Dia mundial do rock: como o jeans vestiu a história da música

por Carolina Hossni

Falar da moda e da história do rock sem falar de jeans é besteira. São dois ícones da cultura que tem seus caminhos entrelaçados por boa parte do trajeto. Acredite, o queridinho de todos os armários, clássico e super democrático jeans pode vir com muita atitude e autenticidade. De capa de disco aos protestos, passando pelas melhores festas, shows e backstages, o jeans sempre fez parte do cenário do rock.

Por isso, para celebrar esse dia do rock, nos juntamos a Levi's para contar um pouco mais sobre como o jeans vestiu a história, servindo como instrumento de liberdade, rebeldia e questionamento. Vem ver:

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Foto: James Dean, cena do filme "O Selvagem", Elvis Presley e Elvis em "Jailhouse Rock". (Steal the Look)


anos 50 - rebelde sem causa (?)

É praticamente impossível pensar em rock dos anos 1950 sem mencionar James Dean. Apesar de ser ator, o eterno rebelde é um símbolo, até hoje, do core do rock n' roll. Representando a desilusão e frustração de toda uma geração nos cinemas, que buscava por mais liberdade no pós-guerra, desafiou o status quo, se tornando um ícone cultural. Seu figurino em "Rebelde Sem Causa" que contava com jeans Levi's + t-shirt branca + jaqueta de couro, capturou perfeitamente o espírito do tempo da época, e ajudou a definir a identidade dos jovens.

Reforçando essa imagem de uma juventude rebelde em busca de liberdade, temos o rei do rock, Elvis Presley, que balançou estruturas e eternizou o jeans em "Jailhouse Rock". 

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Foto: Jimi Hendrix, Bob Dylan, Jim Morrison e John Lennon e Yoko Ono (Steal the Look)

anos 60 - paz & amor & jeans

Os anos 1960 foram marcados por transformações intensas. Se na década anterior os jovens buscavam liberdade, nos anos 60 a encontraram e com ela fizeram uma verdadeira revolução. No rock, o grande destaque vai para os movimentos de resistência e contracultura - em especial, o movimento hippie. Franjas, estampas psicodélicas, túnicas e calças boca de sino ajudaram a desenhar a estética boho, e vestiram ícones como Janis Joplin e Jimi Hendrix. 

Mick Jagger, Keith Richards, Jim Morrison, Bob Dylan, Paul McCartney e Pete Townshend usaram o jeans dentro e fora dos palcos, ajudando a sancionar a peça como algo super cool
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Foto: Iggy Pop, Debbie Harry, Ramones e Joan Jett (Steal the Look)

anos 70 - do glam ao punk

Depois do Woodstock, em 1969, a experimentação e busca por originalidade deram lugar a outros movimentos e estéticas dentro do rock. Foram as makes dramáticas, plataformas, elementos andrógenos e muito glitter que marcaram o Glam Rock, mas o jeans deu seu jeitinho de participar das performances mais irreverentes da época. Os modelos de cintura alta e mais ajustados ao corpo exacerbavam sensualidade, e muitas vezes apareciam como a única peça de roupa nos palcos. Foram usados por personalidades como Iggy Pop, Suzi Quatro, Rod Stewart e Marc Bolan.  

Já no movimento punk, o jeans foi peça essencial. Em versões rasgadas e combinadas à jaquetas de couro, cabelos espetados, moicanos e calçados mais pesados (como os coturnos) o jeans vestiu ícones como Joan Jett, Debbie Harry, os Ramones e The Clash. 

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Foto: Guns & Roses, Axl Rose, Billy Idol e a capa de "Born in the USA" de Bruce Springsteen (Steal the Look)

anos 80 - identidade e expressão

O Glam Metal, New Wave e Hard Rock dominaram os palcos de rock nos anos 1980, e os jeans mais rasgados no mood punk seguiram em alta tanto nos palcos, como nas plateias. Bon Jovi e Gun's and Roses fizeram sucesso com as versões desgastadas. Billy Idol adorava combinar calças com jaquetas e coletes em denim. O Queen também aderiu ao look jeans, e Bruce Springsteen escolheu um Levi's 501 para usar na capa de "Born in the USA". Até o grande camaleão da música, David Bowie também foi visto usando peças da Levi's em seus dias mais discretos. O jeans, que há muito tempo transcendeu sua origem utilitária, se mostra nos anos 80 símbolo de identidade e expressão. 

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Foto: Eddie Vedder, Liam Gallagher, Kurt Cobain e Nirvana (Steal the Look)

anos 90 - a era do normcore

Depois de toda exuberância e extravagância dos anos 80, a moda mergulhava no normcore. Os looks seguiam fórmulas bem simples, mas nem por isso deixaram de ter uma identidade forte, altamente reconhecível e emblemática. A calça jeans, combinada com uma t-shirt (de alguma banda, se possível) e camisa xadrez de flanela, marcaram a moda grunge nos anos 1990. Bandas como Nirvana, Soundgarden e Pearl Jam, vestiam uma atitude autêntica e despojada, de quem se contrapunha às tendências, não se interessava em seguir normas, e desprezava a opulência da década passada

O jeans também foi adotado por outros subgêneros do rock. O look brit-pop do Oasis tinha como base uma calça jeans, que combinavam com sobretudos, jaquetas também em denim ou esportivas e o icônico cabelo mod. Com influências do punk, indie e gótico, as bandas de rock alternativo, como The Smashing Pumpkins, também adotaram o jeans criando looks com muita personalidade.

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Foto: Blink 182, Gerard Way, Hayley Williams e Avril Lavigne (Steal the Look)

século XXI

Já no novo milênio, diversos subgêneros musicais e estilos surgiram, e o jeans continuou tendo um papel fundamental na moda e no rock. No comecinho dos anos 2000, o punk volta repaginado como pop punk e neo punk com Blink 182, The Offspring, Avril Lavigne e Sum 41. O rock recebe fortes influências do skate, e calças baggy & bucket hats passam a dominar os palcos e pistas. 

Com o emo core em alta, os modelos mais justos de calça, bem como as versões coloridas, foram combinadas com roupas listradas, cintos de tachinha, braceletes de couro e as longas franjas. Se existe um jeans que marcou os anos 2000 foi o skinny. Bandas da cena indie rock como The Strokes e Kings Of Leon resgataram algumas referências mais vintage. Jeans retos e jaquetas de couro se tornaram parte dessa identidade.

Desde o comecinho do rock, muita coisa mudou: os movimentos sociais e políticos, a tecnologia, as gravadoras, o consumo de música e até os estilos, mas o jeans? Esse nunca saiu do armário e da história do rock.

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