Fui diagnosticada com Transtorno de Ansiedade Generalizado há dois anos e meio e eu, que nunca tinha experienciado nenhuma doença psicológica, precisei fazer algumas mudanças na minha vida e rotina para me adaptar à doença.
Cada um sente de um jeito, possui sintomas diferentes e tem seus próprios métodos de se acalmar e organizar a mente. Acredito que saúde mental vem em primeiro lugar e que devemos fazer o que está ao nosso alcance para encarar as crises da melhor maneira possível. Essas foram algumas coisas que funcionaram para mim, seja para facilitar alguns pontos da minha vida que me deixavam ansiosa ou para amenizar sintomas, como a enxaqueca:
A primeira coisa que eu fiz foi desligar o celular. Passar tanto tempo trocando de aplicativos e vendo tantos gatilhos da doença o dia inteiro foi a primeira coisa que entendi que me fazia mal. Desativei o Instagram e Facebook e me permiti olhar o Twitter e o Tumblr (que para mim eram muito mais sobre humor do que a vida alheia) uma vez por dia, depois do trabalho. Depois de 3 meses senti que poderia voltar e aos poucos fui retornando às redes. Até hoje sinto que em algumas épocas, o Instagram principalmente, acaba tirando meu foco e atrapalhando meu dia, então tento controlar meu tempo no aplicativo e ficar longe nos finais de semana (afinal, preciso dele para trabalhar).
Eu tinha o famoso ombré nos cabelos e cuidar dos fios descoloridos me deixava muito frustrada e nervosa. Então decidi voltar ao meu castanho original e tentar deixar os cabelos o mais saudável possível para não ter qualquer tipo de trabalho (como correr para secar antes de sair, não poder lavar de manhã para não sair com os fios molhados e ser escrava das ferramentas quentes).
Hoje ele está muito mais saudável, posso ir à praia sem me preocupar e sair de cabelos molhados se quiser. Pintar os cabelos foi uma fase ótima (saudades cabelinho rosa), mas nada supera ter fios saudáveis e livre de preocupações.
Aquela história de relacionamentos tóxicos é muito verdade. Na maioria das vezes elas não sabem ou fazem por querer, mas se uma pessoa te esgota emocionalmente talvez seja hora de se afastar.
Quando percebi a doença, a empresa em que eu trabalhava na época tinha acabado de mudar o escritório para outra cidade e estava todo mundo meio estressado. O lugar era longe e meio isolado, a galera começou a ficar mal-humorada e comecei a absorver muito o ar pesado do escritório para mim. Então comecei a correr atrás de outras coisas e, quando finalmente mudei de emprego, percebi realmente que o ambiente tinha muito impacto no meu humor do dia a dia.
Com o trabalho novo veio a casa nova. Decidi sair da casa da minha mãe e morar em um lugar mais perto do meu novo emprego, já que eu gastava muito tempo no transporte/trânsito e isso me deixava exausta. Não conviver com a minha mãe todos os dias também foi ótimo para melhorar nossa relação e evitar atritos familiares que me desgastavam muito.
Visitar meus cachorros depois de me mudar também é muito importante para meu bem-estar. Quando me mudei, pretendia levar o meu cachorro comigo, mas como ele convive com o da minha irmã, preferi não separá-los. Então sempre que posso vou para a casa da minha mãe visitar meus bebês para dar e receber um pouco de amor canino - que acredite, faz toda a diferença depois de uma semana estressante.
Ter que me preocupar com dor nos pés, peças de roupa que pinicam ou não servem direito podem acabar com o meu humor, então virei adepta somente de peças que são confortáveis para mim. Desde então meu arsenal de tênis é muito maior que o de botinhas de salto e prefiro deixar o skinny jeans para dias muitos especiais (peças muito apertadas me deixam neurótica e dolorida).
Não que eu bebesse muito, mas desde que comecei o tratamento com remédios prefiro não passar dos limites e focar nos resultados para ficar bem o quanto antes.
Clichê, mas fazer exercícios fez muita diferença no meu bem-estar e autoestima. Morro de preguiça e sair de casa é sempre um parto, mas faço porque sei que depois vai valer a pena. Fui relutante e comecei os exercícios recentemente, depois de uma puxada de orelha do meu psiquiatra. Mas sinto que se tivesse começado antes poderia ter avançado muito mais nos meus resultados.
Todo mundo acha estranho e, sim, eu pareço muito mais nova do que sou. Sei que não preciso de procedimentos estéticos. Mas quando a enxaqueca passa dos limites e ela é totalmente tensional (alô, tique nervoso de ansiedade), não restam muitas escolhas. Analgésicos não faziam efeito e eu passava 24 horas por dia com dor, já que tensionava a testa até dormindo. A aplicação de botox foi minha salvação e recomento 100% para quem tem problemas com dores tensionais! Sem testa franzida, sem dor de cabeça.