O conceito de comer intuitivamente vem crescendo entre os nutricionistas e médicos ao redor do mundo. Desenvolvido por Evelyn Tribole e Elyse Resch, a teoria fala que devemos comer a partir das sensações físicas em nosso próprio corpo, sabendo diferenciar os sentidos físicos, como o da fome, dos emocionais, como a ansiedade ou até o tédio. Sabe quando você está em casa, sem fazer nada, e tem vontade de comer algo? Ou quando está triste e quer mergulhar em um pote de sorvete ou uma barra de chocolate? Isso nada mais é do que uma fome emocional.
A comida é um mecanismo de enfrentamento comum para muitas situações e sensações, incluindo o tédio. O que ela nos oferece de imediato é a dopamina, a substância química do bem-estar em nossos cérebros, e é, normalmente, quando estamos com ausência de dopamina que partimos para a comida como uma forma de fuga, e não de nutrição.
como diferenciar a fome emocional da fome física?
Diferenciar a fome emocional da física é mais simples do que parece. Basta atender às necessidades fisiológicas da fome. É claro que nunca vamos nos desprender completamente do apego emocional com a comida. É completamente comum querermos comer algo gostoso mesmo sem fome e isso não é um problema, o problema é quando isso se torna recorrente.
Para diferenciar, siga seus sinais internos. A fome é notada a partir de sinais físicos, biológicos e gastrointestinais, como quando a barriga ronca, por exemplo. Também é importante prestar atenção nos sinais de saciedade. A partir do momento que se sentir satisfeita, é hora de parar de comer e não se deixar continuar por uma angústia ou ansiedade. É claro que há dias em que se come mais e em outros menos, mas é importante saber identificar as mensagens que nosso corpo envia, e não se deixar levar por sensações emocionais - pelo menos, não com frequência.
Outro ponto importante relacionado à fome emocional é que, na maioria das vezes, ela não é saciada com uma refeição ou um snack nutritivo. A fome física normalmente se resolve depois de comer uma refeição equilibrada e nutritiva, já a fome emocional não. Na verdade, é comum procurarmos por “besteiras” nesse momento, como um chocolate, um salgadinho, uma bolacha, um sorvete e por aí vai. Ela sempre vai parecer insaciável, porque nos proporciona uma dose de prazer de curta duração e continuamos buscando isso incessantemente.
Uma boa dica quando se está com dificuldades de diferenciar a fome emocional da física, é se perguntar: eu ficaria saciada com um prato de comida nutritiva? Se a resposta for não, desconfie das suas sensações.
É claro que é mais fácil falar do que fazer. Tudo que envolve alimentação e relação com a comida é muito delicado e complexo. Não tem problema exagerar e comer alguma coisa gostosa e não-saudável às vezes, ou devorar uma barra de chocolate inteira depois de terminar um relacionamento. O importante é que isso não vire uma regra e sim seja uma exceção.
Com as informações corretas, acompanhamento profissional e especializado, e atenção aos sinais pode-se evitar problemas futuros e garantir uma vida saudável, física e emocionalmente.