Mulheres que se tornaram mães na pandemia

por The Look Stealers

Nós mulheres lutamos a muito tempo por espaço na sociedade e, principalmente, no mercado de trabalho - e para as que decidem ser mães, esse processo é ainda mais difícil. No último ano um novo desafio surgiu, devido a  necessidade do home office e até mesmo o desemprego, a vida de muitas mulheres sofreu alteração, pois além de aprender a lidar com este novo momento, também estavam sendo mães na pandemia. Esse novo quadro de vida implicou em mulheres se tornando mães em tempo integral, tendo que brincar, distrair, além de serem também professoras e ajudar na organização da casa.

Para as que se tornaram mães na pandemia esse novo cenário criou a necessidade de repensar todos os planos que haviam feito anteriormente. O momento da maternidade envolve muitos sonhos e planos, de poder estar com a família, planejando o nascimento, os amigos visitando a criança, mas isso não é possível nesse momento e então foi preciso encontrar maneiras de sentir esse afeto. 

Conversamos com três influenciadoras que se tornaram mães na pandemia e elas dividiram o relato de como foi viver esse momento tão único e lindo na vida delas dentro de um momento difícil no mundo.

Marina Luiza - dia das mães - mães na pandemia - outono - brasil - https://stealthelook.com.br
Foto: Marina Luiza (Reprodução/Instagram)


_marina luiza

A Marina trabalha com estratégias digitais e além disso é a mãe do Tomas. A gravidez não planejada aconteceu dois meses após o início da quarentena e esse início assustador unido ao fato dela estar na casa do marido, longe da família, foi a parte mais desafiadora. Não poder ir ao encontro da mãe para dividir e vivenciar os primeiros meses da gestação, foi uma das coisas que mais te deixou triste, fora isso, ela e o marido moram em São Paulo, já a família do dele é de Recife e não puderam participar da gravidez e ainda não conhecem o Tomas pessoalmente. 

Conciliar todos esses sentimentos, medos e angústias com a alegria de ser mãe, para ela é a coisa mais doida que já viveu, relata: ”sem querer, dei o maior passo da minha vida na pandemia e me tornei outra pessoa: a mãe do Tom Tom”. Marina afirma que a pandemia faz parte da história de seu filho, e vê-lo crescer em um mundo tão diferente do que era antes dele nascer, traz alegria e amor: “essa pandemia horrível faz parte da história dele assim como a de todos nós, acho que ele vai sentir a experiência junto com a gente. Hoje sou mãe, esposa e seguimos nos cuidando e fazendo nossa parte para que tudo isso passe logo e nós possamos reunir toda família - primeira coisa da lista: ir para Recife!”. 

Jessica Mello - dia das mães - mães na pandemia - outono - brasil - https://stealthelook.com.br
Foto: Jessica Mello (Reprodução/Instagram)

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A Jessica é mãe da Pilar, que nasceu em março deste ano. Viver uma gravidez na pandemia, para ela, foi viver os sentimentos em proporções muito maiores, as incertezas do mundo novo, do que iria vir pela frente, causou nelas as mais diversas emoções. 

A descoberta de que seria mãe na pandemia de uma menina, deu ainda mais medo, por saber tudo o que nós mulheres passamos no mundo, além da frustração de não ter a chance de encontrar os amigos e viajar com o barrigão. Mas essa chegada não foi feita apenas de medo, veio também como um chamado de esperança e a chance de poder ter tempo para pensar em todos os detalhes, conta: “o bom foi ter tido tempo pra ficar pensando na rede tomando um café, mirabolar planos, tomar banhos demorados, ir à praia de longe pra pensar... tive bastante tempo pra digerir, porque o mundo tava meio “parado”. 

Daqui uns anos, quando Jessica ter a chance de contar a Pilar como foi viver este momento em meio uma pandemia, ela vai falar que a filha trouxe a esperança de um futuro melhor: “ela significou uma esperança gigantesca na família e um novo gás na minha, pra me conhecer de uma nova forma e também tirar planos do papel”, relata. Jessica morou em uma ilha durante a gestação com o pai da Pilar e isso com certeza é algo que ela quer contar à filha, a loucura e delícias de estar grávida, ter feito uma mudança para que pudesse curtir um tempo com mais tranquilidade perto do pai.

Giovanna Girioli - dia das mães - mães na pandemia - outono - brasil - https://stealthelook.com.br
Foto: Giovanna Girioli (Reprodução/Instagram)

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A Giovanna é designer de moda e empresária e durante o segundo mês da quarentena ela descobriu a gravidez do Joaquim, por já estarmos vivendo a pandemia ela acredita que o susto não foi tão grande e que isso não a impediu de fazer planos para quando ele nascesse. O filho da Giovanna nasceu em fevereiro desse ano e ela acreditava que nesse momento as coisas já estariam se normalizado, como sabemos que não aconteceu.

Para ela a gestão em si foi tranquila, mas a parte triste foi quando ela realmente tornou-se mãe na pandemia com o nascimento de Joaquim e não pode apresentá-lo a família: “a parte mais triste foi que depois que ele nasceu não pude apresentá-lo para todos da família, por exemplo, e as minhas tias e melhores amigas nunca o viram”, relata. Hoje, para quem tem a chance de visitar a criança, como os avós e tios deles, estão todos de máscara, o que causa outra tristeza, já que Joaquim começou a sorrir e não consegue ver o sorriso das pessoas de volta. 

Apesar dos momentos tristes, Giovanna vê o nascimento do seu filho como uma forma de acreditar em um futuro melhor, conta: “vou dizer que ele nasceu em um momento muito triste para o mundo, em que várias vidas estavam sendo perdidas, e que uma nova vida como a dele nesse momento foi um respiro e uma forma de acreditar em um mundo melhor no futuro”.

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