Consumo ético é possível? Descubra como ser sustentável na moda

por The Look Stealers

O despertar por parte da população em relação a modelos de consumo ético e a busca cada vez mais frequente por marcas, produtos ou serviços que possuem ou disseminam esse conceito em suas práticas na indústria da moda, têm ultrapassado os limites da compra se tornando um estilo de vida. O ato de comprar desses consumidores, agora denominados humanos éticos, passou a ser guiado por preceitos éticos e crenças individuais, onde muitas vezes os mesmos deixam de consumir determinadas marcas por considerarem suas condutas equivocadas.

As discussões sobre maneiras de consumir de forma ética e com mais consciência são muito mais amplas do que imaginamos, principalmente quando nos questionamos sobre os conceitos do que é considerado certo e errado, os quais ganham outros sentidos se analisarmos as várias facetas. Um dos pontos que precisam estar em evidência, por exemplo, é a realidade social em que cada um está inserido. Bem, você já deve ter notado que quando se trata da existência e impacto do consumo ético e da moda sustentável, há muitas camadas a serem debatidas, então te convidamos a continuar por aqui e explorar conosco esse universo.

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Foto: Ophelia Pang (Reprodução/Instagram)


Nós, como seres pensantes e parte da sociedade como um todo, sabemos que a produção da indústria têxtil e da moda é muito maior do que a real demanda, pois vivemos em uma época em que o consumismo e o desejo de sempre acompanhar as últimas tendências como forma de se destacar foi enraizado em nossas mentes. E é justamente por isso que o conceito de consumo ético - onde nós indivíduos consumidores somos colocados no lugar de protagonistas da mudança - é tratado como se fosse um tipo de despertar, onde o ser humano, de forma individual, passa a ver com outros olhos as práticas de consumo da sociedade. Mas será que esse conceito realmente faz sentido?

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Foto: Wolf Silveri (Reprodução/Instagram)

Pense conosco, muitas marcas de moda vem abordando fortemente os pilares da sustentabilidade, e do consumo ético e consciente em sua comunicação com o cliente, a fim de transmitir uma imagem de empresa comprometida com causas socioambientais, que pensa no futuro, que se preocupa com o planeta e com as consequências da obtenção desenfreada. Mas até que ponto essa é uma real preocupação por parte dessas marcas, que se dizem éticas e engajadas, e não uma estratégia de marketing muito bem pensada, adotada para atrair um público em crescimento exponencial e significativo, levando em conta que o consumo ainda sim é incentivado, mesmo que permeado por questões socialmente éticas.

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Foto: Fashion Revolution (Reprodução/Instagram)

Isso tudo pode parecer um tanto mirabolante e conspiratório e, claro, não estamos generalizando ou afirmando que todas as marcas que se dizem sustentáveis e que incentivam o consumo ético são fajutas ou utilizam dessa imagem como fachada, mas o ponto é: por que exclusivamente nós, consumidores, temos que carregar toda essa responsabilidade em nossas costas? Sim, nós temos a noção de que em volume somos muitos e que o ato da compra de maneira sensata e ética tem sua parcela de importância - freando o consumo desgovernado e pressionando as grandes etiquetas -, mas você precisa concordar que a mudança deveria estar arraigada às indústrias, que possuem os recursos, e ao governo, que detém o poder e as leis, uma vez que não faz sentido só apoiar o consumo ético se a ação também não partir da verdadeira raiz do problema.

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Foto: Fashion Revolution (Reprodução/Instagram)

A verdade é que a ideia de consumo ético não é bem uma novidade, o que muda é que com o passar do tempo e das gerações o conceito ganha outros focos e causas. Mas um dos pontos que devemos ficar atentos é em relação ao real comprometimento das marcas ditas éticas e responsáveis, principalmente para não ficarmos suscetíveis táticas de distração e práticas como o greenwashing - em tradução literal, lavagem verde, que consiste na omissão ou camuflagem das reais informações sobre os impactos ambientais de determinada empresa. Além disso, não podemos esquecer que o conceito é muito mais complexo, e engloba muitos aspectos, tais como: as condições dos trabalhadores dessa indústria, questões climáticas e a real necessidade de consumo versus a restauração de itens de moda, por exemplo.

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Foto: Fashion Revolution (Reprodução/Instagram)

Apesar de todas essas questões sobre a existência verdadeira de um consumo ético, é importante ressaltar que na realidade as ações devem ser conjuntas, já que uma não é suficiente sem a outra. As mudanças nas práticas de consumo individuais, como a valorização de pequenos negócios e a busca profunda por produtos certificados, embora seja só um dos pontos, são uma porta de entrada para feitos ativistas maiores, e devem sim estar alinhadas e discutidas na mesma página que as transformações internas por parte da indústria fashion e do sistema como um todo, que por sinal precisam ir além das estratégias comerciais, a fim de se tornarem atos coletivos.

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