Uma das melhores tradições do inverno para os cinéfilos é o Festival de Sundance que acontece anualmente em Park City, Utah. O festival foi fundado em 1978 por Robert Redford e um grupo de amigos buscando promover o cinema independente. O nome do festival foi até uma homenagem a um personagem do ator e o que começou como uma pequena mostra de filmes que praticamente ninguém iria assistir, acabou se tornando um dos mais importantes festivais de cinema do mundo, que lançou filmes indicados e ganhadores de Oscar como os recentes No Ritmo do Coração, Vidas Passadas e A Verdadeira Dor.

E este ano, não vai ser diferente, algumas das produções lançadas no festival já são sucesso de crítica, como o drama familiar Omaha dirigido por Cole Webley estrelado por John Magaro e Molly Belle Wright ou o documentário Come See me In Good Light, produzido por um grupo impressionante de artistas, entre eles Tig Nogaro, Sara Bareilles, Susan Yeagley e Kevin Nealon. Ainda não há uma previsão de quando irão para as salas de cinema, pois ainda estão em busca de distribuição. Mas acredite, isso é apenas uma questão de tempo, pois os dois filmes são incríveis.
Por outro lado, duas produções divertidíssimas já estão se encaminhando para o circuito comercial, uma delas é a comédia dramática Twinless, dirigida e estrelada por James Sweeney e co-estrelada por Dylan O’Brien, assim como, o thriller australiano Together estrelando Alison Brie e Dave Franco. Os dois filmes não são nada do que se espera e o público do festival adorou. E claro, a esperada produção da Focus Features, The Ballad of Wallis Island, com Carey Mulligan, que chega às salas de cinema em Março, teve seu pré-lançamento durante o festival e foi aplaudido de pé por diversos minutos — algo não muito usual em Sundance.

E se o assunto é expectativa, ninguém estava mais ansioso por este festival que Jennifer Lopez, com a estreia da nova produção de O Beijo da Mulher Aranha. Para evitar confusões, apesar do material de inspiração ser o mesmo livro de Manuel Puig, o novo filme é o remake do musical da Broadway de John Kander e Fred Ebb, escrito por Terrence McNally e estrelado por Chita Rivera. E não aquela produção cinematográfica de 1985 de Babenco estrelando Sônia Braga. Apesar dos pesares, a produção tem números musicais lindíssimos, sem economizar no estilo camp. Não será o filme do ano, mas Jennifer Lopez brilha cantando e dançando em sua interpretação de Ingrid Luna.
Outra interpretação que marcou o festival foi Rose Byrne na comédia dramática If I Had Legs I'd Kick You de Mary Bronstein que também estrela Danielle Macdonald e Conan O’Brien, que retrata o lado não tão mágico da maternidade. O filme é uma montanha-russa de emoções e será distribuído pela A24, a queridinha dos fãs de cinema independente do momento.

Mas não é só de mostras de filmes que sobrevive um festival. Há inúmeras atividades paralelas nos variados lodges, ou cabanas, onde são promovidas palestras, encontros, shows, festas e até espaços de wellness, como era o caso do Music Lodge onde os visitantes poderiam fazer diferentes tratamentos estéticos, aplicações de vitaminas e testar a câmara de oxigênio pressurizado da Oxyhealth que se tornou o melhor lugar para fugir do agito do festival por uns minutos.
Entre as várias empresas que tinham seus próprios lodges, a Audible junto à Variety teve uma série de palestras sobre storytelling em áudio. Claro que um dos destaques da programação foi o bate papo sobre a segunda temporada de The Big Fix, a série de áudio produzida e estrelada por Jon Hamm. A Apple Films seguiu com a tradição de pequenas recepções de brunch e happy hour para marcar presença no festival e também oferecer um espaço de trabalho e reuniões cosy. E um pouco mais afastado da rua principal, havia um mini festival de série de atividades dedicadas a criadores de conteúdo, no BrandStoryTelling Lodge no Deer Valley, onde está um dos melhores resorts de esqui dos Estados Unidos.
Esquiar no Deer Valley Resort, é uma experiência única uma vez que a montanha toda é exclusiva apenas para esquiadores. Há diversas opções de pistas para todos os níveis de habilidade, com restaurantes, bares e cafés entregando um serviço cinco estrelas e vale destacar que o estado de Utah é renomado pela qualidade da neve para esqui e snowboard. Portanto, mesmo durante o festival, quando a agenda começa apenas no início da tarde, visitar o resort é uma parada quase que obrigatória, seja para esquiar ou apenas curtir o aprés-ski. É sem dúvida a melhor atividade para se fazer na região.