Que o Oscar é a maior premiação do cinema, não há dúvidas. Sabemos que é a famosa “Academia" que vota, e tudo bem que há muitas perguntas sobre quem de fato faz parte deste grupo e como tudo isso funciona, mas isso nunca nos impediu de pegar um frasco de shampoo no banho e agradecê-los por reconhecer o nosso talento - ou talvez isso seja só comigo. O ponto é que, independente do quão específico e técnico seja, o Oscar é uma noite de celebrar o que há de melhor em Hollywood.
A cerimônia, este ano, vai ao ar no dia 12 de março e promete ser bastante entertaining, pois após um período de teste sem um apresentador oficial, Jimmy Kimmel voltará para comandar a premiação. Já no trailer que fez sobre o evento com o tema de Top Gun: Maverick, o comediante causou, não só ao destacar o tapa de Will Smith, como a entrega errada de Melhor Filme à La La Land, no ano em que ele também foi o host da noite.
Entre todos os possíveis detalhes anunciados neste quase um mês antes da premiação, a maior pergunta, no entanto, é: afinal de contas, o que eu tenho que assistir? E é isso que pretendo responder aqui.
tár
Tár foi talvez um dos filmes indicados menos falados no Brasil, mas é a performance da vida de Cate Blanchett. Ela está tão perfeita no papel da Maestra Lydia Tár que quase todo mundo que assistiu ao filme chegou a buscar no Google se a personagem era real ou fictícia. Com o figurino andrógeno, pouca maquiagem e com a elegância que só ela tem, ainda ao lado de atrizes como Nina Hoss e Noémi Merlant, é daqueles filmes que permanecem com a gente por muito tempo. E se por um lado Tár conta a história de uma maestra corrompida pelo poder que parece verdade, o próximo filme faz o efeito contrário.
os fabelmans
Esse filme é o resultado de quando o maior criador de magia no cinema resolve contar a sua história familiar e a sua arte. Steven Spielberg mergulha no divórcio de seus pais ao mesmo tempo que observa como encontrou e se apaixonou pelo cinema. Enquanto vemos um jovem lidando com todos os conflitos emocionais da infância, puberdade e adolescência e da relação com a família em crise, também vemos o making of de um dos maiores gênios do audiovisual. É impossível não se emocionar.
tudo em todo lugar ao mesmo tempo
Esse é um dos favoritos do ano. História complexa e cheia de reviravoltas, sem deixar de ser divertida e engraçada. Alguns diriam que foi o filme do metaverso que deu certo. Com atuações impecáveis, talvez o mais marcante foi o apoio entre os atores veteranos na indústria que há anos mereciam destaque pelas suas carreiras como Michelle Yeoh, Ke Huy Quan e Jamie Lee Curtis, todos indicados para o Oscar pela primeira vez. Além disso, um filme que gera como resultado uma camiseta da foto de Jamie Lee Curtis comemorando o Globo de Ouro de Michelle Yeoh merece ser eternizado.
elvis
No momento em que o logo da Warner aparece estilizado no começo do filme, o público entra no universo criado por Baz Luhrmann. O filme biográfico do rei do rock traz muito mais do que os icônicos figurinos, trilha sonora e coreografias. Se você não se apaixonou pelo próprio Elvis Presley em algum momento de sua vida, será inevitável resistir a Austin Butler no papel.
triângulo da tristeza
O filme sueco pode até estar sendo menos comentado que as produções de Hollywood, mas não há quem não se divirta assistindo a comédia um tanto inusitada que levou a Palma de Ouro em Cannes este ano. Com cenas impagáveis que vão dos bastidores de um casting de modelos masculinos a uma discussão entre um capitão de iate americano marxista com um oligarca russo e acaba com uma faxineira filipina que vira chefe de uma ilha deserta, este filme deve estar na sua lista.
os banshees de inisherin
Com um título estranho e uma história que pode parecer pouco importante, esse com certeza é um dos melhores roteiros do ano. A história se passa no início dos anos 1920 em uma ilha na Irlanda, em plena guerra civil. A simplicidade da mentalidade e rotina de cada um dos personagens apenas agrega a complexidade da história de uma amizade que termina de uma hora para outra, sem motivo algum e, por consequência, deixa o público totalmente envolvido. Ouso dizer, e colocar em escrito, que o filme provavelmente renderá a Colin Farrell o prêmio de Melhor Ator.
top gun: maverick
Encerro essa lista destacando Top Gun: Maverick que é o perfeito flashback aos anos 1980 e que foi recorde de bilheteria do ano. Tom Cruise merece o reconhecimento, afinal, fazer um filme que agrada tantos é para poucos. E o que seria do cinema sem o público para assistir?
