No ano passado, a expressão Brat Summer tomou conta do verão lá fora, batizada a partir do álbum Brat de Charli XCX. Esse movimento foi marcado pelo auge da estética Y2K, com verde neon, referências hedonistas, ousadia e aquele clima de festa desorganizada à la messy girl que dominou a estação mais quente.
Durante o Coachella deste ano, Charli mencionou possíveis sucessores para o verão de 2025, incluindo Bon Iver, David Cronenberg, Paul Thomas Anderson e Yung Lean. Elle Fanning, em Cannes, ainda declarou o "Verão Joachim Trier" com uma camiseta que chamou atenção. No entanto, tudo aponta para outra direção: 2025 (2026 para nós) será o verão Britpop, resgatando a estética jovem e irreverente que colocou Londres no centro da cultura pop nos anos 1990.
Para entender mais sobre o que foi o Britpop, seu retorno e como ele se traduz em códigos de estilo para manter os olhos bem atentos nos próximos meses, continue lendo:
o que é o movimento britpop?
Britpop foi o movimento que colocou Londres no centro da cultura pop mundial nos anos 1990, quando jornalistas passaram a usar o termo para definir a ascensão de bandas britânicas que dominavam não só as rádios, mas também a moda e o comportamento. Embora a música estivesse no coração do movimento, o Britpop celebrava a identidade britânica como uma resposta bem-humorada à melancolia do grunge americano.
Enquanto o grunge vinha de Seattle com letras sombrias e guitarras pesadas, o Britpop exaltava o cotidiano britânico com melodias alegres, refrões fáceis de cantar e referências culturais locais, da estética das arquibancadas de futebol aos brechós e ao sotaque carregado nos vocais.
O auge do movimento aconteceu entre 1993 e 1997, quando bandas como Oasis, Blur, Pulp e Suede alcançaram popularidade mundial, consolidando o Reino Unido como capital global do que era ser descolado. Essa era ficou marcada pela "Batalha do Britpop", quando Blur e Oasis lançaram singles simultaneamente em 1995, em disputa declarada pelo topo das paradas britânicas, elevando o movimento ao status de fenômeno cultural. No mesmo período, as Spice Girls surgiram como um dos maiores fenômenos pop britânicos, ajudando a consolidar a imagem jovem, irreverente e cheia de orgulho nacional que marcou a década e contribuindo para espalhar o espírito da Cool Britannia pelo mundo.
o retorno de britpop
Reuniões de bandas como Oasis e Pulp e turnês de nomes como Primal Scream e Robbie Williams são alguns dos sinais mais evidentes do retorno do Britpop. Mas essa nova onda vai além dos palcos: marcas britânicas também revisitam códigos visuais e símbolos daquela época.
A Burberry, com seu novo CEO, volta a reforçar sua herança britânica, com o xadrez clássico e campanhas estreladas por nomes como Olivia Colman e Cara Delevingne, uma das imagens mais emblemáticas da marca nos últimos anos. Berghaus e a emergente Dilara Findikoglu também atualizam a estética nostálgica e colocam a Union Jack novamente no centro da moda como símbolo de estilo e orgulho nacional.
o estilo cool britannia e seu impacto cultural
Antes de tudo, vale lembrar: embora o Britpop esteja no centro dessa conversa, Cool Britannia é um conceito ainda mais amplo. Ele descreve a efervescência cultural que tomou conta do Reino Unido nos anos 1990, com Londres como epicentro, envolvendo música, moda, arte, cinema e comportamento. O Britpop era parte importante disso tudo, mas o Cool Britannia capturava o espírito britânico descolado que virou referência de moda no mundo todo.
Sem redes sociais e transmissões ao vivo de desfiles, as jovens britânicas criavam seus próprios códigos de estilo, inspiradas em bandas, it girls e celebridades locais, combinando roupas garimpadas em brechós com peças de grife e acessórios de streetwear. Essa estética traduzia peças utilitárias, como parkas usadas com vestidos de festa, jeans largos que exalavam conforto, camisetas justas com visual retrô e mocassins de bico quadrado em snake print.
