E se a gente falar de dinheiro como falamos de tendências?

por Érica Ulbricht

Strawberry Girl, Countryside, Sade Girl, Office Siren… é difícil acompanhar o tanto de tendências que surgem na era da velocidade 2x. Nem sempre estamos familiarizados com esses termos, mas o simples exercício da observação faz a gente perceber, mesmo que no detalhe, como alguns atributos dessas tendências já estavam introduzidos naquele grupo de amigas. E é assim que as tendências surgem, né?

Aliás, quantas coisas absorvemos só pela influência do ambiente e exposição contínua, sem um esforço ativo? Desde combinar peças, cores de roupas até andar de bicicleta, dirigir, cozinhar. Diversas habilidades que aprendemos na base da tentativa e erro, prática e observação. 

E se a gente começasse a falar de dinheiro com essa frequência também? 

Pessoa usando óculos de sol vermelhos em formato de coração com notas de dinheiro presas nas lentes. Ela também usa batom marcante, brincos de argola com strass e colar de corações. Falar de dinheiro.
Foto: Falar de dinheiro (Pinterest)


A dificuldade em falar de dinheiro também reflete nossa dificuldade em lidar com ele em nossas vidas. Imagine se por trás dos memes, trends como girls math — que inicialmente são engraçadas, mas bastante problemáticas — a gente trocasse uma ideia com aquela amiga perguntando o que fazer com a fatura do cartão de crédito que veio mais alta, ou como ela separa o dinheiro pro lazer, ou como ela faz o dinheiro sobrar no fim do mês? 

Talvez você se surpreenda com aquela sua amiga de humanas que sabe lidar melhor com dinheiro do que seu amigo de exatas; com aquela pessoa que trabalha com você e consegue poupar mais do que seu chefe; com alguém que você imaginava ser rica por viajar todo mês e na verdade está endividada por isso; ou com aquele amigo que exerce a mesma função que sua amiga e está ganhando mais do que ela — efeitos do patriarcado. Todas essas situações são mais reais do que pensamos e só descobrimos quando colocamos o assunto na mesa. 

Da mesma forma que dominamos algum assunto de forma amadora, sem necessariamente ter feito um curso, também podemos ganhar intimidade com a nossa vida financeira começando a falar sobre ela. Claro que, por ser um assunto que traz frio na barriga, podemos ir com calma e começar a puxar o assunto com aquele grupo que confiamos. Tentaremos não resumir a conversa em apenas “gastar menos” ou “ganhar mais” — as nossas preocupações com dinheiro vão, muitas vezes, além disso. 

Aliás, John Amstrong explica muito bem esses pontos em seu livro “Como se preocupar menos com dinheiro”, onde mostra a importância de explorarmos estes incômodos antes de acharmos que o problema está exclusivamente na conta bancária. Este pode ser um bom começo! 

Imagem de uma mulher vestindo um casaco de couro com forro de pele, tendência de moda urbana e edgy. A cena conta com um fundo artístico com graffiti vibrante. Falar de dinheiro.
Foto: Rihanna (Pinterest)

Para te ajudar, deixo uma breve lista de como você pode falar de dinheiro com quem você confia: 

  • Como você controla os gastos no seu cartão de crédito? 
  • Quanto você tem gastado com ___? (pode ser lazer, mercado, feira, roupa) 
  • Me conta, em detalhe, o que você anda fazendo para economizar? 
  • Como vocês dividem as contas por aí, metade-metade ou proporcional ao que cada um ganha? (para quem divide as contas) 
  • O que você levou na escolha desse investimento? 

A partir daí, além de ficar mais fácil falar de dinheiro, você já começa a ter uma outra relação com ele.

E aí, quem será a primeira pessoa com quem você vai falar?

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Foto: Érica Ulbricht (divulgação)

quem é a autora

Me chamo Érica Ulbricht, sou planejadora financeira, administradora e criei o @din_boa. Ajudo pessoas, independente da carreira ou momento de vida, a buscarem uma relação mais saudável com o próprio dinheiro. Incentivo sempre falarmos sobre dinheiro porque acredito que quando falamos dele, nunca é só sobre ele. 

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