Não fazem nem seis meses que discutimos a dança das cadeiras da moda, e já temos material suficiente para uma atualização. Se a moda é feita de ciclos, eles parecem estar cada vez mais rápidos, seja na profusão de tendências que aparecem e somem em pouquíssimo tempo ou no giro constante de diretores criativos nas maiores marcas do mundo.
Essa semana trouxe mais um capítulo imperdível na saga, com reviravoltas, anúncios-relâmpago e, finalmente, o fim do mistério da Chanel: Matthieu Blazy foi anunciado como o novo diretor artístico da maison. Além disso, após uma década no cargo, John Galliano confirmou sua saída da Maison Margiela. Com tantas mudanças em tão pouco tempo, fica difícil acompanhar. A única certeza é que 2025 promete. Mas calma, a seguir, a gente traz um panorama atualizado com as últimas notícias, rumores e especulações que vêm sacudindo o mundo da moda.
Leia também: A nova era das marcas: o que podemos esperar?
as chegadas
Quem vai ocupar o cargo mais desejado da moda, o posto de direção artística da Chanel, vago desde junho com a saída de Virginie Viard? Pois o maior mistério dos últimos tempos foi, enfim, desvendado: Matthieu Blazy, até ontem diretor criativo da Bottega Veneta, é quem assume a maison francesa.
Blazy, que sucedeu Daniel Lee na marca italiana, conquistou tanto a crítica quanto o público com seu ponto de vista forte, que mescla perfeitamente o luxo artesanal - essência máxima da Bottega - com a influência da arte contemporânea, resultando em coleções inteligentes, que geram desejo e acessórios best-sellers, objetivo primordial de qualquer marca de luxo. Tudo indica que ele trará essa mesma fórmula de sucesso para a Chanel. O debut vai ocorrer no segundo semestre de 2025, até lá, é o time criativo da casa quem seguirá desenvolvendo as coleçoes.
E, pasmem, a substituta de Blazy na Bottega já foi anunciada: Louise Trotter, que estava na Carven e já passou pela Joseph e Lacoste, é a eleita. Sua chegada expande a, ainda reduzida, presença feminina no comando de gigantes do luxo, formada por Nadège Vanhee-Cybulski na Hermès, Chemena Kamali na Chloé e Sarah Burton na Givenchy.
Falando nela, Burton, que estava afastada dos holofotes desde sua saída da Alexander McQueen, fará sua aguardadíssima estreia na Givenchy em março de 2025, na próxima Semana de Moda de Paris.
A capital francesa também será palco para a primeira coleção do aclamado designer colombiano radicado na França, Haider Ackermann, como novo diretor criativo da Tom Ford. Ele substitui Peter Hawkings, que durou apenas duas temporadas no cargo. Diferente de Hawkings, Ackermann já recebeu a bênção do próprio Tom Ford.
Quem assume o lugar de Dries Van Noten em sua marca homônima é Julian Klausner, nome desconhecido fora dos bastidores. Klausner trabalha na marca desde 2018, e sua indicação conta com o aval do fundador, que recentemente expressou seu apoio.
Michael Rider é o novo diretor criativo da Céline. Vindo de uma passagem pela Polo Ralph Lauren, ele está longe de ser um estranho na marca francesa, já que trabalhou por uma década na grife durante os anos de Phoebe Philo.
Veronica Leoni assume a direção criativa da Calvin Klein. Ex-The Row, a estilista italiana é outra pupila da "escola Philo”, já que também passou pela Celine no período comandado pela designer britânica. Leoni carrega a expectativa de resgatar o minimalismo cool e o espírito fresco que eram sinônimos com a Calvin Klein nos anos 90.
A Blumarine, que retornou ao centro das atenções com a ascensão da estética Y2K, será comandada por David Koma. Conhecido pelo estilo sexy com detalhes statement, sua marca própria é destaque na London Fashion Week há muito tempo e conta com fãs como Taylor Swift, Beyoncé e Dua Lipa.
Peter Copping foi nomeado diretor artístico da Lanvin, com o desafio de reacender o interesse pela marca, que perdeu destaque desde a saída de Alber Elbaz.
as partidas
John Galliano e a Maison Margiela deram fim às especulações que rolavam há meses e confirmaram, nesta semana, o encerramento da celebrada parceria de 10 anos. Ainda não se sabe a próxima parada de Galliano, mas existe torcida que seja um retorno à maison Dior.
Igualmente impactante, Hedi Slimane deixou a Celine, sendo rapidamente substituído por Michael Rider. Seu próximo passo ainda é um mistério.
Para finalizar, depois de um período que incluiu uma collab com a Versace e os 25 anos da icônica bolsa Baguette, Kim Jones saiu da Fendi, mas permanece na Dior Homme.
O trio de veteranos da indústria se junta a Pierpaolo Piccioli, cujo futuro também permanece incerto desde o fim de seu contrato com a Valentino.
as incógnitas
A Fendi também não divulgou quem entra com a saída de Kim Jones, mas John Galliano é o nome mais mencionado. E tem mais, rumores também indicam possíveis mudanças em outras marcas: Jonathan Anderson pode deixar a Loewe, enquanto Maria Grazia Chiuri e Sabato De Sarno continuam atraindo especulações sobre seus futuros na Dior e na Gucci, respectivamente.
2025 será um ano de começos e possivelmente recomeços e a dança das cadeiras ainda promete render e impactar algumas das maiores marcas do mundo. O que vocês acham que vai acontecer? Faça suas apostas!