando espaço em outros grupos, em alguns se tornando um símbolo de ‘emancipação’ e outros de rebeldia. O sucesso foi, e ainda é, tanto que hoje comemoramos o dia mundial do jeans, e toda sua glória.
O tecido conhecido como ‘jean’, nasceu na França em 1800, mas foi a partir de 1873, nos Estados Unidos, com a patenteação das “roupas de trabalho reforçadas com rebites, feitas do tecido sarjado conhecido como blue denim”, ou calças jeans, que o material se tornou tão difundido. Os responsáveis pela criação da peça foram os lendários alfaiates, Jacob Davis e Levi Strauss, que futuramente iriam nomear o primeiro modelo icônico de 501®. Ah, uma curiosidade, o dia da criação e registro do modelo 501® - que está próximo da sua comemoração de 150 anos de existência - deu origem ao que hoje, 20 de maio, celebramos como o dia mundial do jeans, ou como é chamado pela marca Levi 's, 501® day.
Além do tecido encorpado e resistente, um dos principais pontos que fez com que as calças jeans de Davis e Strauss fizessem tanto sucesso entre os trabalhadores, foram os rebites em cobre, aplicados em pontos estratégicos da costura da peça. Levando em conta que, uma das principais reclamações em relação a outros modelos, era a ‘facilidade’ com que os bolsos rasgavam durante as tarefas mais pesadas. Com o passar dos anos, os alfaiates, mas principalmente Levi Strauss, foram aperfeiçoando cada vez mais o modelo, mais costuras de reforço foram adicionadas, assim como a cor da linha utilizada - laranja -, que se tornou uma das marcas registradas da Levi's. Novos modelos surgiram, alguns com fechamento por zíper, ao invés dos antigos botões. A etiqueta pioneira, tinha exclusividade total para confeccionar e comercializar a peça, até seu ‘monopólio’ acabar em 1890, ano em que a patente da calça jeans em questão venceu.
Então, outras marcas como, OshKosh B'Gosh e Lee Mercantile - durante a Primeira Guerra Mundial o denim Lee Union-Alls, foi utilizado como uniforme dos trabalhadores da guerra -, passaram a reproduzir o modelo. Mas o triunfo da precursora, Levi Strauss & Co, nesse mercado é inegável, e podemos dizer que sua criação foi a responsável por tornar as calças jeans um item indispensável nos guarda-roupas dos dias de hoje. Voltando, novamente ao passado, não demorou muito para os jeans caírem realmente no gosto popular e atingirem novas tribos. Entre os anos 20 e 30, a peça teve grande destaque no cenário glamouroso e sonhador dos filmes hollywoodianos. Onde grandes personagens, interpretados por ídolos da geração como John Wayne, apareceram usando um par das famosas calças em filmes sobre o velho oeste. O impacto nos espectadores foi grande, e de uma hora para outra muitos passaram a desejar e comprar seus jeans, montando produções casuais e descoladas. E não foram só os homens que adotaram a peça para seus visuais, atrizes como a inesquecível Ginger Rogers, roubaram a cena estampando campanhas usando o modelo, ajudando a disseminá-la entre o público feminino.
E foi a partir da década de 40 que as calças mais famosas do mundo se tornaram realmente um mainstream, cravando de vez sua marca eterna na história da moda. Depois de dominar as telonas, a peça adentrou também a indústria da música e se transformou na queridinha de muitos cantores da época, como o incomparável rei do rock, Elvis Presley. Marlon Brando e James Dean, com seus estilos rebeldes e transgressores com vibe bad boy, também ajudaram a disseminar ainda mais o modelo, tornando o denim um símbolo - além de ter feito parte do visual característico da subcultura Biker. Algumas décadas mais tarde, mais especificamente entre 1960 e 1970, as calças jeans se tornaram um sinal de resistência e contracultura de alguns grupos. O movimento Hippie, que protestava pelos direitos da classe trabalhadora da época, e ativistas feministas, que lutavam pela liberdade e igualdade de gênero, são alguns exemplos.
Nos 70 ‘s, o universo fashion também se rendeu ao visual descolado e versátil das calças jeans, e muitos outros modelos passaram a surgir. Desde shapes mais fashionistas, como as calças boca de sino, até modelagens mais básicas e modernas, como o icônico jeans ajustado Buffalo 70 da grife italiana, Fiorucci. Não podemos deixar de mencionar o histórico momento em que o denim apareceu pela primeira vez nas passarelas, em um desfile da Calvin Klein - hoje uma das maiores referências do jeans mundial. Já nos anos 90, grandes casas de luxo, como Versace e Dolce & Gabbana, adentraram se renderam e adentraram esse mercado. As calças jeans, com certeza ultrapassam os limites da moda ou da simples funcionalidade, e se tornaram símbolos importantes de muitos grupos e subgrupos. Atualmente, tanto o tecido, quanto as emblemáticas calças jeans, independente do modelo, caimento ou visual, fazem parte do cotidiano de grande parte da população. Moldando estilos, se adaptando a novos grupos, facilitando o dia a dia, e tudo isso de forma funcional e livre.
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