Uma coisa é fato: trabalhar com moda é o sonho de muita, muita gente. Mas, por ter fama de ser um campo de trabalho um pouco hostil, cheio de disputas de ego e quase nunca muito acessível, o mundo fashion acaba sempre despertando mil e uma dúvidas e curiosidades. Como qualquer outra área, a moda tem muitas subdivisões, isto é, você não precisa, necessariamente, ser um estilista para fazer dela a sua profissão.
Hoje vamos contar pra vocês um pouquinho do dia a dia da Marieta Dieterich, ex fashion intern aqui do STL, irmã da Catha e agora dona da revampp, sua própria marca de acessórios especializada em cristais e em chokers incríveis. Marieta tem uma trajetória super bacana e inspiradora para quem deseja começar seu próprio negócio e é a prova de que com planejamento e força de vontade você consegue tirar seu sonho do papel, sim! Confira nossa entrevista com ela e aproveite pra garantir seus prediletos da @revampp.
Trabalhar no STL foi demais! Eu sempre gostei muito de moda, acredito que isso tenha ajudado de certa forma. Mas muito pelo contrário do que muitas pessoas pensam (pelo menos todas as minhas amigas pensavam assim), eu trabalhava muito, aliás, por ser um trabalho remoto eu acabava trabalhando dobrado (por escolha própria). Eu tinha um horário pra cumprir, das 9 as 17h de segunda a sexta, mas sempre acabava trabalhando mais. Já cheguei a ficar até as 22h da noite pesquisando pautas, procurando a melhor foto, o melhor look..minha mãe muitas vezes teve que me chamar a atenção, mas o mais engraçado é que não era pro "comum de mães", como: Marieta, vai trabalhar! mas sim o contrário hehe. Eu era fashion intern no STL, ou seja, meu trabalho era basicamente estar sempre ligada no que está acontecendo relacionado à moda, pesquisar, pesquisar e pesquisar sempre.
Ish, pergunta díficil essa! Trabalhar com a minha irmã foi diferente, digamos assim. Eu desde pequena sempre fui super fã da Catharina e sou até hoje. Não é só porque ela é minha irmã, mas reconheço muito o talento dela e me inspiro nela pra muitas coisas no meu dia-a-dia. Eu aprendi bastante trabalhando com ela, por eu ser irmã eu sempre levava aquela patada de chefe + a patada de irmã juntas, sabe? Pois é, normalmente as pessoas pensam que trabalhar com família é só alegria (novamente eu digo que era o que as minhas amigas pensavam), mas tem bastante momentos tensos também. É dificil saber separar a Catharina-irmã da Catharina-chefe, e era dificil pra ela também saber separar a Marieta-irmã da Marieta-funcionária, mas isso era preciso. Eu acabava me cobrando muito mais por a minha chefa e a minha irmã serem a mesma pessoa. Além de toda a cobrança que uma pessoa tem em si mesmo para fazer o melhor trabalho possível, eu tinha a mais a cobrança de que a minha irmã e a minha chefe iam ver o meu trabalho. Enfim, trabalhar com a minha irmã foi ótimo, eu amei! Mas também teve horas que..nossa! (pensa naquele momento que você quer esganar o teu chefe, aquele que todo mundo tem um dia, somado com aquele dia que TUDO que a tua irmã diz, te irrita..) Pois, é..como eu disse, "ish, pergunta dificil essa!"
Na verdade mesmo, eu já tinha tido a ideia de ter a minha propria marca há muito tempo. Então eu comentei essa ideia com a minha irmã, mas ela não aprovou na época e não sei por qual motivo, eu acabei reprovando a minha própria ideia também. Então chegou o dia que eu recebi uma péssima noticia, era um e-mail da Manu, Catha e Arthur dizendo que eu teria que sair do STL porque eu morava em POA e eles não queriam mais nenhum tipo de trabalho remoto. Nesse momento eu fiquei completamente perdida. Não conseguia pensar em mais nada que eu pudesse fazer. Mas como a Catha é minha irmã e a Manu é irmã emprestada, elas ficaram tão chateadas quanto eu e em função disso a gente começou a conversar sobre. A Beta também fazia trabalho remoto aqui de POA e ela é cunhada da Manu, então nesse momento o lado familia falou mais alto e todo mundo quis se ajudar! E aí acabou surgindo a ideia de abrirmos o nosso proprio negócio.
