Fiquei um mês meditando todos os dias e o hábito saudável mudou a minha vida
Quando aceitei o desafio de passar um mês meditando todos os dias, sabia que seria - além de extremamente desafiador - um trabalho de foco e dedicação. Eu nunca tive um relacionamento sério com esse hábito saudável, eu e a meditação éramos mais casuais, certas semanas quando me sentia mais estressada, com a lista de tarefas lotada, eu parava alguns minutos do dia para meditar, mas a prática não se mantinha, e caia em esquecimento após poucos dias. Mas, o desafio foi lançado, e eu que não posso ouvir a palavra “duvido”, resolvi partir para o próximo passo da minha relação com a meditação.
Antes de mergulharmos no meu relato e na minha experiência após um mês, gostaria de trazer um rápido contexto sobre minha saúde mental e como ela se comportou em 2021. Em agosto desse ano tive que parar a terapia - por questões que não vem ao caso - e desde então venho me sentindo mais estressada, instável e emocional do que nunca, os fatores externos do mundo também não colaboraram, e em outubro desse ano eu tive a pior crise da minha vida, onde sair da cama era um desafio. Por isso, quando me foi proposto este desafio, foi como um sinal, um “acorda pra vida” do Universo. Mas chega de baixo astral! Vamos falar sobre a experiência em si.
Comecei o desafio de incluir esse hábito saudável na minha vida dia 9 de novembro, e nessa época estava passando um período longe de casa, foi a primeira vez que fiquei tanto tempo sozinha, ok não completamente sozinha, mas na companhia de uma Lulu da Pomerânia chamada Cali. Eu nunca fui muito boa em ficar sozinha, e digamos que algumas crises de ansiedade aconteceram nos primeiros dias em que me vi completamente só. Na primeira semana do desafio estava completamente animada e ansiosa pelos benefícios da prática e desde o primeiro dia em que comecei a meditar pela manhã, vi uma Giulia muito mais centrada, calma e estável. Não estou exagerando quando digo que a partir do momento que comecei a meditar, as crises de ansiedade pararam e a angústia de estar sozinha, diminuiu imensamente.
Quando voltei para casa dos meus pais, por volta do décimo dia do desafio, foi quando eu realmente comecei a sentir dificuldade em seguir com a prática. Descobri que meditar é muito mais fácil quando você está sozinha, longe de distrações e barulho. Além de estar cercada de uma família de italianos que faz tudo aos berros e ouve música no volume 100 o dia todo, eu tive que reaprender a incluir o hábito saudável na minha rotina e muitas vezes ficava irritada ao ter que parar de fazer algo ou acordar um pouco mais cedo para meditar.
Na metade do desafio fui ao Rio de Janeiro a trabalho e a meditação continuou como um grande desafio. Passava a maior parte do tempo trabalhando ou correndo com coisas do trabalho, e achar 5 minutos para sentar e meditar estava não só sendo desafiador, como irritante. Mas, achava intervalos estratégicos antes de dormir, quando acordava ou até na hora do banho - tinha banheira no meu quarto de hotel e eu passava um bom tempo cozinhando na água quente. Apesar de ver a prática como um empecilho durante esses dias mais corridos, eu consegui ver claramente o quanto ela era necessária para o meu equilíbrio e para minha saúde mental e no único dia que fiquei sem meditar o mês inteiro, enquanto estava no Rio, senti a maior falta.
Estudiosos dizem que são necessários 21 dias contínuos de algo para virar um hábito, mas pra mim foi mais em torno do dia 25 que eu realmente tinha a meditação como parte dos meus dias. No começo meditava cinco minutos por dia, usando um aplicativo que cronometrava o tempo com um mantra, e na última semana já tinha passado para dez minutos, estava muito mais calma no trabalho e menos angustiada com fatores externos. É claro que as crises e o nervosismo ainda estavam presentes, mas de forma muito mais leve e com um maior intervalo de tempo.
E foi assim que terminei meu desafio. Me lembro de diversas vezes comentar com pessoas que escolhi o pior mês do ano para incluir um novo hábito saudável na minha vida, novembro foi corrido e intenso, e se eu passei 5 dias na minha casa o mês todo, foi muito. Passei mais da metade desse um mês acreditando que a meditação era inimiga da correria e das rotinas malucas que temos nessa vida capitalista e contemporânea, mas descobri que ela é na verdade parte da solução.
Eu sempre soube que a prática traria benefícios, mas eu nunca imaginei a dimensão deles. Juntar o hábito saudável com o mês mais corrido e maluco da minha vida, fez com que eu lidasse bem com absolutamente todas as situações que me foram apresentadas, deixando de lado o estresse desnecessário e as crises infladas por fatores que fugiam do meu controle. Estou escrevendo esse texto uma semana após terminar o desafio, e ainda não parei de meditar, e acredito piamente que nem vou. A prática virou uma das partes favoritas do meu dia e eu nem imaginava que uma pessoa tão acelerada quanto eu pudesse sentir prazer em ficar sentada quieta por dez minutos.
Acreditava que a meditação era inimiga da correria e das rotinas malucas que temos nessa vida capitalista, mas descobri que ela é na verdade parte da solução.
E você aí, que se identificou com a Giulia de um mês atrás, porque não tenta se desafiar e incluir a meditação na sua rotina? Confia em mim, você vai me agradecer depois.