Não é você que tem que servir nas roupas, são elas que precisam servir em você… mas e quando não servem?

por Layla Brígido

Oi, Look Stealers, estou de volta e que delícia retomar nosso papo por aqui! Se você não me conhece vamos resolver isso agora! Meu nome é Layla Brigido, sou influenciadora de moda com direito a looks monocromáticos, modernos e bem urbanos. Também amo beleza e adoro tudo que é ligado a bem estar porque prezo demais pelas coisas que me fazem sentir bem. Ah, e sou uma mulher gorda, que passou por várias transformações, redescobriu sua autoestima e que como qualquer outra mulher gorda ou não, também tem seus altos e baixos! Tenho muita história pra contar, então senta, tira um tempinho que não vai faltar assunto! Vamos começar? 

Para (re)começar nossa conversa por aqui, resolvi falar sobre um assunto super relevante para mim - e para o mundo! - que são os desafios da moda plus size. É previsto que o mercado plus size fature 15 bilhões até 2027, de acordo com a ABPS (Associação Brasil Plus Size), e não é preciso ser uma mulher gorda pra ter lá certas dificuldades em encontrar roupas, mas sendo, é consenso o quanto ainda é difícil. 

Layla Brídigo - camisa branca, gravata, meia calça, bota - gravata - inverno - Belo Horizonte - https://stealthelook.com.br
Foto: Layla Brígido (Reprodução Instagram)


De 10 anos pra cá muita coisa melhorou e muitas marcas surgiram, temos novas peças, estilos, referências e um mercado que vem lutando por espaço e alcançando mais mulheres, e isso é incrível, mas ainda falta muito! Muitas de nós ainda não encontra roupas que a gente se identifique, o rótulo em cima da mulher gorda é enorme e o mundo como um todo sempre dá um jeito de reforçar a ideia de que nosso corpo não é digno! Então como acreditar no contrário quando algo simples como ir ao shopping e comprar uma roupa não é uma opção, já que o seu tamanho não se encontra ali? O resultado disso vai além dos looks e pode gerar uma autoestima abalada e mulheres que muitas vezes nem sabem o que gostam de vestir! 

Contando um pouco da minha experiência, eu já fui uma mulher magra e depois da quimioterapia engordei. Isso quer dizer que por um bom tempo eu ia ao shopping e encontrava peças que eu gostava com facilidade, e por isso nem passava na cabeça o aborrecimento de pensar em querer algo que não teria em meu tamanho. Quando engordei foi um baque, porque eu sabia meu estilo, o que eu gostava e queria, e tentava encontrar essas peças que amava e me identificava no meu novo tamanho, mas eu simplesmente não conseguia. Me lembro de logo no começo desse processo, ir em busca de um short jeans mais curtinho. Parece simples né? Mas esse tipo de peça não existia nas lojas, mesmo nas que, naquela época, eram chamadas de “lojas de tamanhos especiais”, porque eram consideradas peças que pessoas gordas não deveriam usar.

Ainda hoje, muitas vezes, me pego desanimada e desejando peças que sei que não vou encontrar no meu tamanho. E, bom, se vestir o que a gente ama faz com que a gente se sinta bem, o contrário fica claro, né? Então. isso mexe diretamente com a minha autoestima. É frustrante, doloroso e exaustivo também, mas como eu preciso seguir o baile - com muito estilo por sinal - eu respiro fundo, começo as pesquisas e já vou buscando possibilidades e alternativas! Já comprei pedrarias pra prender em um blazer preto e, na dúvida, recorro à minha mãe que sempre tem uma boa ideia. Se o assunto for crochê ela tira de letra pra fazer algumas roupas, então já adaptei peças que tenho até chegar perto daquilo que eu queria - e sigo na busca de uma costureira para fidelizar. É um processo trabalhoso e, como eu disse, cansativo, mas que acredito que por mim vale a pena, já que me vestir como quero é algo que me faz tão bem! 

Então não, eu não tenho solução imediata para tudo isso, infelizmente! O meu desejo é que esse mercado, que vem aos poucos colocando mulheres gordas na passarela e falando mais sobre diversidade, entenda que celebramos os progressos mas que também é preciso caminhar mais, porque nós estamos aqui há muitos anos esperando. É preciso ouvir mais e enxergar a mulher gorda sem a intenção de diminuí-la, mas sim de incluí-la em um mundo que também pertence a nós! E pra fechar esse post com dicas úteis, as lojas online são meu xodó, tiro minhas medidas e ali compro feliz sabendo que aquela peça foi pensada pro meu corpo. Felizmente hoje temos várias e eu estou sempre de olho nelas, então aqui vão algumas que merecem a sua atenção porque fazem um trabalho muito incrível: 

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