O Brasil é a nova tendência de moda mundial? Se depender dos influenciadores e das redes sociais, é o que parece. Há alguns meses estamos vendo acontecer um resgate da estética brasileira pelo povo, e a moda vem sendo o principal veículo deste fenômeno. Desde 2014, o verde e o amarelo, a camisa da CBF e até a bandeira do Brasil estavam associadas a um lado da polarização política do país, o que fez com que uma parte significativa da população não se identificasse mais e deixasse de vestir esses símbolos.
Mas, com a aproximação da Copa do Mundo e das eleições, as cores de nossa bandeira estão passando por uma ressignificação, e aquilo que foi tão politizado durante anos, está aos poucos voltando para um lugar de amor ao próprio país e orgulho ao falar do Brasil. Apesar desse resgate da estética brasileira ter surgido, claro, entre os brasileiros, fashionistas, celebridades e influenciadores internacionais também estão aderindo aos símbolos da nossa nação.
Antes de falarmos sobre a ascensão da estética brasileira como tendência internacional do mundo da moda, é importante lembrarmos sua origem. Nas favelas e periferias, as camisas de time sempre foram objeto de desejo, principalmente as da CBF, e usadas mesmo durante a decadência do verde e amarelo. Não podemos colocar os símbolos nacionais do nosso país no âmbito de tendência, sem antes pontuar quem sempre os valorizou.
A marca carioca, PIÑA, foi uma das que sempre usou as cores e os símbolos nacionais em suas criações, fazendo questão de mostrar que o verde e amarelo não pertencem a um lado ou outro, e sim a todos os brasileiros. Recentemente, a marca apresentou sua nova coleção na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e ainda fez questão de questionar: “quem foi que disse que a bandeira não é nossa?”.
Voltando para o ponto do resgate e da ressignificação do verde e amarelo, os artistas brasileiros estão sendo vetores indispensáveis no desafio de popularizar novamente nossa bandeira. Nomes como Djonga e Anitta, fazem questão de trazer no peito o Brasil. Em um dos maiores shows internacionais de sua carreira, no Coachella, Anitta usou um look inteiro nas cores da bandeira, levando a estética brasileira mundo afora.
Percebendo a polarização e a politização que acontecia em torno da camisa e das cores do Brasil, a Nike e a CBF resolveram agir, e disseram que a nova camisa oficial da seleção para a Copa do Mundo do Qatar, é a camisa que “une os brasileiros”, além de proibir que os compradores as customizasse com os nomes dos presidenciáveis. Entre o ódio de uns, e o amor de outros, o lançamento fez sucesso, e as camisas venderam que nem água!
Ah, e não são só os símbolos óbvios da estética brasileira que viraram tendência de moda ao redor do mundo. As Havaianas, chinelo característico do povo brasileiro, também vem ganhando um espaço relevante nos looks de verão das influenciadoras do Hemisfério Norte. Durante a última Semana de Moda de Copenhague, só se via looks com Havaianas. Algo que já fazia parte da nossa cultura há décadas, né?
É muito provável que essa internacionalização da estética brasileira se deva à Copa do Mundo. O Brasil é, e sempre foi o país do futebol, logo, em um ano onde tudo gira em torno do esporte, fica difícil não olharmos esteticamente para o nosso país.
O Brasilcore - sim, com S - é tendência, mas o uso das cores da nossa bandeira e da nossa camisa, devem ir muito além de uma mera ascendência estética. Vamos usar os símbolos do nosso país com orgulho e lembrando o que eles realmente significam, nosso amor pelo futebol e pela nossa seleção, deixando de lado as problematizações e toda a política envolvida. E quem sabe, o hexa não vem?
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