O guia completo para a primeira vez na África do Sul!

por Suzanna Piacente

Eu sempre fui dessas pessoas que têm uma vontade enorme de rodar o mundo. Se pudesse, faria uma festa de despedida, colocaria uma mochila nas costas e voltaria somente quando tivesse completado a minha bucket list.

Ano passado, em dezembro, tive a oportunidade de conhecer um dos meus destinos mais aguardados, a África do Sul, e vim contar para vocês tudo de mais incrível que o país tem a oferecer: das paisagens naturais deslumbrantes à uma riqueza estética incomparável, dos locais simpáticos e receptivos à um lifestyle tranquilo, a arquitetura, a vegetação, a moda e a arte sul-africanas são únicas. E eu amei - como amei! - cada segundo da viagem e poder conhecer de perto esse destino dos sonhos. Prepare-se, pois você também vai se apaixonar!

Se você está planejando uma viagem para a África do Sul, saiba que os brasileiros não precisam de visto, mas é obrigatório ter o certificado internacional da vacina da febre amarela. Pode ficar tranquila que isso é muito fácil de resolver, já que dá pra emitir online sem pagar nada no site da Anvisa e depois é só imprimir. Caso ainda não tenha tomado a vacina, vá ao posto mais próximo da sua casa para tomar, faça o cadastro online e aguarde que, dentro de alguns dias, te enviarão o certificado via email.

A moeda oficial do país é o rand, que no momento vale menos que o real. Não é uma moeda muito fácil de encontrar pronta entrega no Brasil, mas dá para encomendar em algumas casas de câmbio. Eu acabei levando quase todo o dinheiro em rand e um pouco de dólar para caso precisasse trocar - o que eventualmente aconteceu. Hoje, eu levaria a maior parte do dinheiro em dólar e trocaria por lá mesmo, ao invés de levar quase todos os rand já daqui.

Um ponto importante dos preparativos da viagem é se atentar à entrada do país: do Brasil, os voos partem de Guarulhos/SP e chegam em Joanesburgo. Portanto, se assim como o meu roteiro, o seu começa na Cidade do Cabo, programe-se para esse voo interno (Joanesburgo > Cidade do Cabo na ida e Cidade do Cabo > Joanesburgo na volta).

Outra dica é agendar previamente alguns passeios. Dependendo da época do ano, se é alta temporada ou não, dá para fechar na hora a maioria dos tours, como as vinícolas e o Cape Point, mas recomendo que você já reserve pelo menos o safári - especialmente se você quer fazê-lo com guia turístico.

Finalmente, a dica provavelmente mais importante para quando for preparar as malas: leve uma jaqueta. Estive lá no verão mas, sinceramente, acho que nunca tomei tanto vento na vida. Não só nas montanhas, mas também na própria cidade, venta demais e é um vento gelado, por isso é essencial carregar consigo a jaqueta. Minha imunidade foi posta à prova e, por incrível que pareça, não voltei resfriada, mas sim com a pele muito seca (já coloca também o hidratante na mala).

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Eu adoro fazer roteiro de viagem, então para essa não foi diferente e tomei pra mim a missão de otimizar os passeios dentro da semana que teríamos na Mother City. O que costumo fazer é dividir os lugares de acordo com o bairro/região e dar uma olhada nos sites para saber se tem alguma restrição de dia e horário. Não é à toa que Cape Town foi eleita em 2014 a capital mundial de design: a estética única e belíssima é de encher os olhos. Fiquei admirada com cada cantinho da cidade e também com os detalhe das lojas, cafés e produtos - tudo foi cuidadosamente pensado para deixar a experiência ainda mais incrível e, para quem curte arte e design, isso é sensacional!

Sabe aqueles ônibus hop-on hop-off que tem nas principais capitais do mundo? Em Cape Town também tem e eu fiz no primeiro dia da viagem - dei uma super volta pela cidade, passando pelo centro e pelo litoral e aproveitei para descer na parada da Table Mountain - essa montanha é o cartão postal da cidade e você precisa separar um momento do seu roteiro para subir até o topo! Dá pra fazer uma caminhada até lá em cima ou ir de teleférico, de qualquer forma, garanto que a vista é imperdível! Só um detalhe: pode acontecer da montanha estar encoberta por nuvens, que as pessoas chamam de tablecloth, por isso o ideal é não deixar esse passeio para o final e tentar fazê-lo logo no primeiro dia em que amanhecer sem as nuvens. As montanhas são uma constante por todo o país e você vai se deparar com cenários espetaculares. Em Cape Town, aproveite também para admirar o pôr do sol lá de cima do Signal Hill e do Lion’s Head

Waterfront é um dos principais pontos turísticos da cidade e é de lá que parte o passeio para Robben Island - a ilha onde Nelson Mandela ficou preso por 18 anos, e é também o local onde se encontram diversas atrações, como a roda gigante Cape Wheel, o museu de arte contemporânea Zeitz Mocaa, o shopping V&A Waterfront, o mercado de produtos locais Watershed e o mercado gastronômico V&A Food Market, entre outras milhares lojas de artesanato e produtos típicos, além de uma infinidade de restaurantes e lugares instagramáveis. O Waterfront também é palco de artistas locais e não é incomum encontrar grupos performando músicas e danças africanas. 

