America meets britain. Ralph Lauren sempre foi conhecido por ser um dos maiores pilares do design americano, e ele sempre evoca a all-american girl em suas coleções. Nessa temporada, porém, ele olhou para o passado da Grã-Bretanha na busca por inspiração, desde as paisagens e outfits do campo até o período elizabetano. O desfile começou com alguns conjuntos monocromáticos em bege, e depois partiu para estampas plaid, algumas capas e jaquetas coloridas. Os casacos vieram em patchwork de tweed, alguns overcoats com detalhes em pele, ponchos com franjas, e depois deram espaço a looks de eveningwear. Aqui a inspiração britânica era clara: colarinhos dramáticos, com babados e bordados, mangas também com babado, em looks que tinham o cinto de couro largo tradicional da Ralph Lauren na cintura da modelo. Ao final, belíssimos vestidos de festa em veludo e dois dourados em lamé com um efeitoliquid gold incrível.
Entre no clima da coleção apresentada pela Ralph Lauren:
A Calvin Klein Collection de Francisco Costa permaneceu uma marca essencialmente minimalista por bastante tempo, investindo em designs sóbrios, sem muitos embellishments e em cores neutras. Em algum ponto nas últimas coleções, no entanto, isso começou a mudar, culminando com a coleção de ontem. No início, os tuxedos combinados com full pants eram bem Calvin Klein:monocromáticos, discretos, sem muitos detalhes e até bem masculinos. Vieram alguns slipdresses com alça em pele, e overcoats em plaid pattern com colarinho e detalhes em pele (todas faux, como Costa fez questão de lembrar no backstage). O único acessório aqui ainda é apenas um cinto de couro fino, bem minimal. Na metade do desfile o mood muda dramaticamente: começamos a verestampas gráficas, animal print, e vestidos com recortes e detalhes em chapa de ágata. Os detalhes em pedra, ideia que Costa teve em viagem ao Brasil, foram o ponto alto da coleção, algo completamente inesperado para a Calvin Klein, mas muito bem recebido pela crítica. Os cortes ovais nos vestidos teriam ficado talvez até vulgares se feitos sozinhos, mas os belíssimos geodos fixados com uma pequena trama de metal transformaram as peças num poderoso statement.
Algumas peças com o mood da Calvin Klein Collection:
E o gênio de Marc Jacobs conseguiu novamente ofuscar todos os outros desfiles da NYFW e ser o mais comentado e elogiado da temporada. Num clima dark, Jacobs usou um gigantesco mix de referências, históricas, musicais e cinematográficas, de um alcance que apenas os grandes designers têm, para criar uma coleção que deixou os presentes de boca aberta. A silhueta era exagerada, com formas oversized de casacos, biker jackets, sweatshirts, vestidos e aquela botas de salto histericamente alto. A riqueza dos detalhes é quase impossível de ser descrita: uma profusão de seda, peles, bordados, estampas de coroas, ratos, bailarinas. Era um encontro da era vitoriana com o glamour decadente dos anos dourados de Hollywood, com uma vibe varsity chic e uma pitada de Beetlejuice. Se tudo isso não bastasse, lá pela metade do desfile, Lady Gaga surge na passarela, camuflada entre as modelos, e leva a internet à loucura. Ao final, o look da modelo Molly Bair parece evocar a Rainha de Copas de Alice no Pais das Maravilhas, com uma gigantesca capa xadrez, criando uma imagem que já é considerada uma das melhores da carreira de Marc Jacobs.