Strawberry Girl, Countryside, Sade Girl, Office Siren… é difícil acompanhar o tanto de tendências que surgem na era da velocidade 2x. Nem sempre estamos familiarizados com esses termos, mas o simples exercício da observação faz a gente perceber, mesmo que no detalhe, como alguns atributos dessas tendências já estavam introduzidos naquele grupo de amigas. E é assim que as tendências surgem, né?
Aliás, quantas coisas absorvemos só pela influência do ambiente e exposição contínua, sem um esforço ativo? Desde combinar peças, cores de roupas até andar de bicicleta, dirigir, cozinhar. Diversas habilidades que aprendemos na base da tentativa e erro, prática e observação.
E se a gente começasse a falar de dinheiro com essa frequência também?
A dificuldade em falar de dinheiro também reflete nossa dificuldade em lidar com ele em nossas vidas. Imagine se por trás dos memes, trends como girls math — que inicialmente são engraçadas, mas bastante problemáticas — a gente trocasse uma ideia com aquela amiga perguntando o que fazer com a fatura do cartão de crédito que veio mais alta, ou como ela separa o dinheiro pro lazer, ou como ela faz o dinheiro sobrar no fim do mês?
Talvez você se surpreenda com aquela sua amiga de humanas que sabe lidar melhor com dinheiro do que seu amigo de exatas; com aquela pessoa que trabalha com você e consegue poupar mais do que seu chefe; com alguém que você imaginava ser rica por viajar todo mês e na verdade está endividada por isso; ou com aquele amigo que exerce a mesma função que sua amiga e está ganhando mais do que ela — efeitos do patriarcado. Todas essas situações são mais reais do que pensamos e só descobrimos quando colocamos o assunto na mesa.
Da mesma forma que dominamos algum assunto de forma amadora, sem necessariamente ter feito um curso, também podemos ganhar intimidade com a nossa vida financeira começando a falar sobre ela. Claro que, por ser um assunto que traz frio na barriga, podemos ir com calma e começar a puxar o assunto com aquele grupo que confiamos. Tentaremos não resumir a conversa em apenas “gastar menos” ou “ganhar mais” — as nossas preocupações com dinheiro vão, muitas vezes, além disso.
Aliás, John Amstrong explica muito bem esses pontos em seu livro “Como se preocupar menos com dinheiro”, onde mostra a importância de explorarmos estes incômodos antes de acharmos que o problema está exclusivamente na conta bancária. Este pode ser um bom começo!
Para te ajudar, deixo uma breve lista de como você pode falar de dinheiro com quem você confia:
- Como você controla os gastos no seu cartão de crédito?
- Quanto você tem gastado com ___? (pode ser lazer, mercado, feira, roupa)
- Me conta, em detalhe, o que você anda fazendo para economizar?
- Como vocês dividem as contas por aí, metade-metade ou proporcional ao que cada um ganha? (para quem divide as contas)
- O que você levou na escolha desse investimento?
A partir daí, além de ficar mais fácil falar de dinheiro, você já começa a ter uma outra relação com ele.
E aí, quem será a primeira pessoa com quem você vai falar?
quem é a autora
Me chamo Érica Ulbricht, sou planejadora financeira, administradora e criei o @din_boa. Ajudo pessoas, independente da carreira ou momento de vida, a buscarem uma relação mais saudável com o próprio dinheiro. Incentivo sempre falarmos sobre dinheiro porque acredito que quando falamos dele, nunca é só sobre ele.