Apesar de ter sido marcado por uma chuva inesperada, o segundo dia de desfiles da Paris Fashion Week não deixou nada a desejar. Com desfiles super esperados como Christian Dior — que contou com a presença de inúmeros famosos como o ator Joseph Quinn, de Stranger Things, e a cantora Jisoo, do grupo de k-pop BLACKPINK —, e Saint Laurent, a PFW segue rendendo boas coleções e surpresas.
Reunimos mais alguns destaques da semana de moda de Paris e te contamos um pouco mais sobre o que rolou hoje (27) logo abaixo, vem conferir:
Neste desfile prêt-à-porter de primavera/verão, pudemos ver alguns resquícios da coleção de alta-costura apresentada durante a temporada de outono. Ou seja, é inevitável que Maria Chiuri traga os códigos que ela estabeleceu na Dior ao longo das últimas temporada — é quase como se ela trouxesse uma autobiografia em cada um dos looks apresentados. Inspirada pelo Jardim das Tulherias, que foi encomendado pela italiana Catarina de Médici, a designer reinventa e revisita o passado.
Ficou claro que Chiuri quis pegar as "vestes da corte" e modernizá-las de modo com que conversassem com a realidade atual, abrindo mais espaço para uma moda imaginativa e inventiva. Os espartilhos desconfortáveis abrem espaço para um estilo de top que emoldura o busto. Assim como as saias com renda de guêpière, que remetem aos modelos usados por Catarina de Médici. Os bordados também estão ali, nos casacos de ráfia que são adornados por flores e pássaros, algo que a Maria valoriza muito.
Anthony Vaccarello acaba de apresentar mais um de seus desfiles memoráveis, que carregam muita sofisticação e elegância. Valorizando uma silhueta simples e lânguida, o estilista belga trocou os casacos forrados da sua última coleção de outono por sobretudos de couro bem estruturados com botões e ombreiras poderosas, que, hoje, foram as grandes protagonistas. O que não mudou foi sua cartela de cores, que permaneceu sóbria — entretanto, devo destacar um vestido lilás no meio da paleta preta, branca e em tons terrosos.
Apesar de ter comunicado o desfile através de posts com fotos de uma piscina e reflexos do sol, podemos afirmar que a sua coleção de verão não tem quase nada que lembre o otimismo da estação. Não, aqui, a proposta era um pouco mais dark, mais sedutora e a mulher de Saint Laurent é dramática e misteriosa.
Para a primavera, Rushemy e Herrebrugh decidiram dar um passo a mais em direção a moda sustentável. Em uma pesquisa, eles descobriam que um material feito de alga marinha — que eles usaram para um par de vestidos apresentados na coleção —, tem o poder de absorver CO2 de forma mais eficaz e também que ele tenha propriedades benéficas para a saúde. “É um ponto de partida de como podemos incorporar novos materiais à coleção”, disse Herrebrugh em entrevista.
A marca já é conhecida por buscar novas formas de trabalhar com a moda de uma maneira que ela não seja prejudicial ao meio ambiente. Anteriormente, os designers já haviam construído peças a partir do upcycling e feitos com materiais plásticos retirados do mar. Em relação à coleção, o azul — que certamente deve fazer parte da ideia de preservação dos oceanos — se destaca e a alfaiataria presente ali é moderna, despretensiosa e ganha ainda mais destaque com recorte de coração proposital nos blazers.
A grande sacada dessa coleção de Kunihiko Morinaga, é que os primeiros 15 looks desfilados são uma cópia dos últimos 15, a não ser pelo fato de que todos estavam do avesso. Entre eles, houve um intervalo de 5 looks all black que, assim como todos os visuais apresentados hoje, eram feitos de milhares de retalhos de tecidos retirados de coleções antigas da Anrealage — e a título de curiosidade, a roupa mais minuciosa foi feita individualmente com mais ou menos 4 mil peças reaproveitadas.
Mesmo com essa construção tão detalhista e, convenhamos, complicada, os visuais pareciam fluidos, como se precisassem de toda essa atenção para caírem bem e se tornarem tão atraentes.
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