Você talvez não conheça Igi Ayedun, mas se gosta de moda, deveria guardar bem esse nome. A stylist e diretora criativa é um dos jovens talentos mais promissores do Brasil, embora já esteja morando do outro lado do Atlântico, mais precisamente em Paris.
Aos 25 anos, ela tem uma carreira invejável e muita experiência bacana para compartilhar com quem está começando a se envolver com a indústria da moda. Por isso fomos bater um papo com Igi e saber um pouquinho mais sobre essa fashion girl, que em matéria de estilo, aposta sempre no “menos é mais” – e, é claro que acerta! Confira:
Meu conselho é que as pessoas estudem muito. Claro que é essencial acumular experiências, não ter medo de trabalho duro, jamais desanimar, nunca se sentir satisfeito e saber ter humildade para aprender - não necessariamente com o que as pessoas dizem, mas certamente com o que você vive. A melhor escola está nos resultados e é a partir disso que você se reconhece como profissional.
É também super importante saber o que você está fazendo e o que quer fazer. Entender a moda longe do consumo é crucial, assim como saber a história da roupa e cruzar tudo isso com filosofia, sociologia e artes. Para fazer moda bem, tem que ser nerd, veloz e pragmático.
Estava cansada do mercado brasileiro e via que infelizmente eu não tinha tantas oportunidades aí. Pelo menos, não para fazer moda do jeito que gostaria, então resolvi escolher a cidade onde tudo nasceu, para adquirir o conhecimento da fonte e a cada dia aprendo mais!
Nossa! Eu poderia dizer que meu trabalho não influencia em nada meu estilo. Mas, isso não seria verdade. Fato é que eu respiro tanto moda no meu dia-a-dia, que distancio o meu estilo de tudo isso.
Claro que tenho uma silhueta, uma cor favorita (preto), mas sou tranquila com toques de humor. Normalmente tudo é organizado em função do meu desejo diário de ser sexy ou não. Pode acreditar, levo isso muito a sério, mas acho que é porque estou virando mulher. Muitas vezes prefiro ser invisível e deixar meu trabalho falar por si só. Porém, não sei quanto tempo isso vai durar, estou sempre em metamorfose!
Não tenho rotina, sou de gêmeos e detesto rotina. Então o mais bacana é ter uma certa liberdade para cada dia poder fazer algo diferente. Estou sempre envolvida em vários projetos ao mesmo tempo, sempre pensando em novas ideias e sempre empolgada com algo novo. Nada é constante. Para você ter uma ideia, nesse momento estou criando um plano de cobertura online para PFW (Paris Fashion Week), concebendo o styling de um desfile, fazendo personal styling de uma personalidade, redigindo duas matérias com entrevistas super especiais, organizando um evento itinerante para Março, gerenciando 20 adolescentes para o lançamento de um especial em parceria com a minha revista U+MAG e trabalhando na minha exposição para o ano que vem. Não consigo parar!
As pessoas. Adoro gente, porém não curto conviver com elas, hahaha. Mas, gosto de observar como as pessoas são, como elas se comportam, como elas se vestem e tudo isso me inspira, me fascina e me ensina a enxergar a moda onde ela realmente está: na vida! Esses dias cruzei com uma senhora no metrô, ela era negra e tinha três tons de cor de cabelo: cacau, grisalho e loiro. Tudo preso em um coque criando uma super dégradé, achei lindo e tão real! Ainda farei algo inspirado nisso.
Quando criança eu era fascinada por revistas de moda. A patroa da minha mãe trazia várias publicações internacionais das suas viagens pela Europa e pelos Estados Unidos, e como eu estudava meio período, passava as tardes na casa dela folheando e desenhando os modelos das revistas enquanto minha mãe trabalhava. Quando descobri que também poderia fazer revistas, aos 14 anos, alucinei e decidi que essa era minha vocação.