Dirigido por Ridley Scott, o filme "Napoleão”, nova produção da Sony Pictures, estreia hoje, 23 de novembro nos cinemas. Ele conta a história do famoso imperador francês, de sua ascensão à queda, e seu tempestuoso relacionamento com Josephine, sua esposa por anos que foi um ícone fashion e redefiniu a moda da época.
Além da estruturação histórica super interessante, onde é possível ver todas as fases de Napoleão e a construção da sua fama, o figurino do filme é de tirar o fôlego e prende a atenção do espectador do início ao fim. Assistimos ao filme em primeira mão e te contamos cinco coisas que você precisa saber sobre antes de assistir o longa nas telonas.
O contexto histórico
A figura de Napoleão surge em um contexto histórico instável e conturbado. A França, que acabava de destituir a monarquia, passava por uma revolução e vivia o “Período do Terror” - conhecido como o mais radical da Revolução Francesa, que levou o rei Luís XVI, Maria Antonieta e outros aristocratas à guilhotina.
O governo de Napoleão trouxe diversas mudanças para a França, tanto aos olhos dos franceses quanto aos olhos do mundo. Com novos territórios sob sua influência, lançaram tendências culturais, políticas, artísticas e sociais que se espalharam pela Europa.
Neste processo, a construção de uma nova identidade pode ser vista refletida na moda: referências militares, as cores da nova bandeira da França e uniformes usados em celebrações oficiais (como fazem alguns membros da realeza britânica até hoje), são alguns desses reflexos.
A estética napoleônica
Reforçando que se tratava de um novo capítulo na história da França, o império de Napoleão usou a estética para reforçar a ruptura com a monarquia, o rococó, o barroco e o excesso de adornos. Retomou valores da Antiguidade Clássica, explorando símbolos greco-romanos e da Idade Média.
Apesar dessa ruptura, seu império foi muito marcado também pelo luxo, opulência e ostentação. Para sua cerimônia de coroação, Napoleão mandou fazer uma coroa de louros toda de ouro, símbolo de poder no império romano antigo.
Josephine Bonaparte
Primeira esposa de Napoleão, Josephine foi uma mulher inteligente, estratégica e que esteve na vanguarda da moda da época. Disseminou e popularizou uma nova estética, se tornando inspiração para as mulheres da sociedade. Em um período em que o masculino e o militar dominavam, a imperatriz foi a referência de feminino. Com um acervo impressionante, Josephine adorava comprar - em um único verão, chegou a encomendar 38 chapéus. Entre rendas, peças de cetim, tafetá e seda, ajudou a fomentar a moda, o mercado e a produção.
Josephine Bonaparte inspira criações até os dias de hoje. Giambattista Valli, por exemplo, usou a imperatriz como referência para sua coleção outono/inverno de Alta Costura deste ano. Na Dior, foi inspiração em 2005 para Galliano. Até quarto de hotel Josephine inspirou!
A silhueta império
Neste mesmo período surge uma nova silhueta feminina. O vestido reto, com uma costura ajustada abaixo do busto e pouquíssimo volume na saia se tornou a peça do momento. Livre de espartilhos e afins, a silhueta era mais minimalista, decotada e sensual. O novo shape, que ficou conhecido como “silhueta império”, era mais prático de vestir, trazia tecidos mais leves, cores mais claras e deixava os braços, que até então eram cobertos até no verão, de fora.
Rompendo completamente com a vestimenta feminina pré-revolução francesa e com as referências e imagens que temos de Maria Antonieta, é uma estética que lembra as vestes greco-romanas. Talvez você já tenha visto algo parecido nos romances de Jane Austen.
As jóias
A joalheria era uma paixão compartilhada entre Josephine e Napoleão. Entre espadas incrustadas de diamantes, coroas e tiaras, o anel de noivado de Josephine é uma das peças mais icônicas. Considerado o primeiro modelo do estilo “toi et moi” (em tradução livre “eu e você”), a peça conta com uma safira e um diamante em formato de gota, e é copiada até hoje.
Os camafeus, peças normalmente esculpidas em marfim, eram as favoritas da imperatriz. Usadas em broches, cintos, tiaras e colares, marcaram a história e são usadas até hoje pela realeza contemporânea. A tiara conhecida como “The Cameo”, encomendada pelo imperador para sua amada, pertence à família real Sueca - que descende de Josephine.
A coleção era tão grande que só as joias de Josephine foram avaliadas em mais de 5 milhões de francos.
Napoleão já está nos cinemas e você não pode perder! Confira abaixo o trailer oficial.