Todo mundo que gosta de moda - e até quem não é nem um pouco entendido do assunto - hoje em dia com certeza já ouviu falar em nomes como Karlie Kloss, Gigi Hadid, Kendall Jenner e Cara Delevigne, que estão entre as modelos mais famosas da sua geração. Essas meninas romperam a barreira do mundo da moda e viraram celebridades mainstream, e, no caso de Kendall e Gigi, viraram modelos porque já eram famosas. Mas você já se perguntou quem foram as primeiras modelos a ganharem o título de super e virarem megacelebridades globais?
Muita gente concorda que a primeira supermodelo foi Twiggy, na década de 60, e depois dela houve muitas outras, como Iman, Jerry Hall e Cheryl Tiegs, mas foi no final da década de 80 e durante toda a década de 90 que tivemos a era das supermodelos. Com marcas como Balmain e Armani realizando nesse ano campanhas com modelos que viraram lendas nessa época, no #TBT de hoje vamos falar um pouco sobre elas:
A americana Christy Turlington foi considerada por muitos a mulher mais bonita da década de 90. Karl Lagerfeld certa vez disse que ela era uma das poucas modelos com quem ele havia trabalhado que não tinha nenhum ângulo ruim. Junto com Naomi Campbell e Linda Evangelista, ela formava a "Trinity", e juntas eram aclamadas como as três maiores modelos da sua geração. Christy foi uma das primeiras modelos a fechar um contrato anual de 1 milhão de dólares, com a Maybelline em 1992, e estrelou campanhas lendárias como a do perfume Eternity da Calvin Klein em 1988. Após terminar a carreira de modelo, Christy fundou a ONG Every Mother Counts, que protege mulheres grávidas no mundo todo, e foi considerada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela Time em 2014.
Cindy Crawford foi um dos maiores ícones da década de 90, e não apenas da moda, mas da cultura pop em geral. Quem tem idade suficiente com certeza lembra da lendária campanha para a Pepsi em 1992, que foi ao ar no Super Bowl, dos ads para a Calvin Klein e para a Guess, e do romance da modelo com o ator Richard Gere. Cindy também teve outros dois momentos icônicos que já falamos por aqui: o Versace vermelho que ela usou no Oscar de 1991 (que é um dos vestidos mais copiados da história) e o desfile, também da Versace, em 1991, no qual ela fez um lip sync da música Freedom! de George Michael.
A supermodelo alemã Claudia Schiffer foi provavelmente a primeira modelo a ganhar fama graças à sua semelhança com Brigitte Bardot, uma obsessão recorrente no mundo da moda. Na década de 90 ela foi a grande musa da Chanel, tendo encerrado o desfile de haute couture da marca diversas vezes. Ela também detém o recorde no Guinnes Book como a modelo que mais apareceu em capas de revista na história, com mais de 1000 capas ao longo de sua carreira. Mas o seu momento mais icônico foi sem dúvida com a Guess?, nas famosas campanhas para a linha jeans da marca em 1990, que também viraram imagens da cultura popular. Hoje Claudia é uma das maiores personalidades da Alemanha, algo como a Gisele Bündchen dos alemães.
A tcheca Eva Herzigova começou a consolidar seu status como supermodelo com os famosos ads para a Wonderbra, que foram espalhados pelo mundo em 1994 e hoje são considerados uma das maiores campanhas publicitárias da história. Logo depois, Eva virou uma das maiores musas da Thierry Mugler, junto com Jerry Hall, e teve destaque em todos os desfiles da era de ouro da Mugler. Eva foi uma das supers mais versáteis, estrelando campanhas para marcas que foram de Dolce & Gabbana e Dior a Victoria's Secret, e continua até hoje fazendo campanhas high profile, como a mais recente para a Armani.
Helena Christensen foi a única modelo até hoje que iniciou uma carreira extremamente bem sucedida a partir de concursos de beleza. Miss Dinamarca em 1986, Helena foi para Paris logo depois do concurso para iniciar sua carreira de modelo. Desde então ela já apareceu em praticamente todas as capas de revistas possíveis e estrelou campanhas para mais de 30 marcas. Helena foi uma das Angels originais da Victoria's Secret junto de Tyra Banks, Karen Mulder, Daniela Pestova e Stephanie Seymour. Mas o maior momento da super foi o famoso vídeo de Wicked Game, do cantor Chris Isaak, um dos mais tocados na MTV na década de 90. Não bastasse tudo isso, a musa ainda foi diretora criativa da NYLON na época da fundação da revista.
