Quer trabalhar com moda? Te contamos sobre o trabalho de direção criativa
Sabemos que para muitas pessoas, trabalhar com moda é um sonho. Essa área é extremamente abrangente, e existe um grande processo na cadeia até transformar moda em roupa. Recentemente estivemos no La Moda Runway, evento que reúne lojistas, parceiros e imprensa, para apresentar coleções e tendências, e pudemos acompanhar de perto uma parte desse processo. Da pesquisa e concepção de ideias até o desenvolvimento e venda de produto, o diretor criativo de uma marca tem um papel fundamental.
Para falar um pouco mais sobre a profissão, conversamos com Bianca Olivo, que, além de rosto da marca, é o cérebro por trás da My Favourite Things, do grupo La Moda. Carinhosamente apelidada de MYFT, a marca tem uma identidade muito bem definida, urbana, jovem e trendy, e conta com uma legião de fãs. Vem conhecer esse universo, e entender como funciona o trabalho de uma diretora criativa:
STL: como é sua rotina de trabalho?
BIANCA OLIVO:
Minha rotina é frenética, como a rotina de praticamente todo mundo que trabalha com moda. As tendências entram e saem muito rápido, e para nós que trabalhamos com um calendário de desenvolvimento mais longo, esse é um grande desafio. Às vezes eu até brinco com a equipe que usamos a nossa bola de cristal em alguns momentos para prever tendências e comportamentos.
STL: como funciona seu processo criativo na My Favourite Things? De onde vem a inspiração?
B.O.:
Antes de desenvolver a coleção, meu processo criativo consiste em uma pesquisa profunda e mapeamento de tendências. Também acontece uma troca muito grande de ideias com a equipe, por meio de brainstormings. Nesse brainstorming é onde eu e todo o time de estilistas e designers da MYFT trocamos sobre tendências, insights e futuro da marca.
STL: um dos maiores medos de quem trabalha com criatividade é o bloqueio criativo. Como você lida com ele?
B.O.:
Acredito que isso acontece com todo mundo que escolhe profissões que exigem muita criatividade. Na minha vida, o que mais funciona quando acontece um bloqueio criativo é tirar um tempo para recarregar as energias com meus filhos e marido, tirar um pouco o foco do trabalho e relaxar. Momentos de lazer e ócio criativo são sempre importantes para buscar novas inspirações.
STL: pensando em todos os processos da MYFT, o que você considera seu maior desafio no trabalho hoje?
B.O.:
Criação é sempre o maior desafio de trabalhar com moda! Não só dos produtos, mas também a criação de ações de marketing, que captem o interesse do nosso público e consigam ter o apelo comercial, reverberando assim em vendas e no sucesso do negócio.
STL: trabalhando como influenciadora e rosto da marca, você separa sua identidade do DNA da MYFT ou acha que é uma fusão?
B.O.:
Na minha vida é uma fusão dos dois papéis: não consigo enxergar a Bianca do dia a dia sem a MYFT. O que mais faz sentido para mim, como cara da marca, é o fato de poder inserir ela no meu dia a dia e fazer com que a divulgação e marketing aconteçam de uma forma orgânica e natural, mostrando que isso realmente faz parte da minha rotina.
STL: quais outras funções você já exerceu, e o que você trouxe de lição para o cargo que ocupa hoje?
B.O.:
Antes de chegar ao posto de diretora criativa de marca, participei de um programa como trainee por dois anos. Nele passei por diferentes setores do grupo La Moda, e foi o que, de modo geral, me fez entender muito sobre o negócio e a cadeia de produção. Então para mim, todo esse treinamento me trouxe uma experiência e repertório muito interessantes. Foi essencial tanto para o meu desenvolvimento profissional, quanto para o processo produtivo e criativo da marca.
STL: o que você acha que é preciso para se destacar no mercado como diretora criativa?
B.O.:
Na minha concepção, o grande diferencial é ter uma alma por trás. Percebemos muito disso quando paramos para analisar que marcas autorais tem se destacado cada vez mais no mercado. E não só da moda em si, mas pessoas se conectam com pessoas. Independente do mundo estar caminhando em direção ao digital, a humanização tem sido a palavra-chave para se manter relevante no mercado.
Se você quer trabalhar com moda e direção criativa, acumular referências, e criar um repertório rico, é extremamente importante. Pedimos que Bianca encerrasse esse papo com um conselho para quem quer seguir essa carreira.
STL: que dica ou conselho você daria para quem pensa em trabalhar com moda?
B.O.:
O conselho que eu daria como profissional, é de ser um inconformado. Os inconformados fazem a diferença no mundo (e na moda). O inconformismo traz muitas perguntas, e busca por essas respostas muitas vezes nos levam a soluções nunca pensadas. É esse processo que pode revolucionar e mudar a forma de pensar, e impactando no sucesso do negócio.