Vocês perceberam um aumento de referências históricas nas roupas? Beber da fonte de outras décadas é comum, mas quando se trata de séculos, o hábito é menos comum, já que esses elementos normalmente encontram maior dificuldade de serem incorporados ao guarda-roupa contemporâneo. De corselets a exemplos mais polêmicos como peplum e balonê, o desafio vem sendo abraçado por um número cada vez mais expressivo de criadores que emprestam um olhar renovado às silhuetas antigas e peças típicas de períodos passados, muitas vezes reinterpretadas com materiais inovadores e styling moderno. A seguir, analisamos esse fenômeno de pertinho.
Nas passarelas, Simone Rocha e John Galliano na Margiela são entusiastas.
Anya Taylor Joy surgiu com um exemplo perfeito da tendência na première de "Duna: Parte II".
A graça está em dar um toque moderno às eras que vão desde a opulência do Barroco até a firmeza do Neoclássico. E quem se tornou mestre nessa prática de atualizar verdadeiramente o visual é Nicholas Ghesquiere, à frente da Louis Vuitton. O designer, que acaba de completar 10 anos na casa, possui uma verdadeira fascinação por pegar elementos de uma veia aristocrática e contrastá-los com toques futuristas, criando um mix verdadeiramente interessante e novo.
No desfile da Prada, que acabou de rolar na Milan Fashion Week, os bloomers, espécie de shorts típicos do século 18 que eram usados como roupas de baixo, surgem sutilmente em sobreposições.
A marca nova-iorquina Miroir Palais, do brasileiro Marcelo Gaia, também construiu seu nome através de updates certeiros em designs nostálgicos com doses de romance.
A influência também aparece nas coleções de Sandy Liang, como pode ser observado nos moods que a própria compartilha em sua conta do Instagram.
O sucesso da estética de Sofia Coppola e séries como "Bridgerton" também aumentam o interesse pelas vestimentas de outrora. Pense em laços, do mini ao oversized, babados, assimetrias e formas não orgânicas, luxuosas e volumosas.
Sienna Miller representou a tendência no tapete vermelho a bordo de um Schiaparelli couture.
Nas ruas, uma versão mais light e usável da saia balonê.
O ar romântico é equilibrado com a presença de alfaiataria trazendo contraponto.
Detalhes de cetim e volumes em peças modernas como jeans, principalmente com styling bem urbano.
A saia de crochê e tapeçaria em cetim pink ganha a companhia de complementos pesados.
Peplum e volumes estratégicos que remetem aos anos dourados da alta-costura (anos 50 e 60), período que se inspirava bastante nos séculos anteriores.
A vibe coquette tem tudo a ver com o estilo, já que carrega inspiração levemente rococó.
O mundo da beleza também vem sendo impactado com penteados que parecem saídos diretamente da corte de Maria Antonieta.