Kate Moss dispensa apresentações. Não é presunção assumir que Kate é um dos rostos mais conhecidos do Século, e ela já é a pessoa que mais foi retratada por artistas na história recente. De Lucian Freud a Marc Quinn, diversos pintores e escultores já criaram obras de arte com o rosto de Kate Moss. Muita gente aponta como starting point dessa carreira espetacular os ads do perfume Obsession, da Calvin Klein, em 1993, fotografados pelo então namorado de Kate, Mario Sorrenti. Os inúmeros affairs de Kate com celebridades como Johnny Depp também ajudaram a criar a lenda em torno da modelo. Kate também figura junto de Claudia Schiffer e Gisele Bündchen no hall de modelos que mais tiveram capas de revistas, e hoje aos 42 anos segue como um dos principais ícones da moda no mundo.
Se você alguma vez já pensou em cortar o cabelo curtinho, saiba que essa capa da Harper's Bazaar de Linda Evangelista foi a primeira e segue como principal referência nesse corte. Linda é a mais camaleônica das supermodelos, conhecida por mudar sua aparência com enorme frequência, e pela frase lendária "Não me levanto da cama por menos de 10 mil dólares". Ela já foi musa de todos os grandes designers, de Karl Lagerfeld a Gianni Versace, apareceu em mais de 600 capas e desfilou em basicamente todos os desfiles mais icônicos da década de 90.
Outra supermodelo alemã da lista, Nadja Auermann foi descoberta em 1989 e chamou atenção por sua semelhança com a grande atriz Marlene Dietrich. Nadja sempre foi favorita dos grandes fotógrafos como Richard Avedon e Helmut Newton - com o último ela fotografou um dos editoriais mais famosos da Vogue Americana, chamado High & Mighty em 1994. Nesse mesmo ano ela foi capa da September Issue tanto da Vogue quanto da Harper's Bazaar americanas, a primeira modelo a atingir esse feito. Nadja foi por muito tempo uma das principais musas da Valentino, e apareceu em quase todos os lendários ads da Versace fotografados por Avedon no início da década de 90. Ela também desfilou um dos runway looks mais famosos da década, o bodysuit dourado da Mugler na coleção "Le Cirque" de 1995.
O elemento final da Trinity, junto com Linda e Christy, Naomi Campbell é outra supermodelo que expandiu a sua atuação e acabou virando uma celebridade global. Conhecida por sua personalidade forte, Naomi foi a grande musa de Azzedine Alaïa, tendo usado os looks mais famosos do designer na década de 90. Assim como Kate Moss, ela teve affairs que ajudaram bastante a construir sua fama, com o ator Robert De Niro e o lutador Mike Tyson. Em 1988, Naomi foi a primeira modelo negra a aparecer na capa da Vogue francesa, e no ano seguinte foi também a primeira negra a ser capa da September Issue da Vogue americana. O impacto de Naomi na indústria foi enorme, tanto que ela segue hoje realizando campanhas, desfilando e aparecendo em capas de revistas. Naomi também foi uma das modelos que mais utilizou sua fama e influência para causas sociais.
Shalom Harlow foi protagonista de um dos maiores momentos da cultura pop no final dos anos 90: o finale do desfile nº13 de Alexander McQueen, no qual ela recebeu sprays de tinta de dois braços robóticos enquanto girava numa plataforma. Shalom iniciou sua carreira com uma campanha muito conhecida da Jil Sander em 1995, e era a preferida dos designers mais performáticos, como o próprio McQueen, Galliano e Yohji Yamamoto. Ela foi uma das líderes da nova geração que fez sucesso depois das supers originais, e que inclui Gisele Bündchen (para aqueles que estão se perguntando onde estaria Gisele na nossa lista, a modelo brasileira é considerada a maior super dos anos 2000).