Para conhecer mais sobre a história da cidade, o Castelo da Boa Esperança é o local ideal. As paredes amarelas da construção mais antiga da África do Sul nos transportam para a época em que a fortaleza foi erguida - século XVII - e os museus ali presentes nos ensinam um pouco mais sobre a Mother City. Aproveite para caminhar algumas quadras e conhecer o centro, a catedral St George, a feira de artesanato Greenmarket Square e a famosa Long Street, a principal avenida da cidade. Bastante movimentada e boêmia, a avenida é o encontro de turistas e locais, de bares, restaurantes e algumas das lojas de decoração mais fantásticas que eu vi durante toda a viagem. Ande mais um pouco e você chegará em Bo-Kaap, o bairro histórico das casas coloridas. 

Outro lugar imperdível é o jardim botânico Kirstenbosch, onde é possível ver de perto espécies que só existem na flora sul-africana. A parada obrigatória de sábado é The Old Biscuit Mill, uma feira de design e gastronomia que acontece semanalmente na cidade e, na minha opinião, um dos melhores lugares para fazer compras.

Anote aí dois passeios bate e volta que você não pode deixar de fazer: as vinícolas e o Cape Point. A África do Sul é referência mundial na produção de vinhos e sugiro que você reserve um dia para a degustação e também para conhecer as cidades da região Cape Winelands, cuja beleza natural é estonteante, e a arquitetura também, apontando diretamente para as raízes holandesas da colonização. Inclua também um dia para conhecer o Cape Point, passando pelas belas praias de Camps Bay e Hout Bay, a estrada cinematográfica (literalmente, já que foi cenário de vários filmes!) Chapman’s Peak Drive, a praia dos pinguins Boulders Beach e, finalmente, o Cabo da Boa Esperança, que há mais de 500 anos foi a porta de entrada para os europeus no país.

 

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Eu sou vegetariana e posso afirmar que não tive problemas quanto à alimentação. Aliás, pelo contrário, eu comi muito bem! A gastronomia sul-africana é bem apimentada e experimentei alguns pratos típicos que gostei muito, como o chakalaka, que é um molho bem condimentado de tomate, cenoura e cebola - dica: o do Afrika Bites é o melhor. O La Parada é um restaurante que fui mais de uma vez e o Burrata foi um dos favoritos. Vale também ir algumas vezes no V&A Food Market para experimentar todas as delícias do lugar!

A rede de supermercado mais famosa de lá é a Pick n Pay e a de farmácia, a Clicks. A visita é válida para conhecer os produtos locais, já os importados tinham preços muito similares com os que encontramos aqui. Aliás, falando em produtos locais, fique de olho nos de beleza, que são ótimos e a maioria é composta por ingredientes naturais.

A África do Sul é o paraíso para quem gosta de pedras preciosas. É comum encontrar lojas de rua vendendo acessórios caríssimos, mas também é possível encontrar colares e pulseiras de pedras bem mais baratos do que muita bijuteria no Brasil. Com exceção de algumas fast fashion locais, como a Truworths, a maioria das lojas é de bairro - então se você viu alguma coisa que te chamou a atenção, entre porque é provável que não a encontre novamente. A não ser pelas lojas de lembrancinhas, que são diferentes, mas vendem os mesmos produtos com os preços variados, então vale a pena dar uma pesquisada antes de comprar.

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Tive pouco tempo em Joburg e o meu único dia inteiro lá foi para fazer o safari. Acabei não conhecendo o Museu do Apartheid nem o Constitution Hall e Soweto, justamente por conta da falta de tempo e, também, porque estive na cidade na véspera do Natal. No entanto, fiquei hospedada em Sandton, que é um bairro moderno, muito seguro e organizado. Conheci a praça Nelson Mandela Square, onde está a famosa estátua de Nelson Mandela, e o Sandton City, que é o maior shopping do continente africano. A entrada do shopping fica nessa praça e há diversas opções de restaurantes no complexo. Uma ótima opção para garantir alguns snacks e refeição rápida é o The Bread Basket e, para jantar ou curtir um happy hour, o Riffs Bar & Grill.

Para fechar a viagem, fiz pela primeira vez na vida um safári! Optamos pelo Pilanesberg National Park, por conta do preço e da localização (fica a umas 2h e pouco de Johannesburg). Fomos em um grupo de 9 pessoas naqueles veículos típicos e com um guia nos ajudando a encontrar os animais e contando as curiosidades sobre a fauna e a flora sul-africana. E foi sensacional! O safári terminou e eu fiquei com uma vontade enorme de fazer mais!

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Dos milhares de pontos turísticos e lugares não tão óbvios que a África do Sul tem a oferecer e que eu queria visitar, consegui cobrir a maioria. Mas ainda assim, espero poder voltar algum dia e descobrir um pouco mais do país. A África do Sul estava no meu top 5 de lugares que eu mais queria conhecer e, mesmo sabendo que eu ia amar, conseguiu me surpreender. E eu espero que você também tenha a oportunidade de conhecê-la, porque por mais que eu tenha tirado milhares de fotos e tentando trazer um pouco do vivi lá neste relato, a experiência é indescritível e merece ser vivida.

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