Se você acompanha as celebridades brasileiras e até mesmo as tendências no TikTok, já ouviu falar do chip da beleza. Com a promessa de acabar com os incômodos que vem com a menstruação, como cólicas e TPM, aumentar a libido e até mesmo tonificar os músculos, o chip conquistou diversas mulheres, mas com o passar do tempo as divergências foram surgindo.
A primeira delas se dá justamente no nome, e para entender melhor conversamos com duas ginecologistas, a Dra. Debora Tonetti e Dra. Gabriella Fata, e as duas profissionais alertaram que o termo correto do procedimento é "implante hormonal" e não chip da beleza como ficou conhecido. A dra. Gabriella nos informou que ele possui, sim, alguns efeitos relacionados à diminuição de gordura e ganho de massa magra, porém, ele não deve ser indicado apenas para fins estéticos - e também quando falamos em chip da beleza, estamos padronizando algo que não deve ter um padrão, a beleza.
O dispositivo chama a atenção com todas as suas promessas, mas quando falamos de saúde e hormônios é preciso atenção e cuidado. Para não restar nenhuma dúvida a respeito do implante, continue lendo abaixo.
o que é e como funciona
O tão falado chip da beleza, na realidade é um implante hormonal, composto por um hormônio chamado gestrinona. Ele é um dispositivo no formato de um pequeno tubo de silicone, de mais ou menos 3 cm, que é inserido sob a pele do glúteo. "Esse dispositivo é composto por um ou mais hormônios que são liberados gradualmente e tem ação de 6 meses a 1 ano", informa a doutora Gabriella.
O nome chip da beleza surgiu graças aos efeitos androgênicos que os homônimos possuem, citados anteriormente como diminuição de gordura, ganho de massa magra e melhora da celulite. "Tudo isso fez com que a popularidade fosse grande entre as mulheres que procuravam uma melhora do desempenho físico e estético", nos informou a Dra. Fata.
Claro que a estética não é o ponto que determina a indicação dos implantes hormonais. A Dra. Débora relata que "existem algumas patologias e condições dentro do universo feminino que podem ser tratadas com os implantes hormonais como a endometriose, adenomiose, menstruação excessiva, reposição hormonal na menopausa e até a TPM". Por isso, todo tratamento com implante hormonal deve ser indicado e acompanhado pelo seu médico ginecologista.
quem deve utilizar
A indicação do implante deve vir sempre do médico de cada pessoa, mas um fato em comum é que ele nunca deve ser para fins estéticos. Segundo a Dra. Gabriella, a principal indicação é para reposição hormonal na menopausa, onde não é utilizado gestrinona e outros tipos de reposição, mas sempre com fins terapêuticos e acompanhamento médico.
Algumas condições impedem o uso do implante, "como história prévia ou em vigência de trombose, com fatores de riscos cardiovasculares, bem como insuficiência renal e hepática", relata a Dra.
efeitos colaterais
Apesar dos grandes benefícios, o implante hormonal pode sim ter alguns efeitos colaterais. Os principais são aumento da oleosidade da pele e acne, queda de cabelo, aumento de pelos, mudança no timbre da voz e outros menos comuns, como rouquidão e aumento do clitóris, informam as ginecologistas.
quanto custa?
A valor do procedimento irá variar de acordo com o profissional ou estabelecimento onde será feito, e também a dose utilizada, mas a média está entre 2 a 5 mil reais.
experiências
Cada organismo reage de uma maneira aos tratamentos e não seria diferente com o implante hormonal, por isso, é sempre necessário que cada caso seja acompanhado de perto por um médico. A influenciadora Nah Cardoso foi uma das mulheres que aderiu ao método, mas não obteve resultados positivos. Ela sentiu vários dos efeitos colaterais que começaram a influenciar em seu estilo de vida e autoestima. No seu canal no Youtube, Nah conta em detalhes como foi viver por um tempo com um implante hormonal.