Por que as pessoas não estão usando camisinha?

por Karen Merilyn

Nos últimos anos, as pesquisas têm apontado uma tendência preocupante: a queda no uso da camisinha. Dados do Ministério da Saúde mostram que quase 60% dos brasileiros acima de 18 anos afirmam não usar preservativo em nenhuma de suas relações sexuais. E isso não é só uma tendência nacional: de acordo com a OMS, na Europa, a proporção de adolescentes sexualmente ativos que usam camisinha caiu de 70% para 61% entre os meninos e de 63% para 57% entre as meninas no período de 2014 a 2022. Mas por que a proteção tem sido deixada de lado? 

Pacotes de camisinhas humorísticas: um com
Foto: Camisinha (Pinterest)


Se por um lado, estamos em um momento em que há fácil acesso a uma grande gama de métodos contraceptivos — como, além da camisinha, o DIU, a pílula e os implantes hormonais, que são oferecidos gratuitamente pelo SUS —, o que é um grande avanço para evitar gravidez indesejada; por outro, há uma negligência quando se trata da prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). 

Além disso, com a popularização dos exames rápidos, maior acesso a testagens e tratamentos mais eficazes, há uma falsa sensação de segurança. Muitas pessoas acham que podem tratar depois, caso sejam infectadas, em vez de se prevenirem desde o início. 

Porém, muitas infecções, como HIV, sífilis e HPV, podem não apresentar sintomas imediatos, o que resulta em transmissão sem que a pessoa infectada perceba. Além disso, algumas ISTs são resistentes a antibióticos, o que dificulta o tratamento e aumenta o risco de complicações graves. 

O tratamento de uma IST pode ser longo, caro e não garantir a cura total, exigindo acompanhamento médico contínuo e impactando na qualidade de vida dos pacientes. Outro ponto é que a grande disseminação dessas infecções ainda pode sobrecarregar o sistema de saúde. 

Taças de vinho sobre uma mesa com uma camisinha preta ao lado.
Foto: Camisinha (Pinterest)

Os dados de ISTs preocupam: segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, cerca de um milhão de pessoas afirmaram ter tido alguma infecção sexualmente transmissível em 2019. De 2010 a junho de 2024, o Brasil registrou mais de 1,5 milhões de casos de sífilis adquirida, que é transmitida sexualmente, segundo o boletim do Ministério da Saúde

Outro fator a ser considerado é a mudança no comportamento sexual. Atualmente, há mais interações virtuais, as redes sociais facilitam o encontro de parceiros sexuais e a Gen Z já lida de forma diferente com o sexo. Entretanto, mesmo com uma geração tecnicamente mais informada, o uso da camisinha continua caindo. 

Em uma era que, felizmente, temos muitos avanços científicos em relação a contraceptivos e tratamento de ISTs, o método mais eficaz de proteção continua sendo a camisinha, que combinada a outros métodos de prevenção, garantem sexo seguro. 

E você, o que acha sobre o tema?

Você também vai gostar

Utilizamos cookies de estatísticas de visitas para melhorar sua experiência de navegação. saiba mais em nossa política de privacidade.

Utilizamos cookies de estatísticas de visitas para melhorar sua experiência de navegação. saiba mais em nossa política de privacidade.

concordar e continuar