A intenção do curador da exposição, Andrew Bolton, é mostrar como homem e máquina trabalham juntos, e não em oposição, no processo produtivo da moda, e como as máquinas hoje estão ajudando os designer a criar roupas ainda mais incríveis. No red carpet do Met Gala já vimos pelo menos dois belíssimos exemplos de como a moda pode se beneficiar com a tecnologia: os vestidos de Karolina Kurkova e Claire Danes.
Karolina usou um Marchesa azul decorado com 150 flores de LED, que foi desenhado pela equipe da Marchesa em colaboração com um computador cognitivo da IBM. Após o desenho inicial, feito por Georgina Chapman, da Marchesa, o computador da IBM analisou cinco sentimentos que a designer teve ao criar o vestido para definir as cores e a distribuição das flores. Além disso, as flores de LED estavam conectadas ao computador no momento em que Karolina estava no red carpet, e elas mudavam de cor de acordo com o conteúdo emocional de tweets com a hashtag #MetGala.
Já Claire Danes usou um Zac Posen bem no estilo Cinderela, mas que surpreendeu a todos no momento em que ela entrou no Templo de Dendur, dentro do museu, onde estava mais escuro: o vestido brilhava. Foi sem dúvida o look que mais chamou atenção na noite. Posen criou o efeito com a ajuda de 30 mini-baterias que estavam espalhadas pelo vestido.
Na exposição, dentre as 170 peças escolhidas por Andrew Bolton, algumas merecem destaque especial. O vestido principal, que serviu de inspiração para Bolton, foi um vestido de noiva da Chanel, criado por Karl Lagerfeld em 2014. Ele foi posicionado no centro do museu, dentro de uma estrutura similar a uma catedral e que foi construída apenas para ele. A cauda do vestido foi criada com um método super complexo que integrou tanto técnicas handmade quanto técnicas high-tech de impressão.
Outro vestido em destaque é o Kaikoku golden dress de Hussein Chalayan, da coleção de outono de 2011. Ele é feito de ouro, controlado remotamente e expele um pó de cristais Swarovski quando se move. Há também diversas peças de Alexander McQueen, principalmente da aclamada coleção Plato Atlantis, mais alguns designs de Karl Lagerfeld, Issey Miyake, Yves Saint Laurent, Nicolas Ghesquière para Balenciaga, dentre outros.
Mas sem dúvida a designer que atualmente mais utiliza técnicas high-tech em suas coleções é a holandesa Iris Van Herpen, que também tem vários vestidos na exposição, com destaque para o vestido de silicone da coleção Wilderness Embodied, de 2013. Iris foi uma das primeiras designers a usar impressão 3D para criar suas roupas, e posteriormente passou a desenvolver materiais que vão muito além dos tecidos para crias suas coleções, que são verdadeiras obras de arte.
A exposição "Manus x Machina: Fashion in an Age of Technology" abre dia 5 de maio para o público, e permanece até dia 14 de agosto. É um must-see para os sortudos que estarão em Nova York dentre essas datas!
