Fashion At Work: Bru Fioretti

por Gabriela Bonomi

Bru Fioreti é uma mulher cheia de dons e energia. Soltar o verbo é com ela mesma - sempre de maneira animadora e inspiradora. Trabalha com moda e comunicação há muito tempo, ou seja, sabe bem do que gosta e principalmente o que faz. Sabe uma coach de vida e carreira? Pois bem. Jornalista pós graduada em Marketing, Bru é consultora de branding pessoal, conteúdo e influenciadora. Sim, ela tem muito o que compartilhar e essa entrevista é só o começo: 

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"É uma mulher de 36 anos em busca da sabedoria desde os três! Jornalista, coach, feminista, nerd, fã de moda, beleza e comportamento, curiosa, “mãe” de gatos, hoje casada com um mineiro que ama botecar, rir e filosofar, como eu. Nasci no interior de SP, em Vargem Grande do Sul - com mais duas irmãs mais velhas. Cresci rata de biblioteca, ganhei bolsa para estudar em colégio particular, passei na Unesp, fiz jornalismo e depois uma pós em Marketing Político pela USP. Até então trabalhava no interior de SP. Então prestei prova para um trainee do Estadão, passei e me mudei para SP em 2006. Trabalhei no Estado, no JT, do mesmo grupo, depois na revista Hola! e na Glamour - desde a fundação no Brasil em 2012, iniciando como editora de beleza e depois redatora-chefe. Foi no início de 2017 que saí das redações para a vida solo, como coach e produtora de conteúdo próprio. De lá pra cá, já dei dezenas de Workshops e palestras. Lancei dois cursos online (sobre "Como Cumprir Metas" e "Como desbravar o Branding Pessoal"), iniciei uma coluna com dicas de carreira feminina no UOL, me formei master coach pela SBCoaching, na qual esse título requer muitas formações: Psicologia Positiva, Executive e Business Coaching, Coaching de Carreira, além do clássico Coaching de Vida e Profissional. Fiz Business Coaching para empresas de moda como Linda de Morrer e Planet Girls. Entendi que meu trabalho podia ser mais rico conectando Coaching e Comunicação. Dou muita mentoria de Branding Pessoal e treinamentos sobre o assunto. É algo que amo, principalmente como vender produtos, serviços e influência de um jeito genuíno e duradouro na internet. Ufa... Basicamente hoje vivo de um mix de atendimento a pessoas e empresas, palestras e produção de conteúdo para meus canais no Youtube, nos meus blogs e no Instagram. Vou fazendo mil cursos, o atual é Feminismo Pós-Colonial e estou cursando um MBA. Faço muita coisa mesmo. Gosto assim, de manter a energia no alto! Meu mantra é “viver é melhor que sonhar”."

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"Moda real oficial ou moda prosaicamente falando? Rs. Na minha vida de criança, com a caixa de trapinhos gigante que eu e minhas irmãs usávamos de roupas para a Barbie. Uma criatividade, menina! Mas como trabalho, foi sendo pelo jornalismo. Desde 2007, no jornal, eu comecei a frequentar semanas de moda e a entender mais disso. Na Glamour, havia uma equipe específica de moda. Eu focava mais nas demais áreas, como beleza, comportamento e carreira, mas respirava moda. Obviamente editava as matérias - afinal, eu era redatora-chefe - e tudo passava ali pela minha mão em certo momento. Pude ir para as semanas de moda gringas, ver os backstages... Também fiz umas etapas de curso de Design de Moda, porque amo fazer croqui desde pequena e queria entender das proporções. Mas aí é hobby..."

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"Sempre gostei de desenho, arte e moda. Sempre. Como isso foi se afinando? Com certeza com o tempo, os estudos e a convivência mais forte com a área. A gente absorve novas práticas e estéticas quando convive com elas. Mas não acho que seja minha habilidade número 1. Talvez a número 6, 7. Percebo isso convivendo com meu marido, que é designer e tem um senso estético pra decoração e arte daqueles... Eu, humildemente, aprendo com essas pessoas. Mas em termos de estilo sei exatamente o que me favorece e o que amo."

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"É antigo, quando prestei vestibular para Jornalismo a outra área que cogitava era moda - lembra que eu gosto de desenhar e tal? Lia tanta revista... Mas primeiro que eu não poderia fazer faculdade particular e só tinha grana para prestar até dois vestibulares, segundo que eu gostava mais de jornalismo, eu amava escrita, notícia, era uma vocação prioritária. Mas veja o fluxo da vida que lindo: acabei unindo as paixões todas ao longo da carreira escolhendo, mas também contando com o universo."

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"Que moda é um instrumento de expressão precioso, de protesto, de aceitação, de comunicação. Uma ferramenta a ser usada a nosso favor e a favor do mundo. Que quebrar códigos é precioso para o autoconhecimento, porque moda que oprime não é o que eu defendo. E aprendi muito sobre o que não fazer também, principalmente em termos de comportamento. O termo “insider” hoje me incomoda, porque vejo como as pessoas “de fora” se sentem... A moda não precisa ser blasé, grosseira, seletiva, magra, branca, ter sangue azul, ser excludente. Moda é algo lindo - se a gente permitir que seja."

