Preciso começar esse texto sobre o "poder da influência" falando que foi preciso olhar para dentro de mim, do que eu estava consumindo e produzindo para chegar à essa conclusão. E uma das coisas que me fez refletir sobre o assunto, além do momento de isolamento social, foi o texto de uma amiga que mora em Portugal, Tamires Correia, no qual ela escreveu sobre o papel dos influencers durante a pandemia. E a pergunta que eu quero te fazer é: quem você anda seguindo está no mesmo mood de interesses que você ou tem algo para acrescentar como pessoa ou profissional?
É muito fácil seguir perfis no Instagram onde a vida parece ser perfeita, mas de que forma isso te atinge? Como experiência própria, posso afirmar que desde que entramos em quarentena, o meu botão de unfollow entrou mais em ação do que nos últimos anos. E não, não é sobre desejar algo que não tenho, é sobre saber quem eu sou e o que eu quero a partir de hoje.
Foi-se o tempo em que seguir pessoas esteticamente "bonitas" e com looks incríveis me despertava o interesse. Mas, o que elas estavam me ensinando a não ser o fato de que eu não tinha uma casa tão linda como a dela ou que não poderia comprar aquele casaco que só vendia lá fora por dezenas de euros? Parei, pensei e analisei. Eu realmente não queria mais seguir um perfil inacessível e que só me dava gatilhos para comprar o que eu no fundo não queria ou precisava. Sem falar nas crises de ansiedade por desejar fazer parte daquele seleto grupo de pessoas que no fim, não me ensinavam absolutamente nada.
Hoje, sinto que cheguei a um momento da vida em que procuro aprender e estar cercada de pessoas que possam me ensinar algo relevante e me inspirar profissionalmente, como a ex-editora chefe da Nylon (revista gringa), Gabrielle Korn que sempre lutou por diversidade no meio editorial ou aquela amiga de infância (que citei lá em cima) que se tornou uma profissional de comunicação talentosa. Também tem a Kelly Kim, estilista e fundadora da Calma São Paulo, que vive postando stories com dicas de styling e até receitas de culinária com o seu marido francês. Não posso deixar de fora dessa lista, a diretora criativa e artista Igi Ayedun, que traz diversos assuntos importantíssimos sobre o mundo da moda. A lista é extensa e eu poderia ficar aqui falando sobre todas essas pessoas incríveis e cheias de conteúdo que para mim, realmente têm um poder de influência significativo.
Não critico as influencers que só postam look do dia, eu inclusive, estava me sentindo parte disso. Mas, como falei no começo do texto, foi preciso olhar para dentro de mim e analisar quem eu era, o que queria e como poderia acrescentar na vida de outras pessoas para chegar a essa conclusão. E cá estou, escrevendo mais um texto de reflexão e entrando em uma reunião de conteúdo com um time lindo, no qual, eu acredito que está ajudando muita gente e de todas as maneiras possíveis. É sobre isso, estar cercada de pessoas reais, acessíveis e que nos inspiram cada dia mais, cada uma com a sua forma de ser e com o que tem a oferecer. Esse é o poder da influência que buscamos para agora e sempre.