Women’s March: Marta

por Giulia Coronato

Quando pensamos em futebol feminino, Marta é a primeira pessoa que vem em nossa cabeça. A jogadora do interior de Alagoas é considerada a rainha do futebol e um dos maiores nomes que já existiram no esporte. Por essa e outras razões, hoje Marta será nossa homenageada do Women's March.

Marta nunca viu seu sonho ser apoiado por ninguém além de si mesma, a mãe ficava horrorizada em ver uma menina correndo atrás de bola, e os irmãos a trancavam em casa para impedí-la de jogar futebol. Mas apesar de todo preconceito enfrentado desde do início de sua carreira, a atleta transformou todas as barreiras em motivação e toda raiva em vitórias. 

Marta é uma inspiração: de ser humano, de atleta, de profissional e de mulher. Para saber mais da história dessa rainha, vem com a gente: 

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"Você é mulher, Marta". Foi assim que a mãe da craque respondeu a garota que, aos sete anos, pediu um real para comprar uma bola. Marta passou por muitos desafios até se tornar a jogadora que é, seu professor de ginástica, Julio de Freitas, lembra que ninguém aceitava o fato de ter uma mulher correndo atrás da bola no meio de vários meninos. "Eles eram mais fortes, mas mesmo assim ela se destacava". Já sofreu ameaças, brigou muito com a família e com todos aqueles que consideravam sua paixão e seu talento anormais.

Marta enfrentou uma barreira gigante para conquistar seu sonho de ser jogadora profissional, a barreira do gênero. “Todos, incluindo meus irmãos, falavam mal de mim. Foi muito difícil. Eu só queria jogar com eles. Os comentários das pessoas me deixavam realmente triste, mas nunca até o ponto de não querer mais jogar futebol”. 

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Um país tão desigual como o Brasil sempre encontrou no futebol um espaço igualitário, onde origens e raças não importavam. Porém, esse espaço nunca incluiu mulheres. Em 1940, na inauguração do Estádio do Pacaembu, foi exibido um jogo de futebol feminino pela primeira vez na história do país, o que revoltou o público e fez o presidente Getúlio Vargas proibir mulheres de jogar futebol. Expulsas por quase quatro décadas, o Governo só suspendeu o veto em 1979, sete anos antes do nascimento da jogadora. Hoje, Marta é embaixadora da ONU e luta constantemente contra o sexismo no esporte.

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Considerada a rainha do futebol, Marta é a jogadora mais premiada da história do futebol, tanto o feminino, quanto o masculino. A craque foi eleita melhor futebolista do mundo seis vezes, cinco delas sendo consecutivas. Desde 2015, Marta é a maior artilheira da história da Seleção Brasileira, feminina e masculina, contabilizando 110 gols no total. Também é recordista como maior artilheira da Copa do Mundo Feminina, totalizando 17 gols com a camisa do Brasil. Além disso, é a primeira, e até hoje única, pessoa a marcar em cinco edições diferentes do torneio (feminino e masculino).

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