Uma pandemia mundial. Nos sentimos sozinhos, com medo, descrentes, preocupados com os nossos, preocupados uns com os outros. Em tempos de sentimentos tão ambíguos e em geral negativos, o que podemos tirar de aprendizado desse momento? Onde entra o autoconhecimento? Preparei alguns pontos para você mas, é claro, sinta-se à vontade para compartilhar os seus com a gente:
Sente de maneira confortável e olhe para você mesmo com a sinceridade de quem sabe que absolutamente ninguém vai ficar sabendo. Se esse momento vai ser através da escrita, olhando para o nada ou de olhos fechados em cima da cama – só não deite, por experiência própria sei que não dá certo por motivos de cochilo – não importa, a única coisa que importa é você sentir o seu corpo, se ele sente dor e porque você acha que ele sente, se você está cansada, se se sente em harmonia, enfim, se questionar, se conhecer, pensar no que você quer mudar e até mesmo se quer mudar. Você tem tempo para fazer isso, aproveite.
Aqui é o que você quiser: aprender a dançar, cozinhar, desenhar, meditar, um novo gênero musical, virar estrelinha, andar pelado pela casa, enfim, pegue o seu desejo e o procure nas plataformas digitais, você encontra vídeos e mini cursos sobre quase tudo.
Vimos muita falta de colaboração e empatia com o outro, mas também vimos pessoas ajudando umas às outras e é isso que vamos exaltar. Bilhetinhos de vizinhos jovens destinados aos vizinhos mais velhos oferecendo possíveis ajudas, compartilhamento de informações, escolas que seguiram fornecendo lanche para crianças carentes e campanhas pedindo para apoiar os pequenos estabelecimentos circularam por nossas redes e, em algumas vezes, encheram nossos olhos de lágrimas. Precisamos guardar esses sentimentos e atitudes em nossa memória para continuarmos com a prática deles mesmo quando o nosso planeta estiver saudável e de volta ao ritmo normal.
Compartilhar informações nas redes é muito importante e resinifica o que muitos de nós entendíamos como usabilidade das ferramentas. Mas a massificação de informações sobre COVID-19, bolsa de valores, entre outras, nos colocam em uma situação constante de alarme, nos cansa, e não falo de forma leviana, porque se você entrar nas minhas redes, todos os dias tem uma informação de fonte segura que achei conveniente, mas dar um respiro para o nosso cérebro é importante para ele e para nossa saúde de forma geral. Então misture suas informações com coisas que deixem o coração quentinho, tipo memes fofinhos, filhotes, sugestões de playlists e podcasts ou trechos que ama de filmes. Enfim, tudo o que você considerar fofo para despertar um sorrisinho nos seus amigos e em você.
Muitas empresas acreditam que o rendimento de seus colaboradores não será o mesmo se estes não estiverem dentro das paredes corporativas. Da minha parte, devo dizer que ao processar a informação de que estou em minha bancada, com uma xícara de chá e um incenso aceso, meu cérebro imediatamente entende que vou trabalhar e se comporta de acordo com o momento – foi com muito treino e escondendo o celular? Não nego, mas hoje ele já entende o processo sozinho.
Esse momento sensível e doloroso irá ensinar as empresas a confiar mais em seus funcionários, a perceber que existe diferentes formas efetivas de trabalho, como o home office, e com isso, aumentar a qualidade de vida daqueles que trabalham em locais onde esse privilégio é possível. Para os que a forma de trabalho não permite práticas tão maleáveis, devemos pensar em outras possibilidades, como deixar o ambiente de trabalho mais aconchegante, menos horas e mais salário - com isso, confiando em rendimento e não em tempo, transporte seguro, enfim, usarmos dessa possibilidade forçada para mostrar que muitas coisas podem dar certo.
Quem nunca pensou “ se eu tivesse um diazinho de folga para me dedicar a projetos paralelos” que atire a primeira pedra. Esse seu projeto pode ser um novo emprego, uma ideia de negócio, alguma coisa que você queira aprender – e o Youtube te ajuda, aprendi a desenhar lá – enfim, algo que resiste dentro da sua alma mas que você está sempre muito ocupada ou cansada para conseguir se dedicar. Trace um plano, reserve um espaço de tempo maior do que o dedicado ao Netflix e desfrute desse momento.
Escolha as práticas que combinam com você, use-as, inspire-se e, principalmente, reflita. Reflita sobre tudo, sobre o que vinha acontecendo com o mundo e como vínhamos tratando ele, sobre comportamento individual e sobre começar tudo de novo. Comece com as suas atitudes, leve-as adiante de fato e acredite nelas, porque às vezes iniciamos algo parece que estamos sozinhos e isso nem vai fazer diferença, mas faz, porque em todo o mundo mais pessoas estão tentando o mesmo sozinhas e, mesmo sem saber, você não está sozinho. Faça isso por você, por quem ama, e pela única casa que compartilhamos, a Terra.
Oi! Eu sou a Laíza Barcellos, nova colaboradora convidada do STL, e esse texto foi escrito por mim!