Eu me inspiro em vários sites de revistas, blogs e perfis de mídias sociais. Como eu já tinha uma pastinha com vários links pra procurar conteúdo no STL, isso me ajudou bastante. Mas mesmo assim, to sempre olhando novos sites e perfis de pessoas que eu acho que têm algo a acrescentar como conteúdo no meu site. Esses são alguns dos que eu mais acesso: os sites internacionais das revistas, principalmente a Elle, Harper's Bazaar e Vogue, os blogs da Song of Style, Fashion Toast, o Style Caster e o Refinery 29.
Ah, eu amaria ver a Kendall Jenner e a Alexa Chung usando os acessórios da minha marca. Amo elas! Quem sabe um dia chego lá, né?
Acho que eu nunca funcionei muito bem sob pressão e isso é uma das coisas que eu mais gosto em não ter chefe. Eu sou a minha chefe e sou a minha funcionária também então se algo não sai como planejado, eu culpo a mim mesma e acho que é menos mal a gente se auto culpar do que ter alguém dizendo que fizemos errado. Também acredito que a pessoa que não tem chefe acaba se tornando mais ativa no seu trabalho, porque se eu não fizer eu não vou ter quem faça por mim e aí o negócio não anda. E como eu tenho como objetivo fazer com que a minha marca seja conhecida no mundo todo, eu acabo me cobrando muito e me envolvo com o meu trabalho o tempo inteiro. Não tenho hora e nem dia marcado pra trabalhar, pra mim não existe aquela coisa de vida profissional e vida pessoal sabe? É uma vida só onde ta tudo junto e misturado.
Eu sou um desastre quando o assunto é rotina e acordar cedo, mas venho me esforçando muito pra mudar. Então eu faço o maior esforço do mundo pra acordar as 9 (que vergonha, mas às vezes trabalho no computador até a 1 da manhã, juro!). A primeira coisa do meu dia, junto com o café da manhã, é verificar os pedidos do dia anterior. Em seguida organizo as mídias sociais da Revampp, e logo após tiro umas horas pra pesquisar sobre tudo. Alguns dias saio logo cedo pra comprar material que esteja faltando, e à tarde me divido entre fazer novos produtos, tirar fotos para o site e Instagram (em que eu mesma sou fotógrafa e modelo. Marca pequena é assim, né?), e ir ao correio levar os pedidos. Na verdade eu não tenho hora pra parar, afinal trabalho de casa e estou o dia inteiro conectada!
Na hora de criar chokers novas eu uso muito a imaginação e o meu próprio gosto. Faço tudo com o maior cuidado e amor como se fosse um presente para mim mesma ou para quem eu amo. Tiro algumas ideias também de sites que me inspiro e de Instagram de pessoas que eu adorei.
Dificil dizer uma só. As que elas mais amam é a Infinity, a Double Black e a Black. O pretinho básico sempre ganha né?
Revampp vem de revamp, que em Português significa aprimorar, melhorar, transformar. E é bem esse o objetivo: transformar qualquer look em uma produção super cool. Se você estiver usando um short jeans e uma camiseta branca e põe no pescoço a choker Double Black por exemplo, o resultado sai do básico e fica descolado, sabe? Transforma!
A Alexa Chung, por conseguir deixar o clássico nada careta. A Shea Marie e a Caroline Vreeland, por comporem looks cheios de personalidade e nada comuns.
As mesmas da pergunta acima! E lógico, todo mundo do STL :)
A ideia de fazer chokers de Python surgiu porque a minha mãe sempre fez bolsas de couro exótico, e algumas com a pele de Python, e como em qualquer produção, há sobra de material. As chokers são feitas todas com esse resto, que ao invés de ir pro lixo, viram acessórios incríveis! Ah, essas peles que são utilizadas para confecção das bolsas e choker são de cobras criadas em cativeiro com certificação do IBAMA.
Gostou? Abaixo você confere as nossas favoritas da @revampp: