Começo esse desafio dizendo que para muitas pessoas ficar um mês sem fazer a sobrancelha é algo tranquilo, e normalmente ficam até mais do que um mês sem aparar os pelinhos. Mas, eu sou uma dessas pessoas que dá muito valor para a sobrancelha, dessas que toda vez que se maquia para sair pega uma pinça e arranca um pelinho ou outro. Minhas sobrancelhas são grossas por natureza e ela cresce extremamente rápido, sendo assim, eu sempre gostei de ter a sobrancelha desenhada e venho eu mesma fazendo a minha desde que eu tenho 11 anos (sim, 11 anos), logo ficar longe da pinça durante um mês é pessoalmente complicado pra mim.
Porém, admito que quando aceitei o desafio não tinha ideia que seria tão difícil e muito menos que esse período ia me render tantos ensinamentos sobre beleza e sobre mim mesma.
Quer saber como eu me virei nesse período, ta querendo abolir a pinça da sua vida ou simplesmente ficou curiosa? Vem comigo:
Como eu disse anteriormente, eu faço MUITO a minha sobrancelha. Pelo menos uma vez por semana eu aparo os pelinhos rebeldes que fogem do desenho que eu gosto, não que tenha necessidade, é mais um TOC que eu aderi nesses 21 anos combinado com o leve bullying que eu sofria na infância por ter um pseudomonocelha. Nas primeiras duas semanas eu já senti uma grande diferença, senti que minhas sobrancelhas ficaram mais cheias e mais rebeldes, sentindo necessidade constante de penteá-las, porém achei que os 15 dias iniciais foram tranquilos e acreditei que tiraria de letra o desafio.
Na terceira e na quarta semana, foi quando eu fiquei completamente maluca. Ok, talvez eu esteja exagerando um pouco, mas eu realmente não fazia ideia do quão difícil ia ficar. A partir da terceira semana minha sobrancelha perdeu totalmente o desenho e o que costumava ser, e eu senti meu rosto mudar muito, parecia realmente que o formato do meu rosto tinha mudado e a expressão dos meus olhos também. Na quarta semana, por mais extremista que possa parecer, eu comecei a evitar me olhar muito no espelho porque minha auto estima ficou realmente abalada.
Admito que estava contando as horas para o mês acabar, e quando o dia finalmente chegou, acordei mais cedo para poder fazer as sobrancelhas e o alívio que eu senti não tem preço! Infelizmente ainda não estou preparada para abolir esse hábito da minha rotina, mas esse desafio me ensinou muito sobre autoestima, sobre me sentir bem comigo mesma, sobre como devemos nos respeitar e respeitar nossas escolhas.
A sobrancelha pode parecer algo supérfluo e de não tanta importância para nossa aparência, mas na realidade ela molda completamente o nosso rosto. Servindo para dar formato a área dos olhos e harmonizar nosso rosto, as sobrancelhas são extremamente importantes e podem te beneficiar ou não.
Por não me sentir tão confortável comigo mesma e com a minha aparência, o tempo que eu demorava para me arrumar aumentou (e muito!) pelo fato de eu ficar penteando a sobrancelha eternamente, passando um lápis aqui, iluminando ali. Tentava afinar elas de qualquer jeito.
Sei que pode parecer besteira, pois a única coisa que eu fiz foi ficar um mês longe da pinça, mas por incrível que pareça esse período foi muito empoderador. Quando deixamos de fazer algo que normalmente nos é imposto a fazer, como se depilar, usar sutiã, ou até fazer a sobrancelha, negamos certos padrões. Por mais que para mim tenha sido algo temporário, me fez refletir muito e pensar se realmente é necessário passarmos por diversos procedimentos, muitas vezes dolorosos, a troco de se encaixar nesses padrões.
Por mais difícil que cada desafio pode ser, a verdade é que a gente se adapta. Seja demorando mais tempo pra se arrumar ou até evitando espelhos, a gente aprende a lidar e nos adaptamos rapidamente.
Quando estava contando para as meninas do escritório sobre o desafio e sobre como estava sendo difícil para mim lidar com isso, mais de duas delas falaram que preferiam sobrancelhas mais grossas e preenchidas, e isso me fez pensar em como não existe certo e errado. O certo mesmo é fazer o que faz sentido pra você e como você se sente melhor.
Parece difícil de acreditar mas a realidade é que ninguém, além de você, vai reparar ou se importar com isso, e nem deveriam né?