Na minha jornada de conhecer mais sobre residências que acho super interessantes, encontrei a da Luana Maitelli. A casa criativa dela é uma mistura de várias estéticas e contrapõe móveis vintage de cores neutras com objetos divertidos e inusitados. É aquele tipo de decoração que dá para ver que a pessoa colocou tudo de si naquele espaço, sabe?
E eu preciso dizer que depois de saber mais sobre essa casa, passei a achá-la ainda mais legal, juro. A visão da Lulu sobre os ambientes, a decoração mais fluida e o fato de que ela garimpa muito para achar peças estilosas me inspirou muito.
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A Lulu não tem uma definição para a estética da casa, porque ela é mais de colocar o que ela se identifica, sem se preocupar muito com rótulos. “Não acho que sigo uma estética específica, vejo a minha casa como um híbrido de muitas coisas que eu gosto visualmente. Por exemplo: eu me identifico muito com mobiliário mid century e referências modernistas, mas para decoração eu tenho mais apreço por coisas mais kitsch, pop e maximalistas”, contou.
Justamente por isso, a decoração da casa criativa que ela tem foi toda feita por ela. “Não contei com nenhum profissional, mas também não tenho um ‘projeto em casa’. O que fiz foi um planejamento de como encaixar os móveis e a decoração que é mais no feeling mesmo. Conto com o olhar do meu roommate (aka marido), que está sendo muito bem treinado também”, explicou.
As inspirações de Lulu para cada canto da casa vieram de vários lugares, sem moodboards ou uma pasta no Pinterest definitiva, como costuma acontecer. Acho que muito por conta disso cada ambiente é tão autêntico. “Eu tenho pastas em que salvo coisas que eu gosto e eventualmente vou renovando e conferindo para ver se tem alguma ideia que consigo tirar do papel ou algo que pode dar um tchã a mais em um cômodo. Mas a definição do estilo foi mais no feeling mesmo”, disse.
Os contrapontos são, com certeza, a parte mais intrigante, no bom sentido, da casa. Um lugar apenas com os móveis que a Lulu tem seria definido como minimalista e neutro. No entanto, é justamente com os objetos de decoração que ela transforma tudo. Já pensou em ter um adorno em formato de ovo frito? Ela tem! A curadoria é realmente incrível.
“Eu sabia que queria um fundo mais clean pra poder pirar mais na decoração, que é onde eu acabo sendo mais maximalista. Sabia que eu queria um sofá muito cozy, mas não podia ser de tecido por causa dos dois cachorrinhos; sabia que os móveis precisavam ser “maiores” porque este apartamento que estou é mais espaçoso. Assim, fui construindo as possibilidades e trabalhando por eliminação. Comprei muita coisa em leilão, second shop, OLX e etc., que é onde sempre encontro as maiores relíquias a preços interessantes”.
Apesar de ter uma casa criativa e esteticamente linda, o que a faz amar mais o lugar são as memórias, porque quando eu perguntei qual era seu cômodo favorito, a resposta não teve nada a ver com decoração. “Acho que a sala e a varanda - que eu acabei de redesenhar! A sala e a sala de jantar são os lugares onde recebo os amigos que é uma das coisas que mais gosto de fazer em casa. É onde entra a luz do sol no final da tarde e onde as boas histórias são contadas e acontecem”.
Como deu para perceber, a casa criativa é muito sobre lembranças de bons momentos. Onde Lulu Maitelli vai, ela procura objetos significativos. Isso faz com que ela tenha itens variados e únicos. “Eu gosto muito de reservar uma grana em viagens para levar alguma coisa que me faça lembrar a viagem ou o destino. Gosto de visitar feirinhas e lojinhas de decoração para garimpar coisas. Mas não tem um critério específico que eu uso para investir em algo, eu geralmente me apaixono por algum motivo e me convenço a comprar. Na minha última viagem comprei um porta-joias de golfinhos num estacionamento onde um senhor estava vendendo esses objetos em metais indianos usados. Fiquei fissurada, queria levar tudo, mas escolhi o que mais fazia sentido, adoro golfinhos… então me convenci por aí”, explicou.
No meio de tanta coisa legal e significativa, pode ser difícil definir uma preferida, mas eu decidi arriscar mesmo assim e perguntei qual era o objeto que ela mais gostava, claro que ela me falou logo dois. “Atualmente, um conjunto de taças da Ichendorf Milano que ganhei de presente de casamento de um casal de amigos. E esse porta-joias de golfinho que comprei na Costa Rica. Eu queria restaurá-lo, mas decidi deixar 'gasto' do jeito que está para preservar a história de alguma forma”, contou.
Como não poderia ser diferente, o estilo da Lulu é bem parecido com a decoração da casa dela, afinal, a personalidade maximalista e divertida dela contagia sua vida como um todo. “Minha casa é 100% um reflexo do meu estilo pessoal. Eu sou uma pessoa muito visual, então as referências que eu consumo e me conecto de alguma forma se refletem em todos os pontos de contato visuais da minha vida: casa, roupas, acessórios. Acho que em ambos, carrego um híbrido de clássicos com personalidade e referências mais maximalistas. Outro ponto em comum entre os dois é que nunca estão prontos, finalizados ou fechados. Assim como sinto que não acabei de ajustar a minha casa (tem sempre alguma coisa faltando), também sinto que meu estilo pessoal está sempre precisando de algum retoque”, finalizou.
O Steal The Home é a nossa série de conteúdos de decoração. Quinzenalmente eu, Karen Merilyn, vou trazer por aqui casas bonitas, autênticas e estilosas para contar um pouco sobre a história por trás da décor. Tem alguma sugestão? Me manda pelo e-mail: karen.merilyn@stealthelook.com.br.