Como funciona a liveshop e entenda por que as marcas estão investindo nesse canal
Já ouviu falar sobre liveshop? Explicando rapidamente, as liveshops são espaços virtuais em que influenciadores digitais e marcas apresentam seus produtos para espectadores, que estão assistindo àquele vídeo, através de seus celulares e plataformas ou redes sociais. Muitos especialistas em moda já disseram que é apenas uma questão de tempo antes que isso se torne um fenômeno nos Estados Unidos e Europa, assim como já é na China, e acabe chegando por aqui.
Se por um lado, o formato liveshop espera alcançar US$ 20 bilhões este ano, por outro, existem alguns fatores que podem assustar quem pensa em investir, como o fato do Facebook Live Shopping ter sido descontinuado. E a questão pode não estar ligada a ideia em si, mas às altas expectativas da indústria da moda. Muitas marcas e investidores presumiram que trabalhar com a China poderia influenciar toda a parte oeste do globo, com resultados similares, e diversas start-ups que estão experimentando os mais diversos formatos dizem que as vendas estão aumentando bastante.
Na Ásia, a liveshop já é uma das melhores maneiras para realizar vendas, pois consumidores chineses estão mais aptos a adotar novas formas de compras online, como carteiras digitais, e é comum que influenciadores liderem conversas sobre produtos e preços em diversos canais, diretamente para usuários que estão em busca disso. Mas essa não é uma realidade para o resto do mundo, onde o comércio não depende, necessariamente, tanto dos influencers.
Do lado ocidental do globo, ainda existem outras formas de e-commerce que se estabeleceram melhor e são mais bem vistas como ferramentas de marketing. Os sites, que tentam entrar no mercado de lives, enfrentam frequentemente dificuldades para integrar o formato às marcas que eles estão vendendo. E entre os clientes, a reclamação mais comum é o fato de precisarem sair da live para realizar a compra, além de questões técnicas e de acesso a tecnologia que impossibilitam muitos a acompanharem uma transmissão ao vivo com qualidade.
No Brasil, mesmo depois do Meta ter encerrado as atividades do Live Shopping, as marcas ainda conseguem abrir lives comerciais pelo Instagram e o TikTok está contratando pessoas focadas em e-commerce a fim de lançar ferramentas de propaganda e promover as lives dentro do aplicativo. Assim como YouTube e Amazon também continuam com as liveshops em parceria com algumas empresas. E não para por aí, existem plataformas especializadas que ajudam as marcas a implementarem o recurso, como a Widde.
Para nós, brasileiros, talvez as compras por meio de lives nas redes sociais ainda causem estranhamento, mas elas podem funcionar e, para as marcas, se tornar um meio de conversar e interagir com pequenos grupos por sessão, em que os apresentadores falam diretamente com um seleto número de pessoas determinadas a adquirir tal produto ou serviço.
A Gringa, plataforma de Recommerce e luxo consciente, é uma das empresas brasileiras que têm apostado suas fichas no poder das liveshops dentro do seu próprio site. Para entendermos um pouco mais sobre como este tipo de liveshop funciona, entrevistamos a Tatiana Timotheo, Head de e-commerce da marca.
quais os benefícios de trabalhar com liveshop?
Tatiana T.: Com as liveshops, estamos criando um público fiel que retorna ao site toda semana para acompanhar os lançamentos, sendo mostrado por influencers com dicas de formas de usar e exibindo o produto ao vivo e em detalhes. É uma forma criativa de exibir as novidades e criar um vínculo com quem está assistindo e interagindo durante a live.
e quais são os desafios?
T. T.: Acertar na curadoria de produtos para abranger diversos interesses do público, como masculino, diferentes faixas de valor, marcas de entrada, itens vintages e raros. Outro desafio que sentimos é mensurar o resultado e receita do pós live, mas, pela nossa experiência, as 24h seguintes têm uma conclusão muito positiva.
você acha que as liveshops podem crescer aqui no Brasil?
T. T.: Já estamos vendo um movimento de crescimento e cada vez mais marcas aderindo às liveshops como recurso para atrair o público, aumentar receita e exibir conteúdos inéditos. Tem muitos caminhos para crescimento e diferentes estratégias. Vale ressaltar que os dias de live também são os de maior tráfego no site.
quantas liveshops vocês já realizaram e quais números elas trouxeram?
T. T.: Nós fazemos uma live por semana com duração de uma hora. De fevereiro até agosto foram 28 transmissões ao vivo com uma média de 1.700 espectadores por live, 230 pedidos e uma receita de mais de um milhão.
quais foram os resultados das liveshops?
T. T.: Em agosto, vendemos 2.7x mais produtos em relação a fevereiro e com crescimento médio de 20% de receita a cada mês. O ticket médio da live é de 6 mil, 60% maior que o do site.
Agora conta para a gente: o que você espera do formato liveshop? Acha que é interessante?
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