Há alguns anos, a era girlboss e as tendências esportivas, como o athleisure e o blokecore, passaram a dividir espaço com a energia ultra feminina de estéticas como cottagecore e o balletcore. Essa última muito popularizada por marcas como a Miu Miu, que a abraçou totalmente viralizando polainas, cardigãs, faixas de cabelo e até mesmo sapatilhas características do universo do balé.
No entanto, como outras micro tendências, o balletcore parecia estar perdendo força em meio ao auge do businesscore - ou CLTcore, como chamamos por aqui -, repleto de alfaiataria, cores escuras e elementos "duros" do ambiente formal de trabalho.
Isso até começar a mais recente temporada de semanas de moda, onde a estética do balé não só ressurgiu, como também foi revisitada ganhando ares mais modernos e urbanos, amadurecendo, mas sem perder a delicadeza, a estética girlhood ou girly girl.
tá, mas o que é o balletcore?
A tendência balletcore traz o charme delicado e romântico do balé para o dia a dia. Inspirada no universo das bailarinas, essa estética mistura elementos clássicos como saias de tule, bodies ajustados, sapatilhas e tons suaves como rosa claro e nude. O balletcore é perfeito para quem busca um visual leve, feminino e confortável.
O mais interessante dessa tendência é a versatilidade. Peças inspiradas no balé podem ser usadas de forma casual ou em looks mais elaborados. É uma trend que celebra o movimento com leveza.
Além disso, o balletcore se estende, de certa forma, ao mundo da beleza também. Ou você não vê a semelhança entre o boom dessa estética com a tendência clean girl? Não se engane, as duas estão interligadas.
os elementos do balletcore 2.0
Com o fim de mais uma temporada de desfiles, é possível notar quais elementos do balletcore sobrevivem e devem manter essa tendência popular no próximo ano.
tons de blush
O principal, talvez, são os tons de blush, isto é, a cartela de tonalidades de rosa, pêssego e amarelo claros que pintaram tantas coleções. Outro tons lavados, e menos óbvios, também estão presentes como lavanda, azul e verde.
Chloé, Alaïa, Erdem, Ferragamo, Giambatti Valli e Simone Rocha são algumas das marcas que trouxeram essas cores leves em suas criações.
fitas de cetim
As fitas de cetim, uma referência óbvia ao universo do balé, entrelaçou calçados, como os chinelos de salto alto em Ferragamo.
tule
O tule, assim como o cetim, é outro material muito próprio do balletcore e foi muito usado para dar volume às criações de designers como Simone Rocha, que trouxe a estética de forma nada sutil, mas ainda assim, com a leveza da trend.
meias e polainas
As meias e polainas também remetem à prática do balé e, particularmente, causaram estranhamento no styling de Miu Miu, onde foram combinadas aos polêmicos chinelos de salto.
Em sua estreia à frente da Valentino, Alessandro Michele trouxe meias rendadas de lã para o verão 2025 da maison. E muitas vezes junto às sapatilhas, outro elemento fortíssimo do balletcore 2.0.
balonê
Queira você ou não, o balonê é uma realidade. Hoje em dia, encontra-se facilmente peças com o efeito arredondado e fofo em lojas de departamento e nas passarelas não é diferente.
Chloé é uma das maiores entusiastas da tendência para o verão 2025, e com o hype em torno das criações de Chemena Kamali, pode esperar que a trend vai bombar muito ainda!
cintura caída
Ao contrário do que se pensa, a cintura do balé nem sempre é alta, aquela que cria curvas voluptuosas no corpo feminino. Se olharmos os figurinos de apresentações, veremos que a cintura é caída pelo uso do corset alongado e com volume a partir do quadril, com o clássico tutu em tule.
Este shape super balletcore reinou na passarela de Simone Rocha e apareceu de forma menos óbvia até em JW Anderson e Loewe.
sapatilhas
É impossível encerrar essa lista de elementos da estética balletcore sem citar a sapatilha, que ainda está entre os sapatos tendência e apareceu em inúmeras passarelas no último mês.
Revisitadas e não tão óbvias dessa vez, algumas sapatilhas ganharam bico fino e evoluíram, em alguns casos, para um slingback, um calçado mais elegante e "adulto". Outras receberam amarrações utilitárias, as tornando mais prontas para a correria do dia a dia.
Simone Rocha também colocou salto na sapatilha.
babados e rendas
Os babados e as rendas entram aqui como um bônus, afinal, eles não servem apenas à estética do balletcore 2.0, mas ajudam a criar esse universo de delicadeza e pureza que é tão marcante dessa tendência.
Enfim, o balletcore 2.0 prova que, embora tenha suas raízes na delicadeza e feminilidade do balé, ele continua a se reinventar. A tendência ganha um toque mais urbano e moderno, e se mantém relevante, como uma das tendências mais queridas atualmente na moda.