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"Eu leio, aliás é basicamente a coisa que mais faço haha. Mas também assino muitas revistas locais e gringas, sigo muita gente de arte e moda, procuro saber o que rola e não perder o imponderável das coisas."

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"Eu leio muitas revistas de todas as áreas, dezenas de colunistas no Medium, saio à caça de perfis diferentes, gente que quebre as regras e estudo muito geração, contexto histórico, filosofia e comportamento. As coisas estão todas ligadas, os fenômenos. Moda têm contexto, então esse combo de informação somado ao fator crucial — falar com gente! — te faz olhar pra frente. Isso dói às vezes, mas prefiro me sentir desencaixada a ficar na ignorância. É uma escolha de vida. E sei que não estou só nisso - vcs do STL estão entre os que me fazem me sentir acompanhada olhando daqui pra frente <3."

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"Sabe, eu achava há um tempo, na minha inocência, que era um avanço inexorável e que não tínhamos tanto a conquistar. Isso é autoengano, temos muito a lutar por representatividade feminina, basta olhar os números, e confesso que me entristece quando tanta gente não reconhece a importância disso. É igualdade de direitos e oportunidades, respeito e reconhecimento do que já somos, o motor e a direção da sociedade. Não somos só úteros, somos TAMBÉM úteros. Mas somos cérebro e coração, somos humanas, sempre digo isso. Me preocupa quando mulheres são muito associadas apenas a um contexto “natural”. Mulheres sempre fizeram a evolução da sociedade, da ciência, do pensamento, só foram sequestradas da História. Especialmente as negras, as índias, as pobres, o que dizer de transgêneros etc. Pra muita gente é um discurso panfletário - ainda há quem chame de mimimi, infelizmente. Pra mim, é justiça, é algo que não deveria nem ser refutado a essa altura. Porém, temos que lidar com a realidade, e ela envolve ser inconveniente às vezes para chamar a atenção ao óbvio que ainda não virou óbvio. Cá estou fazendo isso. Meritocracia funciona quando existem princípios de igualdade na base. Ainda assim, como coach, incentivo que as pessoas lidem com isso com uma postura de coragem, altiva, autorresponsável. O mundo é injusto, mas, de posse dessa informação, que tentemos avançar, senão nem faria coaching com mulheres que têm poucas oportunidades! Combater a Síndrome da Impostora, entender que o contexto social te faz se encolher e não acreditar em si, já impulsiona. Eu sei que me sinto inferiorizada, menor, mas vou mesmo assim. E aí vai-se construindo uma autoconfiança que leva ao sucesso em diversas áreas e em inúmeros sentidos. Em resumo: a desigualdade do mercado de trabalho não pode nos parar. Reconhecemos que existe? OK. Agora é hora de avançar individualmente e no coletivo." 

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"Primeiro saber o caminho que de fato te motiva, não porque acha bonito para os outros, mas porque te traz senso de propósito e direção. Isso é autoinvestigação e teste - acho fundamental fazer testes. Errar é a base do aprendizado, é aí que você começa a ser bem-sucedida. Combater a voz interior que te rebaixa, como citei anteriormente, e NUNCA deixar de aprender. Sempre digo que quem não evolui, involui, porque o planeta não para de girar nem as pessoas de crescer. Decidir e não decidir trazem consequências. Ou seja, a inércia e a acomodação são legítimas, mas também moldam seu futuro. Então é melhor traçar pequenas metas e ir no seu tempo, mas ir! Aaah, e trabalhar soft skills, as habilidades não técnicas. Sem inteligência emocional, curiosidade, humanidade, empatia, gentileza, criatividade e boa comunicação a gente tende a perder para os robôs... Ou para quem for bom de lidar com GENTE."

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"É em primeiro lugar autoempreender, gerenciar a si mesma. Gerenciar a mente, as emoções e a vida aqui fora, de finanças e marketing, de logística a RH - mesmo que seu RH a princípio só tenha você como funcionária. Como liderar sem se liderar? E ser mulher e empreendedora é também ultrapassar barreiras que existam ou apareçam com cabeça erguida, perdoando-se pelos erros e corrigindo o rumo rapidamente. Envolve um misto de foco, persistência e flexibilidade."

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"Busque a evolução constante acreditando na abundância. Na prática, isso significa entender o poder de dar mais do que quer ao outro em termos de comportamento, além de praticar a generosidade nas esferas pessoal e profissional. Cresça intelectualmente e como pessoa para que sempre tenha mais e mais a oferecer. Propósito, via de regra, tem a ver com conectar seus talentos e habilidades com uma contribuição ao OUTRO. E os relacionamentos humanos são comprovadamente a base da felicidade, há muitos estudos nesse sentido na esfera da Psicologia Positiva. Quando você evolui como indivíduo, tem mais a doar, e a troca positiva traz o bem-estar individual e de grupo. Cresça e deixe crescer."

O melhor de tudo é que essa conversa é só o começo do que a Bru pode compartilhar com a gente, afinal, ela será uma das palestrantes do PUSH, ao lado de outros grandes nomes que farão parte do talk "Como Se Destacar Na Multidão". Então se você ainda não garantiu seu ingresso para o evento, agora é o momento! Mas antes vem descobrir mais sobre a Bru para querer ainda mais participar dessa experiência: 

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