O penúltimo dia de desfiles da Paris Fashion Week recebeu grandes coleções de nomes como Thom Browne — e sua pegada punk-preppy —, Sacai e o utilitarismo, e também Stella McCartney com seus detalhes glamourosos. Além deles, a Zimmermann aproveitou para mergulhar no mundo das estampas e do verão, enquanto a Rokh decidiu revistar a alfaiataria de maneira super interessante.
Abaixo te contamos mais um pouco sobre o que rolou hoje (03) e, por enquanto, ficamos aguardando o último dia de desfiles da PFW — que promete ser bem movimentando, já que amanhã teremos nomes como Chanel, Miu Miu e Louis Vuitton nas passarelas.
Uma coisa é certeza, podemos esperar tudo de Thom Browne, menos um minimalismo blasé. Fiel a sua estética preppy, Browne conseguiu mesclar um pouco do punk londrino com a realeza, e o resultado não poderia ter ficado mais fashionista e divertido. Com silhuetas maximalistas, saias plissadas bem volumosas e muito poá, o verão da marca está longe de ser chato.
Gwendoline Christie - atriz de Sandman, da Netflix —, foi quem abriu o desfile e já deixou as expectativas altíssimas, já que, apenas a sua "presença de palco" já foi o suficiente para elevar a barra. Seu look, composto por uma enorme capa azul marinho com borados dourados e luvas vermelhas, nos deixaram com aquele gosto de quero mais. Gosto que foi atendido, vale a pena ressaltar. Depois dela, uma série de vestidos com golas acompanharam o ritmo e, por fim, o bloco das estampas de bolinha. Com um começo tão extravagante, o final não poderia ser diferente, MJ Rodriguez — atriz de Pose, também da Netflix —, foi a responsável por fechar o desfile.
A coleção de primavera/verão da Sacai começou com uma combinação de smokings com camisas brancas, todos os visuais foram feitos a partir desse duo clássico, mas com toques desconstruídos e inusitados. O foco também estava nas pregas, elas estavam por toda a parte — o que já está intrínseco nos códigos de Chitose Abe, que tem uma abordagem muito focada e preza por modelos bem-feitos.
Fora esse detalhe, praticamente todos os looks ali tinham bolsos e carregavam uma estética bem utilitária, seja por conta da cartela de cores escolhida, ou somente por conta do visual cargo. Apesar de ser considerada uma tendência despojada e pertencente ao mood Y2K, tudo ali fazia muito mais sentido se fossem conectadas com a sofisticação, já que estavam muito bem combinados com macacões cocktailwear, camisas sociais e até mesmo paetê. Se trata de uma coleção que grita praticidade e elegância, mas sem perder o ritmo descolado — e de qualidade.
Rok Hwang decidiu que seria uma ótima ideia — e eu concordo — revisitar a alfaiataria de diversas formas na sua coleção. Para a primavera, Hwang ainda manteve muito dos cintos e tiras que parecem já fazer parte da sua estética, e trouxe novamente uma pitada de glamour noturno, algo que chega a beber da fonte do night luxe, mas ainda mantém muito da ousadia.
Muitos dos visuais ali tem um potencial gigantesco para aquele happy hour moderno em um rooftop nova-iorquino: as peças plissadas, os casacos bem estruturados e até mesmo os looks em couro com recortes estratégicos e sensuais. A mulher de Rok é decidida e forte, e muito disso parte do fato do próprio designer ter crescido rodeado delas e isso fica evidente nas suas coleções.
Conhecida por valorizar a sustentabilidade em suas coleções, Stella McCartney apresenta, orgulhosamente, suas criações mais sustentáveis até agora — cerca de 87% dela , mas isso não está visível, o que podemos enxergar a olho nu são peças glamourosas, tops de corrente e saias assimétricas realmente estilosas — não se engane pensando que isso é um tédio, pois o foco de McCartney estava, majoritariamente, na estética Y2K.
“Quero olhar para minha história e redefinir onde comecei e onde estou agora e como será a próxima Stella”, contou a designer em entrevista. E ela fez o que sabe fazer de melhor, trazer um pouco do passado e da sua história — que tem muito da Chloé —, para 2022, porém, com o melhor da tecnologia atual! Os sapatos são feitos à base de plantas, o couro é sintético e feito de cascas de uva, e o tecido das roupas é um tipo de algodão biodiverso e regenerativo. Cool e sustentável? É assim que prefiro enxergar a moda nos próximos anos.
A Zimmermann está crescendo, e após conquistar muito do público brasileiro, a marca agora está focada em estabelecer mais um estúdio de design em Paris. Nicky Zimmermann que desbravar o mundo e após ficar três anos em Sydney, sem poder dar mais asas a sua marca, agora, ela parece estar ansiosa para seguir em frente. O começo disso foi a aposta em trocar a semana de moda de Nova York, pela concorrida Paris Fashion Week.
Os looks apresentados hoje tinham muito do que a marca promete: um verão australiano rico em cores, estampas, regado a festas na praia e outros visuais mais descomplicados que fariam a garota Zimmermann ter vontade de pegar um barco de navegar em alto-mar sem medo do amanhã — afinal, o posicionamento deles é sobre aproveitar a vida, não? Então, que ela seja bela e que contenha maxi vestidos, caftans e flores.
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